Amastha pode ser convocado para depor na CPI do PreviPalmas

22 setembro 2018 às 23h50

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O ex-prefeito da capital foi citado como responsável pelas aplicações temerárias no relatório do PreviPalmas

As heranças da gestão de Carlos Amastha (PSB) não param de bater à porta de sua sucessora, Cinthia Ribeiro (PSDB). Na quarta-feira, 19, o juiz da 2ª Vara da Fazenda e Registros Públicos de Palmas sentenciou que a Prefeitura de Palmas deverá pagar indenização por danos morais e materiais a um morador da região Sul, que sofreu prejuízos em seu imóvel por conta de uma obra de drenagem não finalizada.
Conforme consta nos autos, o autor da ação é proprietário de um imóvel localizado na quadra 18, Jardim Aureny IV. Em janeiro de 2017, após uma chuva, parte do muro e da calçada da casa dele foram danificados e a parede ficou com rachaduras devido ao represamento de água no local. Um laudo técnico apontou que o sistema de drenagem da região apresentava problemas de vazão por falhas de manutenção e “a queda do muro se deu pelo acumulo de água do lado de fora, passando para dentro do lote onde existem casas, causando a perda de móveis dentro das casas e por qualidade das estruturas da casa, causando rachaduras nas mesmas”.
Segundo o Magistrado Rodrigo da Silva Perez Araujo, o autor conseguiu comprovar o fato que gerou a inundação em sua casa, bem como a queda do muro, sendo este ocasionado em razão de falhas na manutenção de obra inacabada da Prefeitura de Palmas.
CPI do PreviPalmas
Contudo, o caso das indenizações em razão de inércias ou negligências durante a gestão do ex-prefeito é quase que insignificante se comparada aos desvios constatados no Instituto de Previdência dos Servidores Municipais — PreviPalmas. Na terça, 18, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aprovou, por unanimidade, as primeiras convocações de ex-servidores para a prestação de esclarecimentos, em razão de aplicações temerárias, na ordem de R$ 50 milhões, feitas no Cais Mauá e Tercon pelo referido Instituto.
O ex-presidente do PreviPalmas Max Fleury, o ex-diretor de investimentos Fábio Martins e o ex-secretário de Finanças da capital Christian Zini — nomes anunciados pela CPI — foram citados com base em relatórios da própria entidade como os “principais responsáveis” pelos prejuízos “atuais e futuros” resultantes das aplicações temerárias nos fundos Cais Mauá e Tercon.
O presidente da CPI, vereador Júnior Geo (Pros), projetou a convocação de mais uma pessoa, mas só após as eleições, já que o nome do investigado disputa o pleito e tal medida poderia prejudicá-la.
Evidentemente que o parlamentar se refere ao ex-prefeito e agora candidato a governador Carlos Amastha (PSB), visto que ele também foi citado como responsável pelas aplicações temerárias no relatório do PreviPalmas. “Fiscalizar a aplicação do dinheiro público é dever do legislativo. Precisamos verificar porque foram feitos esses investimentos, se houve má fé e resguardar o dinheiro da aposentadoria de direito do servidor do município”, disse Júnior Geo sobre a necessidade das convocações para o andamento das investigações.