Barroso diz que parte das redes sociais estão alinhadas com a extrema-direita e precisam ser regulamentadas

14 maio 2024 às 17h00

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Com o argumento de combater as desinformações, Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta terça-feira, 14, que as redes sociais sejam regulamentadas. Ele ainda afirmou que parte dessas plataformas estão articuladas com a extrema-direita. As informações são do jornal O Globo.
As declarações foram feitas após a reunião do J20, um evento organizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que contou com a participação de representantes de outros tribunais dos países membros do G20.
De acordo com Barroso, as plataformas devem adotar uma postura mais “cooperativa” e evidenciar um compromisso real em combater os deep fakes. Apesar de sua assertividade, o ministro observa uma mudança de atitude por parte da maioria das empresas nos últimos anos.
“Algumas estão começando a perceber o dano que podem causar à humanidade e ao seu próprio prestígio. No entanto, outras estão alimentando seu interesse comercial, buscando mais engajamento através do ódio. É lamentável que o ódio, a mentira e a desinformação gerem mais interação, e algumas empresas estão se associando a movimentos de extrema-direita”, pontuou.
O ministro mencionou a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, que já contabiliza 147 mortes, além das notícias falsas que estão circulando sobre o assunto.
“Em algum momento, será necessário regulamentar isso, e as pessoas precisam ter a consciência de que estamos aqui para fazer o bem, não o mal. É inacreditável que a baixa motivação política leve à zombaria das mortes, do sofrimento e deste momento dramático no Rio Grande do Sul”, frisa.
Na reunião de hoje, o tema central foi a inteligência artificial. Na introdução, Barroso destacou aspectos positivos e negativos dessa tecnologia e alertou para o risco de uma possível singularidade
“Os cientistas estão atualmente investigando a possibilidade de as máquinas desenvolverem consciência e assumirem o controle do mundo, um risco que é estimado em menos de 10% neste momento. Embora inicialmente tenha me sentido calmo ao ler isso, depois refleti sobre uma matéria que levantava a questão de se eu entraria em um avião sabendo que há 10% de chance de acidente. Isso me fez repensar minha posição”, disse o Barroso.
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