Bastidores

[caption id="attachment_35173" align="aligncenter" width="620"] Vanderlan Cardoso e Marcos Abrão: mesmo sem fusão, os dois políticos (com apoio de Lúcia Vânia) têm projetos para 2016 e 2018 | Foto: divulgação[/caption]
As fusões partidárias dançaram a valsa do adeus. O DEM e o PTB desistiram da fusão e seus líderes não querem mais saber de conversa. O chefão do PTB, Roberto Jefferson, que fala pela boca da filha, a deputada federal Cristiane Brasil, planeja expurgar o deputado Jovair Arantes, acusando-o basicamente de ter articulado a derrocada da fusão. De fato, o parlamentar goiano trabalhou, em tempo integral, contra a fusão e para que o partido permanecesse na base da presidente Dilma Rousseff. Na verdade, a maioria dos parlamentares do partido, e não apenas Jovair, prefere permanecer apoiando o governo federal a bandear-se para a oposição. Não se pode desconsiderar também que parte significativa dos integrantes do DEM, como o influente senador Ronaldo Caiado, fez o impossível para detonar a fusão.
Uma fusão que parecia praticamente certa e era positiva para todos também deu com os burros n’água. O PSB e o PPS chegaram a namorar, colocaram as alianças, mas na hora agá fugiram da igreja — deixando os “padrinhos”, Roberto Freire (PPS) e Carlos Siqueira (PSB), desolados. A principal crise se deu nos Estados de Pernambuco e São Paulo. No momento, o PSB é controlado pelos líderes de Pernambuco. Com a fusão, os líderes do novo partido em São Paulo assumiram o comando, o que desagradou os nordestinos. O problema reside no PSB, e não no PPS, que havia aceitado a fusão de maneira coesa.
Na sexta-feira, 12, o PPS deve organizar um encontro para deliberar pela não-fusão. O PSB também vai se reunir, em separado, admitindo que a fusão naufragou.
Em Goiás, o PSB e PPS, mesmo sem a fusão, vão continuar aliados. O PSB será comandado pela senadora Lúcia Vânia, que deve assumir a presidência, e pelo empresário Vanderlan Cardoso, pré-candidato do partido a prefeito de Goiânia. O deputado federal Marcos Abrão, presidente do PPS em Goiás, é sobrinho de Lúcia Vânia e vai manter o apoio à candidatura de Vanderlan.
Vanderlan disse ao Jornal Opção na quarta-feira, 3, que, “mesmo sem fusão, nós [PSB e PPS) vamos caminhar juntos. Só temos a ganhar com a aliança”. O PPS, encorpado com a aliança com Lúcia Vânia e Vanderlan, também quer manter a aliança. Se fizer o prefeito de Goiânia — Vanderlan —, o PSB deve lançar candidato a senador em 2018, Lúcia Vânia, e, se a aliança com o PSDB naufragar, pode até mesmo lançar candidato a governador.
Para Vanderlan, a aliança entre o PSB e o PPS cria uma alternativa política consistente em Goiás, tanto para a disputa de 2016 quanto para a eleição de 2018. “Já começamos com uma senadora e um deputado federal, que são políticos consistentes. Não estamos chegando para marcar posição. Estamos chegando para ganhar eleições.”

