Vereador do PR admite a possibilidade de candidatura a deputado federal,mas afirma que não aceita ser usado
Lucio Campelo (PR) diz que derrubada da artimanha que aumentou, em média, 36% no IPTU não é uma vitória pessoal e sim da sociedade palmense. Mais ferrenho opositor de Carlos Amastha (PSB) e atuante no combate às condutas que considera ilegais ou inoportunas, desde o primeiro dia da gestão do prefeito, o vereador acusa a gestão de não ter compromisso com a população e gastar verbas públicas em publicidade, em detrimento de benefícios infraestruturais para a comunidade palmense.
Campelo é brasiliense, pioneiro em Palmas e reside na região sul desde a criação da capital. Graduado em Gestão Pública pela Universidade Luterana do Brasil, filiou-se ao Partido da República (PR) em 2006, foi eleito vereador em 2008 e reeleito em 2012 e 2016.
Cinthia Ribeiro (PSDB), sua companheira de longa data por ser a viúva do senador João Ribeiro – seu antigo correligionário –, está prestes a assumir a Prefeitura de Palmas, diante da iminente renúncia do prefeito, Carlos Amastha (PSB). Nestas circunstâncias, o sr. deixará as fileiras da oposição na Câmara de Vereadores para apoiá-la?
É verdade que ela esteve ligada ao PR por muito tempo, em razão dos laços matrimoniais que mantinha com o senador. Porém, há dois aspectos para avaliar a atual conjuntura: primeiro, é a questão política, uma vez que a vice-prefeita não faz parte do PR, partido do qual se desligou após o falecimento do seu esposo. Exatamente por isso, o relacionamento partidário está distante, momentaneamente. Segundo, é necessário aguardar a renúncia do titular, se de fato ocorrer, qual será a postura político-administrativa que ela irá adotar à frente do Poder Executivo. Qual será a relação que ela quer estabelecer com o parlamento? Eu ainda não sei.
Mas para que o sr. caminhe com ela, o que é de primordial importância?
Não cabe a mim fazer qualquer tipo de exigência. Quero sentir e escutar da futura prefeita quais são os planos dela para a nossa cidade. Contudo, posso garantir, essencialmente, que caso ela mantenha o mesmo modelo de gestão adotado pelo prefeito Amastha, continuarei firme na bancada de oposição.
O sr. acredita que o prefeito tem coragem de renunciar, como prometido?
Estou aguardando o tal evento no Espaço Cultural, e deixo claro, desde já, que não irei comparecer. No meu modesto entendimento, aquele ofício marcando hora e data já é uma renúncia, porque não existe aviso prévio no instituto da renúncia. O art. 77 da Lei Orgânica do Município preceitua que a única forma de comunicar a renúncia do chefe do Poder Executivo é através de ofício à Câmara de Vereadores. Ora, se ele já encaminhou o ofício, a renúncia está materializada. Para mim é irretratável e eu não sei nem o que ele ainda está fazendo no cargo.
Na condição de vereador da cidade, duas obras de crucial importância seriam as duplicações totais da NS-04 e NS-10. Não há sequer projetos para que isso ocorra?
Sem dúvidas, a pavimentação asfáltica das “outras pernas” dessas avenidas, que cruzam a cidade de norte a sul, desafogaria demais o trânsito nos horários de pico. Contudo, o prefeito não deu importância para o bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos e preferiu gastar R$ 50 milhões com locação de tendas e estrutura para festas. Ele não cumpriu a palavra dele, uma vez que prometeu asfaltar o Jardim Taquari em seis meses, mas ao final de cinco anos de mandato, não há um só metro de asfalto feito por ele naquele setor.
Outra promessa não cumprida foi a construção do Hospital Municipal de Palmas. Ele não fez qualquer questão. Para que oferecer serviços de média e alta complexidade se é possível empurrar essa obrigação para o HGP e, consequentemente, para o Estado do Tocantins? Palmas é a única capital do país que não tem um hospital municipal e isso é um absurdo. As UPAS em funcionamento hoje estavam praticamente prontas quando ele assumiu a gestão, assim como as três escolas de tempo integral, cujas obras estavam 80% construídas, fruto de emendas parlamentares antigas, direcionadas pelo senador João Ribeiro. A nossa cidade experimentou um aumento de receita vertiginoso, na ordem de R$ 3 bilhões, nos últimos cinco anos, mas esses recursos não foram investidos em obras. Cadê esse dinheiro?
