Amastha se junta à “velha política”

15 julho 2018 às 00h00

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Após ser derrotado de forma vexaminosa na eleição suplementar, ex-prefeito de Palmas agora quer ficar “junto e misturado” aos que, até há poucos dias, ele rechaçava

A política, não apenas no Tocantins, mas no modelo adotado pelos agentes políticos no Brasil ensina que a máxima “dessa água não beberei” não vale nesta seara. O senador Vicentinho Alves (PR), derrotado por Mauro Carlesse (PHS) na eleição suplementar de governador ocorrida em junho, se prepara para lançar em Palmas, nesta segunda-feira, 16, o anúncio de sua pré-candidatura à reeleição em outubro. O convite compartilhado nas redes sociais não indica em qual chapa o parlamentar disputará o pleito, contudo, é sabido nos bastidores que será na chapa encabeçada por Carlos Amastha (PSB). O antigo inimigo da eleição extemporânea agora é a esperança de continuar ocupando a cadeira no Senado Federal.
Na mesma linha de raciocínio, Amastha também “mordeu a língua”. Consciente de que é impossível ganhar as eleições no Tocantins sem aqueles que classificou como membros da “velha política”, o ex-prefeito de Palmas e pré-candidato a governador fez uma visita de cortesia ao ex-governador Marcelo Miranda (MDB), alvo predileto de pessebista nos últimos meses de gestão. Apesar da rápida visita, Amastha disse a Marcelo que quer que ele, Dulce Miranda e o próprio MDB apoiem sua pré-candidatura a governador.
MDB topa
O ex-prefeito estava acompanhado de seus dois fieis escudeiros, o vereador Tiago Andrino (PSB) e o ex-secretário de Palmas Adir Gentil (Podemos), que já havia entabulado, inclusive, uma conversa com o presidente regional do MDB, Derval de Paiva. Segundo fontes, o ex-governador não está disposto a refluir ou se manter distante da campanha e se partido decidir apoiar Amastha, Marcelo estará junto.
Se de fato estiverem no mesmo palanque em outubro, Amastha, Marcelo e Dulce Miranda, Vicentinho e Vicentinho JR., todo o discurso do ex-prefeito cairá por terra. O pseudonovo se aliando aos “velhos” pode culminar com perda de votos, ao invés de ganhar mais simpatizantes. É que o eleitorado já demonstrou que detesta essas alianças espúrias ou baseadas no “poder pelo poder”.
A votação do próprio Amastha em Araguaína – onde ganhou as eleições no primeiro turno – prova essa assertiva. Ao verem no mesmo palanque rivais históricos, Ronaldo Dimas (sem partido), Valderez Castelo Branco (PP), Lázaro Botelho (PP) e César Halum (PRB) pedindo votos para Mauro Carlesse, muitos eleitores optaram por votar no ex-prefeito de Palmas.
Esse “samba do crioulo doido” quando se trata de coligações partidárias é prática que o eleitor já não aceita mais, em tempos de informações compartilhadas à velocidade da luz.