A Polícia Federal (PF) vai começar na próxima segunda-feira, 24, a análise dos dados sobre grupos neonazistas que teriam ligação com ataques a escolas no Brasil enviado pelo aplicativo mensagens Telegram na última sexta-feira, 21. Caso o aplicativo se recusasse a compartilhar os dados, a rede social poderia ter suas atividades suspensas no Brasil e pagaria uma multa de R$ 100 mil por dia.

O compartilhamento dos dados com a polícia se deu depois de ordem judicial. O Telegram foi intimado a repassar as informações depois de um ataque a uma escola em Aracruz (ES) em que o homem que matou quatro pessoas na unidade de ensino teria interagido com neonazistas por meio do aplicativo.

A polícia ainda não confirmou se os dados compartilhados pela plataforma atendem perfeitamente à solicitação da Justiça para a investigação. Se forem insuficientes ou não atenderem perfeitamente ao que foi solicitado, a pena de suspensão poderá ser aplicada.

A Justiça Federal tinha determinado o envio do material na última quarta-feira, 19, mas autoridades chegaram a reclamar publicamente da recusa do Telegram em compartilhar as informações com a polícia.

Na última quinta-feira, 20, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a Secretaria Nacional do Consumidor notificou redes sociais para o fornecimento de dados que ajudem na identificação e combate a grupos e indivíduos que promovem ameaças em plataformas digitais. Até então, apenas o Telegram não tinha atendido à solicitação.