[caption id="attachment_35721" align="aligncenter" width="620"] Família Baldy: Luana pode ser candidata em Anápolis | Foto: reprodução / Facebook[/caption]
O PSDB planeja lançar o deputado federal Alexandre Baldy, de 34 anos, para prefeito de Anápolis, em 2016. O tucano quer e está articulando a montagem de uma aliança ampla para disputar a prefeitura da segunda cidade mais importante de Goiás. Porém, entrevistado pelo Jornal Opção, na quarta-feira, 3, admitiu que sua mulher, Luana Limírio Baldy, pode ser candidata a prefeita do município.
“Luana adora política, coordenou minha campanha em Anápolis e é bem conhecida na cidade. Portanto, pode pintar uma surpresa. Mas admito que, por enquanto, sou o pré-candidato.” A tese dos baldystas é que, no caso de vitória de Luana, o grupo ganharia uma prefeita e manteria um deputado federal, o que seria importante para colocar emendas da União para alavancar a gestão. Ao mesmo tempo, se conseguir eleger a prefeita, Baldy poderia se colocar como candidato a governador de Goiás não em 2022, como pretende, e sim, antecipando seu projeto, já em 2018.
Baldy sublinha que não fez pesquisa, mas conta que já ouviu dizer que alguns levantamentos o apontam na frente do prefeito João Gomes.
Sobre a possibilidade de presidir o PSDB — teria sido rifado pelo governador Marconi Perillo, que nunca disse uma palavra sobre o assunto —, Baldy disse que colocou seu nome à disposição do partido. “Se o PSDB entender que meu nome é qualitativo para presidi-lo, continuo à disposição. Mas nunca formei chapa para disputar contra outra chapa.”
As relações políticas e pessoais de Baldy com o governador Marconi Perillo “não estão estremecidas”. “Quando me dispus a ser candidato a presidente do PSDB, a primeira pessoa que consultei foi Marconi.”
Sobre trocar o PSDB pelo PTB: “Alguns partidos me convidaram. A Renata Abreu, que dirige o PTN em nível nacional, me ofereceu o comando do partido em Goiás. Ela quer um deputado federal no comando. Mas adianto que não quero sair do PSDB.”

A secretária da Educação do governo de Goiás, Raquel Teixeira, exonerou os subsecretários da Educação de Catalão, Goiatuba, Formosa e Morrinhos. A ex-deputada alega que está buscando eficiência e meritocracia — sugerindo que os demitidos não era adequados. Há indícios de perseguição política, porque pelo menos dois dos afastados são ligados ao secretário de Gestão e Planejamento, Thiago Peixoto (PSD). Problema: Teixeira nomeou subsecretários por intermédio de portaria, ignorando que deveria ser por meio de decreto.

O senador Ronaldo Caiado disse que a indecência da fusão entre o DEM e o PTB — partidos que não têm identidade alguma; um é liberal e o outro, estatizante, desde sua criação no tempo de Getúlio Vargas — naufragou. Na quinta-feira, 11, a Executiva do DEM se reúne, em Brasília, para divulgar que vai caminhar sozinho, sem o PTB. Caiado diz que o DEM é um partido de posicionamentos claros e faz oposição consistente e direta ao governo da presidente Dilma Rousseff, do PT. O PTB é assim: parte leva vida de solteiro, excomungando Dilma Rousseff, mas a maioria prefere, dados os cargos e os recursos financeiros, ficar casadinha com o governo do PT.

[caption id="attachment_22770" align="aligncenter" width="620"] Senador Wilder de Morais: o Mr. Dinheiro | Foto: Agência Senado[/caption]
O senador Wilder Morais, conhecido em Brasília como Mr. Dinheiro, é o objeto de desejo do PSD do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e do PMDB do presidente do Senado, Renan Calheiros. Este, por sinal, é habitué de sua bela chácara no município de Nerópolis. Os dois são carne, unha e, às vezes, cutícula.
Irritado com o que chama de “personalismo” do senador Ronaldo Caiado, Wilder Morais não fica no DEM nem que a vaca tussa em iídiche ou aramaico. O empresário — que só de aluguéis recebe mais de 1,2 milhão de reais por mês — ficou contente com a informação de que o Supremo Tribunal Federal firmou jurisprudência de que, ao mudar de partido, senadores não perdem o mandato. Ele está olhando o caso da senadora Lúcia Vânia com lupa importada... da China.
Detalhe: Wilder Morais não nasceu para ser oposição e, por isso, está louco para ir para a base da presidente Dilma Rousseff.

[caption id="attachment_33563" align="alignright" width="620"] PMDB de olho na senadora Lúcia Vânia | Foto: Agência Senado[/caption]
Temer operou, contra a dupla Passando e Passado, para Júnior Friboi assumir o comando do PMDB em Goiás. Mas, apesar de seu esforço, não contou com a energia suficiente do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e de seu filho, o deputado federal Daniel Vilela. Há quem acredite, entre os temeristas, que os dois Vilelas “gostam” de Friboi, mas, no fundo, avaliam que, se ficar fora do partido, é positivo para o projeto de Daniel Vilela — que pretende disputar o governo de Goiás já em 2018. Se permanecer no partido, Friboi passa ser um concorrente do parlamentar.
O maguitismo avalia que, se Iris Rezende for derrotado na disputa para prefeito de Goiânia, dificilmente terá condições de bancar o senador Ronaldo Caiado para governador de Goiás em 2018. Assim, o candidato seria mesmo Daniel Vilela. É a aposta dos aliados de Maguito Vilela.