A minha preocupação é que se, hipoteticamente, esse rapaz fosse eleito governador, nosso Estado se tornaria uma máquina arrecadatória – sem qualquer fim social – às custas dos médios, pequenos, microempresários e da população de uma forma geral.
O sr. tem feito, desde o primeiro dia de mandato, denúncias nos órgãos de controle (MPE, TCE, TRE, etc.) acerca das práticas da gestão que considerou como criminosas e ilegais. Recentemente, estouraram mais dois escândalos com o provável desvio de recursos na Fundesportes e no PreviPalmas. Qual é a sua visão e posição acerca de tais acontecimentos?
Vejo como uma absoluta má gestão e falta de compromisso com os recursos públicos, que são da sociedade e que precisam retornar para ela, em forma de benefícios. Não há problemas em aplicar verbas na Fundesportes, fomentar as escolinhas de futebol, judô, caratê, cultura, etc., fortalecendo o processo educacional nas escolas municipais. Contudo, esses investimentos deveriam ter sido feitos com responsabilidade e não da forma fraudulenta, como foram realizados. Em relação ao Fundo de Previdência, também segue o mesmo diapasão: os investimentos com os recursos dos servidores municipais devem seguir os mais restritos critérios da segurança e responsabilidade.
O sr. foi o autor da medida judicial que derrubou o abusivo aumento do IPTU em Palmas. Qual é a importância dessa vitória judicial para a população da capital?
Fiz o questionamento a respeito do aumento dos redutores, primeiramente, na própria Câmara Municipal. A maioria dos meus pares, à época, rejeitou meu argumento. A Justiça, agora, deu provimento. Anteriormente, se na primeira zona, por exemplo, o cidadão tinha um redutor de 55% do valor venal para cálculo do imposto, de acordo com a regra instituída pelo prefeito, esse porcentual passaria a ser 75%. Nessa jogada contábil, o porcentual do IPTU realmente não aumentou em 2018, mas se o redutor foi alterado, o valor do imposto também sofre, por consequência, majoração. Essa artimanha aumentou, em média, 36% o imposto (que significaria R$ 90 milhões a mais em 2018), enquanto a inflação no país, em 2017, foi de menos de 6%. Neste ponto reside a inconstitucionalidade do Ato, que foi reconhecida pelo Tribunal de Justiça do Tocantins. Essa não é uma vitória pessoal e sim da sociedade palmense.
O sr. é pré-candidato a deputado federal em 2018?
Sou um soldado do partido, mas esclareço, desde já, que não aceito ser usado por quem quer que seja. Tudo vai depender das articulações e coligações partidárias. Depende muito de toda conjuntura que consiga agregar força política para uma pretensão dessa envergadura. Por fim, enfatizo que a definição dessa candidatura passa pela decisão do nosso pré-candidato a governador, Ronaldo Dimas.
E quanto ao fator de o sr. representar a força anti-Amastha em Palmas? Isso não tem significância?
Não sou anti-Amastha, a minha antítese é em relação aos atos dele. A oposição que eu faço, no que se refere à gestão, baseia-se primeiramente na obediência aos princípios da legalidade, que o prefeito teima em desrespeitar. Tenho compromisso em defender os interesses da sociedade. Se ela vai reconhecer isso em forma de votos, ainda é uma incógnita.
Não me considero como a peça-chave num processo contra o Amastha, me coloco apenas como um soldado do partido que faz esse confronto, luta pela obediência à legislação e defende os interesses coletivos do povo de Palmas. Não sou o bambambã” nem o herói, nem tampouco tenho essa pretensão.
Por todo esse histórico, aliado ao fato de estar no terceiro mandato como vereador da capital, o sr. tem pretensões de um dia de ser prefeito de Palmas?
Claro que sim, é um dos meus sonhos e um dos meus objetivos de vida. Em 2020 será uma boa oportunidade para avaliar e saber do povo se ele também quer isso. Baseado no meu trabalho em prol da sociedade, creio que é plenamente possível me tornar o gestor dessa cidade.

