Prefeito não faz uma má gestão, mas deixa uma questão ainda indecifrável no ar: qual a marca deste governo?

Prefeito Carlos Amastha: faz uma má gestão? Não. Mas qual será a sua marca quando deixar o governo? | Antônio Gonçalves
Prefeito Carlos Amastha: faz uma má gestão? Não. Mas qual será a sua marca quando deixar o governo? | Antônio Gonçalves

Não há dúvida de que o prefeito de Palmas, Car­los Amastha (PSB), é um gestor eficiente. Os recursos técnicos que levou da iniciativa privada para o setor público têm funcionado. Mas não há nenhuma mágica e, mesmo, não se pode falar que se trata de um administrador dos mais criativos. Qual será sua marca, depois que deixar a prefeitura?

Ah, sim, limpava a cidade, cuidava do asfalto e pagava os salários dos funcionários públicos e fornecedores em dia. Parece muito, sobretudo devido à crise econômica nacional, mas, ante o que a história espera de um gestor, é quase nada. É o óbvio ululante e, como tal, tende a ser esquecido rapidamente: assim que o colombiano naturalizado deixar o poder e os aduladores trocarem de adulados.

O fato de que Carlos Amastha faz o feijão com arroz com eficiência — “não deixando a peteca cair”, como dizem os eleitores —, é importante. Antes um prefeito relativamente eficiente que faz o básico do que um gestor pirotécnico que nem o básico faz. É provável que Raul Filho tenha feito uma gestão mais criativa do que a de Carlos Amastha.

Porém, sua publicidade era ruim e o próprio Raul Filho, hoje no PR, sempre se comunicou mal e mantinha uma relação tumultuada com seu antigo partido, o PT. Isto sem citar os escândalos que cercaram e macularam sua gestão. Mas pode-se dizer que foi um gestor ruim? Não. Para o setor de Educação, foi um gestor de primeira linha.

Mas o que choca mesmo é a tese de Carlos Amastha, geralmente esboçada por seus aduladores de plantão, de que é o único que tem condições técnicas e políticas de gerir Palmas. É como se estivesse dizendo, mesmo quando apenas insinua, que os tocantinenses — além dos palmenses — não têm condições de gerir seu próprio destino. O fato é que, na verdade, Palmas tem vários políticos de relevo e com experiência em termos de gestão que, se eleitos, dariam conta de administrar a prefeitura com eficiência.

A tese, se é uma tese, é uma fantasia criada pela ficção dos “amasthistas”. Não é só Carlos Amastha que tem condições de gerir Palmas. É preciso parar de menosprezar os palmenses — sejam políticos, sejam eleitores.