O ex-prefeito de Palmas e candidato a senador Carlos Amastha (PSB) avalia que pelo potencial de riqueza e condições favoráveis de logística, o Tocantins era para ser um estado referência em desenvolvimento. “O Tocantins, com suas potencialidades, com sua população, com o seu tamanho, já era para ser o estado mais desenvolvido do Brasil. Melhor logística do país, o agronegócio, a pecuária, a agricultura, a floricultura, o turismo. Se tiver um governo de verdade, e o Dimas representa isso e, apenas ele, em quatro anos nós vamos dar um salto enorme em desenvolvimento”, defende o candidato, que, nesta entrevista ao Jornal Opção, faz um apelo ao eleitor para que pense no futuro e não apenas em vantagens temporárias que são oferecidas.

Amastha comenta que a parceria com Dimas está sendo interessante para ambos e que é resultado de um interesse antigo. Revela que tinha inveja de Dimas pela disputa do título de melhor prefeito do Tocantins e que a forma que encontrou para resolver o dilema foi se contentar em ser o melhor prefeito da Capital e o Dimas o melhor prefeito do interior. “Acho que o Tocantins merece essa união: juntos pelo Tocantins. Dimas é um gestor de indiscutível qualidade de serviços prestados. Qualquer pessoa que conheceu Araguaína antes e depois de Ronaldo Dimas não tem o que discutir. Realizou uma transformação fantástica na cidade”, sustenta.

O ex-prefeito garante que com tantos candidatos competitivos para o Senado, a eleição está aberta e que ainda há tempo para fazer campanha e chegar a todos os lares do Tocantins. “A gente tem tempo suficiente para chegar com a nossa mensagem nos 139 municípios do Estado. E, na hora que isso for acontecendo, não tenho a mínima dúvida que a gente vai crescer, ultrapassar os adversários e vencer a eleição”, prevê.

Amastha diz que esta é a eleição mais possível que disputa, em comparação às outras quatro que disputou no Tocantins. Amastha surge na política em 2012, quando disputa a eleição para a Prefeitura de Palmas. Inicia com 1% e vence as eleições e se consagra como o maior fenômeno eleitoral do Estado: disputou contra tudo e todos e venceu. Em 2016, disputou a reeleição e venceu com tranquilidade; em 2018, renunciou ao mandato para disputar as eleições suplementares para o governo do Estado. Terminou em 3º lugar, com 21,41% dos votos, à frente da senadora Kátia Abreu. Ainda em 2018, disputou as eleições ordinárias e foi para o segundo turno com o ex-governador Mauro Carlesse, que venceu a disputa.  

Por que a opção da parceria com o ex-prefeito Ronaldo Dimas, depois de uma aliança frustrada com o deputado Osires Damaso?

Até o último dia da convenção e no último horário, nós tínhamos um compromisso com o Damaso. Desse compromisso eu não abriria mão, até porque, ele foi muito parceiro com a gente. Dentro do que a gente sentou e combinou estava a posse do deputado federal Tiago Andrino (PSB), o que pra gente representa o momento mais importante para o nosso grupo. Ter o Tiago como deputado federal foi um ganho maravilhoso. Nas duas [últimas], eleições ele “bateu na trave”, como último suplente e o Damaso deu a oportunidade de colocar o nosso grupo lá na Câmara Federal, isso não tem preço. Demonstra o tipo de parceria e o compromisso do Damaso com a gente e igualmente o que o PSB tinha para com ele. Infelizmente, as circunstâncias não foram favoráveis para que o mesmo mantivesse a candidatura majoritária e até a última hora a gente esperou para ver se poderia fazer alguma coisa juntos, mas a sua decisão de ir para o Palácio [Araguaia], nem vou te falar que criei alguma dificuldade, ele simplesmente nem combinou isso comigo. Porque, como sabia que não era possível, então simplesmente tomou a decisão, o que respeitamos. Para ele conquistar sua eleição de federal tinha de fazer a melhor escolha, onde tivesse melhor viabilidade. E, se a melhor viabilidade é com o governador Wanderlei Barbosa, só tenho a respeitar essa decisão e desejar sucesso, porque ele merece.

Qualquer pessoa que conheceu Araguaína antes e depois de Ronaldo Dimas não tem o que discutir

Como surge a opção da parceira com o Dimas?

Eu sempre provoquei essa parceria com o Dimas, porque a gente tem uma sinergia muito grande. Ontem eu estava falando na reunião que a gente fez lá no Morada do Sol 2 [Palmas], que eu tinha muito ciúmes do Ronaldo. Eu consegui aliviar esse ciúme dizendo que eu tinha sido o melhor prefeito da história da capital e ele, o melhor prefeito da história do interior do Estado; então, dessa maneira a gente conseguia resolver esse grande problema de quem fez mais por sua cidade.