Faça sol ou faça chuva, o governador Marconi Perillo deve bancar Jayme Rincón, do PSDB, para prefeito de Goiânia — possivelmente com Virmondes Cruvinel, do PSD, na vice. Porém, como não há nada definido — as eleições vão se realizar daqui a um ano e três meses —, há a possibilidade de, se filiado ao PP do vice-governador José Eliton, o vereador Tayrone di Martino ser indicado para vice do tucano.

[caption id="attachment_37074" align="alignright" width="620"] Governador Marconi Perillo continuará tucano | Foto: Alexandre Parrode / Jornal Opção[/caption]
O governador Marconi Perillo foi tratado pela comunidade judaica de São Paulo na terça-feira, 2, em São Paulo, de maneira VIP. Parecia um presidenciável. O presidente do Hospital Albert Einstein, Cláudio Lottemberg, organizou o encontro com os ex-ministros Celso Lafer (especialista em Hannah Arendt) e Andrea Calabi, médicos renomados e empresários do primeiro time.
O que mais impressionou os interlocutores, inclusive o especialista em Hannah Arendt, é que Marconi Perillo se mostra atualizado a respeito de temas brasileiros e internacionais, discutindo tanto política quanto economia com desenvoltura.
Nada ansioso, Marconi ouviu as opiniões com atenção e, de maneira ponderada, emitiu as próprias opiniões, agradando, visivelmente, empresários, intelectuais e médicos (muito atentos às informações sobre a saúde em Goiás).
Políticos e empresários nacionais costumam sugerir que avaliam o governador Marconi como mais maduro e tecnicamente preparado do que o senador mineiro Aécio Neves, apontado por todos como apenas um bon vivant, um mineiro acariocado.
E, diferentemente do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que alguns ainda chamam de Picolé de Chuchu, o avaliam como nada insosso. “O governador de Goiás tem presença e comportamento de estadista”, frisou um empresário.

[caption id="attachment_36737" align="alignright" width="250"] Raquel Teixeira | Foto: Mônica Salvador[/caption]
Irritada com o apelido de “Robespierre do Cerrado”, porque guilhotinou a cabeça de quatro subsecretários da Educação no Estado — aparentemente, sem consultar o governador Marconi Perillo — e estaria disposta a cortar a cabeça do superintendente de Cultura, Aguinaldo Coelho, Raquel Teixeira estaria, segundo uma figura de proa do governo, tentada a pedir o boné. O certo é que não vai conseguir defenestrar Aguinaldo Coelho — que estaria apontando como “muito parado” e “burocrático” —, porque ele é da cota pessoal do tucano-chefe.
O atraso do Fica, que ficou para agosto, é interpretado, no governo, como um mau passo de Raquel Teixeira. Mais um.
Nos bastidores, Raquel Teixeira costuma sugerir que está mais prestigiada do que a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa. De fato, o governador Marconi Perillo respeita a secretária e a avalia como séria e competente. Só cobra mais empenho na adoção das organizações sociais na educação.

Por receio de perseguição, dirigentes de organizações sociais e ocupantes de cargos comissionados na Secretaria da Saúde não o dizem publicamente, mas, sob o manto do anonimato, garantem, com todas as letras, que Antônio Faleiros está fazendo “muita falta”. Hoje, com dois secretários, Leonardo Vilela, o titular, e Halim “Jirad”, que se considera titular, mas é reserva, a Saúde está burocratizada e em crise. Leonardo Vilela, cotado para a vaga de Sebastião Tejota no Tribunal de Contas do Estado, permanece, porém, prestigiado pelo governador Marconi Perillo, que o considera “leal” e “digno”. “Jirad”, tido como arrogante e autoritário, estaria com os dias contados. Consta que, se for defenestrado, “Jirad” sairá feliz da vida. Estaria cansado da burocracia da secretaria.

