Apontando como mandante de crimes em Palmas é encontrado morto em presídio
26 julho 2023 às 14h46
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O detento Carlos Augusto da Silva Fraga, mas conhecido como Dad Charada, foi encontrado morto na cela do presídio Barra da Grota, em Araguaína, na manhã deste domingo, 23, onde estava preso desde o dia 11. Charada é apontado pela Polícia como o responsável pela onda de violência que abalou Palmas este ano. A polícia apurou que seria o mandante de cerca de 50 mortes das mais de 90 registradas o primeiro semestre deste ano na Capital.
A Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju-TO) informou que o detendo estava sozinho na cela e que a perícia foi acionada para investigar as causas da morte. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-TO), o corpo foi encaminho para o Instituto Médico Legal (IML) de Araguaína, para realização de exames de necropsia.
Dad Charada foi preso em Passo Fundo (RS), no dia 11 de julho, como resultado da Operação Gotham City, deflagrada pela Polícia Civil do Tocantins e que contou com a colaboração da PC do Rio Grande do Sul. Após a prisão ele foi trazido para o Tocantins para a Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP) e posteriormente transferido para o presídio Barra da Grota, em Araguaína, depois do advogado de defesa alertar a direção do presídio sobre ameaça de morte que o preso vinha recebendo.
Entenda o caso
As investigações apontam que Dad Charada era membro de uma pequena facção goiana, aliada de uma grande facção de São Paulo, com atuação em todo o território brasileiro. Este ano ele resolveu deixar a facção paulista e se aliar a uma facção carioca, também com atuação em todo o país. Todas as facções atuam em atividades que ligam diretamente ao tráfico de drogas.
A polícia concluiu que ao se juntar à facção carioca a ascensão de Charada na estrutura hierárquica da organização criminosa aconteceu de forma muito rápida. De imediato decidiu iniciar uma guerra contra antigos aliados para tomada de território. O plano consistia em eliminar as lideranças da facção paulista que atuavam em Palmas, deixando os pequenos traficantes sem referência na venda de drogas na Capital. A polícia explica que Charada já havia sido membro das duas facções rivais, portanto, tinha informações privilegiadas e conhecia muito bem seus antigos parceiros de crime. As ações eram certeiras, sem margem de erro.
As investigações apontam ainda que Dad Charada aproveitou essa disputa de poder para se vingar de alguns desafetos que fez enquanto fazia parte da facção paulista. “O objetivo era matar 100 rivais até o final do ano. É um cara que queria causar toda essa perturbação, assustar a população e a facção rival. Um dos planos dele era matar o traficante da facção rival, colocando uma bomba no carro dele”, explica o delegado Eduardo Menezes, que comandou as investigações.