Acho que o Tocantins merece essa união: juntos pelo Tocantins. Dimas é um gestor de indiscutível qualidade de serviços prestados, qualquer pessoa que conheceu Araguaína antes e depois de Ronaldo Dimas não tem o que discutir. Realizou uma transformação fantástica na cidade, começando pelo maior problema que Araguaína tinha que era a infraestrutura. Quando eu conheci Araguaína, lembro como se fosse ontem, cheguei naquela cidade, a segunda maior do Estado e aquela Avenida Filadélfia era um buraco só. Não é que tinha buraco, era só um buraco. Mas não é só isso, foi tudo o ele fez para estruturar a cidade. A Via Lago, as 6 mil moradias, as avenidas que fez, o Centro de Convenções que deixou viabilizado e que está em construção. Então, foi uma revolução na cidade, igual à que aconteceu em Palmas.

Eu sempre quis que o Ronaldo fosse candidato a governador. E eu sempre quis estar dentro do projeto dele. A gente não pode coligar formalmente, mas essa aliança estratégica pelo Tocantins é muito bem vinda e o povo do Tocantins já entendeu isso. Por onde a gente passa, só ouço as pessoas falarem assim: “Ah, Amastha e Dimas, agora sim!”. Um “agora, sim” que vale tanto para o Amastha como para o Dimas. Não é um “agora, sim” que signfica que o Dimas ficou forte por causa do Amastha, ou o “agora sim” de que o Amastha ficou forte por causa do Dimas; mas “agora sim” que significa que esses dois caras, que fizeram uma administração extraordinária, estão juntos pelo Tocantins.

Pedir voto para o Dimas governador é muito fácil, é muito leve e eu consigo carregar com muita convicção

Antes houve aquele anúncio em que Amastha, Dimas e Laurez estariam junto nesta eleição. O que deu errado nessa articulação, que pretendia juntar numa chapa os três melhores prefeitos do Estado?

São as coisas da vida e da política. Aquela reunião fui eu quem propiciou, paguei o almoço, que fique claro. O que mudou em mim? Nada. As circunstâncias não aconteceram. O Laurez foi para outro lado. O Dimas, quando se filia ao PL, cria um problema de coligação, mas aconteceu. Graças a Deus, aconteceu. Está sendo uma parceria fantástica. Pedir voto para o Dimas governador é muito fácil, é muito leve e eu consigo carregar com muita convicção. Porque, se encontro alguma resistência, eu sei do que estou falando. Estou pedindo voto para um cara que tenho certeza que tem um planejamento estratégico para o Estado, que vai realizar, que vai nos encher de orgulho e, se eu for o senador desse grupo, com certeza vou fazer o impossível para que essa gestão seja um brilho. Porque tudo que eu não consegui fazer como governador porque não fui eleito a gente pode realizar com ele governador e com Amastha senador.

Ontem nós estávamos fazendo uma reunião apenas de gestão, e isso eu gosto. Tudo que a gente propôs para o Estado em 2018, ele vai incorporar ao seu plano de governo, como o Estado dividido em 10 regiões. Minha vida e a do Ronaldo são de compromissos e de cumprir esses compromissos. 

Quando o sr. percebeu que teria de mudar de projeto político, trocando a candidatura de deputado federal pela de senador?

Na realidade, você deve lembrar, que as primeiras pesquisas que foram realizadas para o Senado e para o governo eu estava na frente na estimulada em ambos os casos e não me colocavam na espontânea, não me colocavam na estimulada. As forças que atuam na nossa política não permitiam que eu aparecesse na estimulada. Na última, afortunadamente, caiu a ficha de que era obrigação colocar para dar credibilidade, aí eu apareço muito bem posicionado e eu acho que correspondeu à minha expectativa. Eu esperava isso realmente, porque, sem nenhuma falsa modéstia, a gente trabalhou muito para esta cidade.

Hoje, preparando um material de campanha, tenho muito orgulho de ter feito a melhor saúde de todas as capitais brasileiras; o melhor Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] de todas as capitais, nossa educação ficou na frente [da educação] de Florianópolis (SC) e Curitiba (PR); a revolução que a gente fez no esporte; no turismo; na limpeza pública; no cuidado com a cidade; na assistência social; então foram muitas as áreas em que a gente trabalhou e eu sei que existe esse reconhecimento do povo de Palmas, e que você sabe que reflete no Tocantins inteiro. Palmas, nossa capital, é a vitrine do Tocantins. E Palmas passou a ser querida, respeitada e amada pelos tocantinenses. Aquele circuito de todo mundo ir pra Goiânia, a gente conseguiu inverter, porque o nosso Natal era muito mais lindo que o de Goiânia, porque a cidade estava mais linda que Goiânia, porque estava num brilho maior.