[caption id="attachment_34367" align="aligncenter" width="620"] Iris Rezende não quer se responsabilizar pelas ações do petismo em Goiânia e também pela crise moral do PT nacional | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O Jornal Opção conversou com três peemedebistas ligados ao ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende e perguntou sobre a terapia entre o casal PT e PMDB. Sardônico, um deles disse: “O PMDB mudou de casa, já tem outra mulher e está propondo o divórcio o mais rápido possível. Mas o PT, abandonado, não aceita o divórcio, exceto se litigioso, e prefere manter um relacionamento que já acabou. O PT parece que quer prolongar o sofrimento”.
O irista mais velho e mais ponderado brinca menos: “Na verdade, Iris não quer massacrar o prefeito Paulo Garcia, mas deu autorização para seus aliados mais próximos se afastarem e, até, criticarem o petista-chefe”.
Depois de examinar pesquisas, que sugerem que o PT “queima” o PMDB de Goiânia, Iris teria acatado a sugestão do deputado José Nelto — de que afastar-se agora pode “descontaminar” o PMDB e salvá-lo de uma possível derrota em 2016.
Noutras palavras, o que o PMDB está sugerindo, e não mais nas entrelinhas, é que não se sente responsável pela gestão do prefeito Paulo Garcia em Goiânia nem pelo PT local e nacionalmente. “O PMDB quer ‘o fora do PT’ desde já”, afirma o terceiro peemedebista.

O presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, deve bancar Chiquinho Oliveira ou Jean Carlo, deputados estaduais, para presidente do partido em Goiás. JC é o favorito. Porém, se confirmada a expulsão de Jovair Arantes do PTB, o deputado federal deve ser convidado a se filiar ao PHS. Chiquinho Oliveira e Jean Carlo abririam mão e o apoiariam para presidente regional do partido. “Trata-se de um grande reforço político. Além de deputado influente em Brasília, comanda uma grande estrutura política em Goiás”, sublinha Jean Carlo.
Quem apostar suas fichas político-eleitorais no ex-prefeito dará com os burros n'água
O ex-prefeito de Itaberaí Wellington Baiano já havia sido cassado e agora foi condenado por improbidade administrativa em segundo grau. Seus direitos políticos foram suspensos por cinco anos (até 2020). Em seguida, completados os cincos anos, será a aplicada a Lei da Ficha Limpa, somando mais oito anos de afastamento da política. Assim, Baiano poderá disputar mandato eletivo em 2028.
Aliados de Wellington Baiano dizem que pode disputar mandato de prefeito em 2016. A lei diz que não pode. Quem apostar suas fichas político-eleitorais no ex-prefeito dará com os burros n'água.
[Foto do Portal Itaberaí]

Aviso aos argonautas: o ex-prefeito Iris Rezende e o vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano, ambos do PMDB, são carne, unha e, às vezes, cutícula. Agenor Mariano, político leal, trabalha para que Iris Rezende seja candidato a prefeito de Goiânia. Ao mesmo tempo, nos recentes conflitos com o prefeito da capital, Paulo Garcia, sinaliza que seu chefe político, Iris Rezende, está mesmo se afastando tanto do petismo quanto do paulo-garcismo. A tese do irismo é a seguinte: fez tudo o que podia para ajudar Paulo Garcia. E, como o PT não apoiou Iris Rezende no primeiro turno da eleição de 2014 — o que foi visto como uma traição política —, o irismo sente-se desobrigado de manter a aliança em 2016. Outro problema apontado pelo irismo: os adeptos de Iris Rezende não conseguiram nenhuma nomeação para cargo relevante ou mesmo irrelevante no governo da presidente Dilma Rousseff.

A Assembleia Legislativa de Goiás deve aprovar um projeto que possibilita transferir créditos tributários para a Goiás Parcerias — presidida pelo empresário e ex-senador Cyro Miranda. A Goiás Parcerias poderá emitir debentures, quer dizer, poderá vender créditos no mercado.