Bastidores

[caption id="attachment_35738" align="aligncenter" width="620"] Enil e Buonaduce podem se unir contra Lúcio Flávio | Fotos: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
Felicíssimo Sena e Miguel Cançado devem bancar a candidatura de Flávio Buonaduce Borges para presidente da OAB-Goiás, na eleição de novembro deste ano, daqui a cinco meses e alguns dias. Está praticamente afunilado. O que se deve trabalhar, a partir de agora, é o apoio de Enil Henrique — que começa a receber o aplauso da categoria, por sua capacidade administrativa e trato diplomático com os advogados, e não apenas os aliados — para a candidatura de Buonaduce.
A tese da tendência OAB Forte é lógica: se eleito, Lúcio Flávio de Paiva vai articular, possivelmente, uma profunda auditoria com o objetivo de “atingir” tanto Henrique Tibúrcio quanto Enil. O corolário da tese é: o adversário comum de Enil e Buonaduce, portanto, é Lúcio Flávio. Mas a candidatura de Enil não está descartada.

O jogo do governador Marconi Perillo em Goiânia passa pela criação de uma estratégia para derrotar Iris Rezende, possível candidato do PMDB a prefeito. Não quer dizer que o tucano-chefe vai embarcar em qualquer projeto, deixando de bancar um candidato de seu grupo político. “O que mais Vanderlan apreciou na conversa com Marconi foi sua sinceridade”, afirma o vereador Elias Vaz, do PSB. “Ficou absolutamente claro que Marconi não tem como apoiar Vanderlan no 1º turno, e isto nem é bom para o nosso candidato. O que se conseguiu foi distensionar a relação e deixar evidente que Vanderlan não quer fazer a política do ódio.” No 2º turno, se ficarem no páreo Iris e Vanderlan, aí Marconi vai colocar sua estrutura política a favor do segundo. Derrotar Iris é decisivo porque significa enfraquecer o PMDB e, possivelmente, Ronaldo Caiado na disputa de 2018. Quanto a Vanderlan, se for eleito, será positivo para o projeto de Marconi, pois resultará que a oposição ficará mais fraca na disputa para o governo. Se perder, ainda assim ganha-se um aliado.

Analistas dizem pelo menos quatro candidatos consistentes vão disputar a Prefeitura de Goiânia em 2016. O PMDB deve bancar Iris Rezende, com Sandro Mabel na vice. O PSDB deve lançar Jayme Rincón e, na vice, Sandes Júnior. O PSB definiu que seu candidato será Vanderlan Cardoso. A aposta do PSD deve ser Francisco Júnior ou Virmondes Cruvinel.
O médico João Alberto deve enfrentar uma parada federal em Santa Helena: o bem-sucedido Judson Lourenço, do PMDB, apontado como um gestor eficiente — ainda que não como em gestão anterior — e íntegro. Filho do ex-governador Alcides Rodrigues, João Alberto acredita que, se conseguir colocar na campanha o pai e a mãe, a ex-prefeita Raquel Rodrigues, tem chance de derrotá-lo. Parece que é uma missão impossível.

O prefeito de Guapó, o irrequieto e irascível Luiz Juvêncio, do PMDB, talvez seja um dos mais odiados — senão o mais odiado — do Estado. Os funcionários o temem e o consideram grosseiro. Nas ruas, as pessoas falam em dois prazeres: quando elegeram-no e, sobretudo, quando conseguirem retirá-lo do poder, em outubro de 2016. A população reza para dois “santos laicos” disputarem a eleição: Colemar Cardoso ou Divino Eterno. “Tudo, menos Juvêncio”, diz-se.

Humberto Machado está se comportando como se fosse “dono” e não prefeito de Jataí. Criticado com moderação pelo vereador Vinicius Luz, do PSDB, o peemedebista — que não teria apoiado Iris Rezende para governador, configurando traição política — passou a atacá-lo numa rádio. Machado não é incompetente e tudo indica que é um gestor decente. Mas não pode se comportar como brucutu e tentar impedir que seus adversários façam críticas, na maioria das vezes, por sinal, construtivas.

O Jornal Opção pediu que cinco auxiliares do governador Marconi Perillo (PSDB) listassem os deputados que mais defendem e menos defendem as políticas do governo do Estado. Deputados que mais defendem:
- Chiquinho Oliveira (PHS),
- Gustavo Sebba (PSDB),
- Jean Carlo (PHS),
- José Vitti (PSDB),
- Júlio da Retífica (PSDB),
- Lissauer Vieira (PSD),
- Santana Gomes (PSL),
- Talles Barreto (PTB) e
- Virmondes Cruvinel (PSD)
- Diogo Sorgatto (PSD),
- Dr. Antônio (PDT),
- Henrique Arantes (PTB),
- Lincoln Tejota (PSD),
- Mané Oliveira (PSDB) e
- Nédio Leite (PSDB)