“Afirmo que entre 10% e 15% dos alunos da rede municipal passam de ano sem saber ler e escrever e isso não pode acontecer”
E não vai ser um mandato populista, que priorizará em demasia a assistência social?
Será bem distante disso. Se for para governar Palmas, o farei com respeito, sem assistencialismos como carro-chefe. A educação e a saúde precisam ser priorizadas, porém, é necessário também reduzir custos de manutenção. Afirmo que entre 10% e 15% dos alunos da rede municipal passam de ano sem saber ler e escrever e isso não pode acontecer. O secretário municipal, Danilo Melo, sabe que eu estou falando a verdade. Não podemos viver de engodo, de faz de conta. É muito merchandising em filmes e novelas globais para poucos resultados. O dinheiro do povo de Palmas virou “banquete de malandro”.
Em relação ao processo eleitoral majoritário de 2018, qual é a posição do PR neste momento?
Aguardamos um posicionamento do prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, acerca da sua disposição em renunciar e disputar o governo do Estado do Tocantins. Essa definição partidária está atrelada à decisão dele. Enquanto aliados do PR, estamos firmes no propósito de lançar candidatura própria e não vamos nos dispersar. Caso ele decida ir para o enfrentamento, acredito que tem boas chances de chegar ao Palácio Araguaia. Consideramos o Dimas hoje o fiel da balança, porque ele tem condições de agregar a oposição em torno do seu nome. Caso Dimas não seja candidato, o grupo – de forma coesa – naturalmente encontrará outro caminho.
O que falta para Ronaldo Dimas se decidir pela candidatura ao governo?
Pelo que se percebe, Dimas gostaria de ter dos partidos aliados uma declaração antecipada de apoio. Já esses mesmos partidos querem a garantia de que haverá a renúncia à Prefeitura de Araguaína. Criou-se, então, um impasse que está sendo diuturnamente rediscutido e, em breve, apresentaremos os posicionamentos.
Essas prováveis alianças passam pela janela de transferências partidárias, cujo prazo se esgota no dia 7 de abril?
Creio que esse peso existe, mas não é o fator preponderante. Os vereadores, por exemplo, não podem usufruir dessa janela, caso queiram se candidatar nas próximas eleições. Nestas circunstâncias, o que vale mesmo são as articulações, os acordos partidários, que só devem ser firmados quando houver um amadurecimento político, evitando-se surpresas futuras.
Penso, portanto, que o Dimas está certo em aguardar e somente decidir se renuncia ou não, no prazo final. A decisão é complexa e influencia tanto a sua vida pessoal, quanto a vida da população da cidade que ele administra. A mesma regra vale para o governador Marcelo Miranda (MDB), para a senadora Kátia Abreu e para o prefeito Amastha. A decisão de concorrer ou não a este cargo muda completamente a vida de cada um deles e acaba influenciando, também, no cotidiano das comunidades residentes em nosso Estado.
O sr. é um crítico ferrenho do governo Carlos Amastha e vem discursando ao longo dos mandatos que a gestão está corrompida. Qual a sua opinião sobre uma eventual candidatura do prefeito de Palmas ao governo do Tocantins?
Amastha, pelo que demonstra, é muito vaidoso e audacioso. A decisão, como já disse, é difícil e passa pela renúncia ao mandato de prefeito, que ele disse em campanha eleitoral que jamais faria. Caso ele opte por isso, o embate é inevitável porque ele terá que enfrentar ex-aliados, que o ajudaram nessa caminhada e ele, simplesmente, desprezou. Ele se intitula como “a nova” opção, mas de novo não tem nada. Eu desafio o prefeito a mostrar as obras nessa cidade que marquem a gestão dele. Ele apenas terminou obras que já haviam sido iniciadas por outra gestão. A única marca desse governo é a alta carga tributária que ele impôs aos palmenses.
Parabéns meu amigo Vereador Lucio Campelo, estas sinceras e puras declarações verdadeiras leva aos Palmenses e Tocantinenses um reflexão da enganação #MIDIAL do Senhor 40 (Prefeito ainda de Palmas) que de verdade quase nada é verdade , sobre que ele blasfema nas redes sociais.