Então, eu tinha essa expectativa, de que o tocantinense reconhecesse isso. E nesse momento, juntamente com a executiva nacional, vimos a possibilidade de disputar o Senado. É a eleição mais possível que eu já disputei. Não é a eleição do 1% de 2012. Nessa, eu já começo com 8% e é uma eleição com candidatos muito competitivos e que eu só preciso é ter um voto a mais que o segundo colocado. Os que estão pontuando na frente estão em campanha há 16 anos ou 20 anos de mandato, são absolutamente conhecidas nessa disputa e têm um teto. Ultrapassar esse teto acho muito possível, em detrimento de ninguém. Eu não preciso derrubar ninguém. Eu preciso apenas ir em cima das nossas propostas, dos indecisos. Você pega qualquer uma dessas pesquisas, mais de 50% dos tocantinenses não expressam seu voto na espontânea. Então, é uma eleição que está absolutamente aberta, não é fácil, mas temos um caminho muito bom para ser percorrido.

Não tenho a mínima dúvida que a gente vai crescer, ultrapassar os adversários e vencer a eleição

Quando se faz o cruzamento dos dados que as pesquisas fornecem – índice de rejeição, índice de indecisos, resultado da espontânea etc. –, o cenário parece mais interessante para quem está começando agora, tendo em vista que os que já estão em campanha há muito tempo já alcançaram o teto. Como o sr. avalia suas chances?

Sua pergunta é a resposta. Tenho todas as vantagens que meus competidores não têm. Primeiro, uma rejeição muito baixa. Oitenta por cento dos tocantinenses não sabem que eu sou candidato. Nós temos que romper essa bolha da política. Eu estava caminhando no Parque Cesamar às 5 e meia da manhã e encontrei umas 15 pessoas e das pessoas que encontrei, a metade não sabia que eu era candidato a senador. Olha que coisa, em Palmas! Imagina em Cariri, em Esperantina ou em qualquer outro lugar. A gente tem tempo suficiente para chegar com a nossa mensagem nos 139 municípios do Estado. E na hora que isso for acontecendo, não tenho a mínima dúvida que a gente vai crescer, ultrapassar os adversários e vencer a eleição.

E como vai ser a disputa para o governo do Estado? O que deve ser estratégico em uma campanha curta? Trabalho realizado, plano de governo, nome conhecido ou apoio de lideranças?

Espero que as pessoas observem propostas, biografia, porque o Brasil passa por um marasmo político. O Tocantins está muito além do marasmo. Não é justo o que tem acontecido com o nosso Estado, nos últimos 20 anos. É governador que não termina [o mandato], é governador que renuncia, é impeachment, é muito triste. Acho que se a gente parasse de olhar só o momento, do interesse pecuniário, de um contrato, e olhássemos para próximos quatro anos, acho que hoje a população tem condições de avaliar o custo que temos pago pelas escolhas erradas. Muito alto. O Tocantins, com suas potencialidades, com sua população, com o seu tamanho, já era para ser o Estado mais desenvolvido do Brasil, sem dúvidas. Como na Europa, você tem uma Suíça encravada, isso era para ser o Tocantins, com 1,6 milhão de habitantes, que é a metade da população da grande Goiânia. Melhor logística do Brasil, agronegócio, veja a potencialidade que temos para crescer! A pecuária, a agricultura, a floricultura, o turismo. Gente, se tiver um governo de verdade, e o Dimas representa isso – e, apenas ele –, em quatro anos nós vamos dar um salto enorme em desenvolvimento.

Eu acho que a consequência desse voto, mais do que nunca, faço um apelo para que as pessoas enxerguem o futuro. Não enxergue a vantagem financeira que um Estado tem a oferecer, que infelizmente coloca ele [governador] no segundo turno, porque é a dinâmica do nosso Estado. São 30 mil, 40 mil contratados, tanto funcionalismo público dependendo, tantas pessoas dependendo de favor, das migalhas, da esmola e a população tem de entender que essa política é a que não permite que a gente avance. Porque gestões como a do Dimas ou do Amastha são absolutamente contra essa política. Porque em Palmas ninguém compra uma eleição. Não compra, porque Palmas hoje tem um voto de opinião é que muito maior que o voto comprado. Por quê? Porque tem liberdade. De onde vem a liberdade? Da iniciativa privada que dá liberdade. Porque tem que acordar cedo, tem que pagar imposto, gerar emprego, não vota preocupado que amanhã vai perder o contratinho da filha ou do filho, tá preocupado com a qualidade da saúde que está sendo oferecida para a sua família, está preocupado com a segurança. Chegamos a um ponto que temos 40 municípios no Tocantins que não têm um policial. Nós precisamos mudar esta realidade.