O Jornal Opção pediu a seis deputados que mencionassem os deputados estaduais mais atuantes — levando em consideração participação em comissões e no plenário e elaboração de projetos.
Veja a lista (as fotos são reprodução do site da Alego e arquivo pessoal do jornal):
1 — Adib Elias (PMDB) — Falem mal ou bem, mas o líder de Catalão se posiciona com firmeza, participa dos debates com energia e incomoda o governo. É mais incontrolável do que José Nelto.
2 — Adriana Accorsi (PT) — Sabe fazer oposição com firmeza, independência. Critica com habilidade, sem arrogância. É tida como preparada e mantém contato estreito com a sociedade civil e segmentos organizados.
3 — Bruno Peixoto (PMDB) — É tido como o rei dos requerimentos. Faz oposição com firmeza, surpreendendo até seus aliados.
4 — Ernesto Roller (PMDB) — Faz oposição com firmeza e coragem. É articulado e astuto. Incomoda o governo.
5 — Gustavo Sebba (PSDB) — O jovem está surpreendendo porque se posiciona com firmeza. Não se circunscreveu ao debate paroquial de Catalão. É consistente nas suas posições sobre o setor de saúde, Defende o governo.
6 — Humberto Aidar (PT) — Conseguiu aprovar o Código de Ética. É considerado um dos deputados mais articulados.
7 — Jean Carlo (PHS) — Atuação parlamentar e forte ligação com a sociedade civil, articula com habilidade e civilidade.
8 — José Nelto (PMDB) — Mexe com os humores do governo. Criou o site Goiás Real, que mexe nas entranhas do governo tucano. É duro no discurso e divulga a maioria das denúncias contra a gestão tucana.
9 — Júlio da Retífica (PSDB) — Participação ativa nos debates da AL. Faz a defesa do governo de modo contundente, sem populismo.
10 — Lissauer Vieira (PSD) — Atuação equilibrada, preocupa com as questões realmente importantes do Parlamento. Surpreende.
11 — Lucas Calil (PSL) — Tido como rei da tribuna. Atuação parlamentar destacada e busca se aproximar da sociedade civil.
12 — Luis Cesar Bueno (PT) — Dos deputados das oposições, é o que discute os assuntos e maneira mais técnica e rigorosa. Politiza o debate, mas sem descuidar das questões técnicas.
13 — Santana Gomes (PSL) — Presença ativa na tribuna, incomoda a oposição. É “rústico”, mas tem tutano e se posiciona.
14 — Talles Barreto (PTB) — Atuação parlamentar sólida e articulada, experimentada. Defende o governo com competência.
15 — Virmondes Cruvinel (PSD) — Atuação parlamentar destacada. É apontado como corajoso. Não teme, por exemplo, vaia. Forte ligação com a sociedade civil, notadamente empresários e jovens.

O governo de Marconi Perillo deve privatizar a Celg, a Metrobus e a Iquego. No caso da Iquego, que produz medicamentos, o governo tentou parcerias, mas não deu certo. Por isso deve ser privatizada.

Empresários, inclusive os mais próximos do tucanato, como a presidente da Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg), Helenir Queiroz, perceberam como bola fora a proposta de o governo do Estado criar um salário mínimo regional superior à média nacional. Os empresários acrescentam que só a iniciativa privada teria de pagar o salário mínimo mais elevado, o que provocaria um rombo nas contas de seus empreendimentos. Pela primeira vez, em muito tempo, os empresários demonstraram descontentamento com uma decisão do governador Marconi Perillo, do PSDB.

[caption id="attachment_35720" align="alignright" width="300"] Família Baldy | Foto: reprodução / Facebook[/caption]
Tucanos graduados sugerem que Luana Limirio Baldy pode ser candidata a prefeita de Anápolis. Mulher do deputado federal Alexandre Baldy (PSDB), Luana gosta de política e tem forte ligação com o município, onde seu pai, Marcelo Limirio, instalou a Neoquímica, laboratório de medicamentos incorporado pelo grupo Hypermarcas.
Não há nada decidido. Trata-se de especulação. Mas, na hipótese de Luana Baldy ser eleita, o tucanato ganharia uma prefeita e manteria um deputado federal. Ao mesmo tempo, constituindo um grupo político, Alexandre Baldy poderia sair fortalecido para a disputa do governo de Goiás em 2018 ou 2022.

Pesquisas, oficiais e apócrifas, acenderam a “luz amarela” nas hostes tucanas. O prefeito de Anápolis, João Gomes, é mais forte eleitoralmente do que se imaginava. As pessoas dizem, em termos bem populares, que o petista, com a saída de Antônio Gomide, “não deixou a peteca cair”. João Gomes é firme, duro nas respostas, mas, sobretudo, é um administrador seguro e eficiente. Ele está sempre preocupado com o crescimento da economia, mas, seguindo a linha de Gomide, sem deixar de pensar no desenvolvimento (que, a rigor, é a repartição dos frutos do crescimento).

O PT de Goiás tentou emplacar Edward Madureira (ex-reitor da UFG) e Antônio Gomide (ex-prefeito de Anápolis) em cargos federais. Mas não conseguiu. Motivo: o partido só tem um deputado federal em Goiás, o que, em termos de Congresso Nacional, não fede nem cheira.

O fato é que, no Palácio do Planalto, o único goiano que realmente tem prestígio é Olavo Noleto. Ninguém mais. Olavo Noleto trafega, com desenvoltura, tanto entre petistas graúdos quanto entre líderes de outros partidos.
O peemedebista-chefe Iris Rezende continua insistindo que o PT deve lançar a “menina Accorsi” (a deputada Adriana) para prefeita de Goiânia. Para que possa fazer, na campanha, a defesa do prefeito Paulo Garcia. O ex-governador gosta do petista, mas não quer defendê-lo na campanha.