Após a primeira quinzena de 2024 ser marcada por temporais, a previsão é que eles continem em Goiás e no Brasil inteiro. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo) alertam para chuvas intensas no Estado no próximo fim de semana, sábado, 20, e domingo, 21. A previsão é que durante a semana haja uma estiagem e na sexta-feira, 19, o tempo já comece a “fechar”.

“Vai ficar uns dois dias praticamente sem dar uma estiada, se chover vai ser muito pouco, aí no final de semana realmente a gente já volta com chuvas. Aí fica o alerta porque a gente quer preservar as vidas. Às vezes para salvar algum bem material, a pessoa acaba colocando a vida dela em risco. Está chovendo? Pensa, sai do local onde está em risco e vai para um local um pouco mais seguro, mas se há risco de transbordar, não pode atravessar de forma alguma”, explicou André Amorim, gerente do Cimehgo.

No dia 27 de dezembro, um forte temporal atingiu Goiânia, causando alagamentos na Rua 87, conhecida por problemas recorrentes. Em meio ao caos, um homem decidiu usar a espessa camada de água para pilotar seu jet ski, desafiando as restrições de tráfego.

Já no último domingo, 7, uma tempestade ainda mais intensa atinge a capital, especialmente nas áreas noroeste e sul. O Ribeirão Anicuns recebe uma quantidade significativa de água em pouco tempo, resultando em alagamentos, principalmente na região de Campinas. Em um episódio inusitado na Vila São Luiz, um homem, com água pela cintura, atravessa uma via, ignorando uma placa de “pare”, para resgatar um cavalo ilhado.

Homem pilotando jet ski e cavalo ilhado durante chuvas em Goiânia. | Fotos: Reprodução / Leoiran/Jornal Opção

Chuvas preocupam produtores

A intensificação das chuvas, influenciada pelo calor e por mudanças climáticas abruptas em diversas regiões, resultou em tragédias recentes, como as que ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro, causando várias mortes. No Paraná, as chuvas atingiram a região Noroeste, Campo Mourão e Umuarama, prejudicando as áreas de colheita de variedades precoces de soja. Os danos já são evidentes. No Mato Grosso, por exemplo, as colheitas também foram severamente afetadas, gerando um prejuízo estimado em cerca de 500 milhões de reais.

As perdas não afetarão apenas a produção de soja, na qual o Brasil historicamente obteve bons resultados. Há também impactos significativos no milho, com previsões de preços alcançando patamares semelhantes aos da pandemia da Covid-19 e da estiagem no Rio Grande do Sul, em torno de R$ 100 por saca.

Anteriormente, em algumas regiões do país, o milho chegou a ser vendido a R$ 155 por saca de 60 kg. Essa possibilidade se repete agora com as chuvas no Mato Grosso e as perdas e atrasos em outros estados que afetam a produção de soja. Esses contratempos prejudicam os agricultores, que podem não ter recursos para investir na próxima safra de milho. O cenário atual coloca em risco a expectativa de plantio que se tinha, podendo não ser atingida conforme o planejado.