Bastidores
Na sexta-feira, 19, numa longa conversa com o Jornal Opção, o delegado e deputado federal Waldir Soares, do PSDB, revelou que, em 2014, conversou duas vezes com Iris Rezende sobre a possibilidade de disputar mandato de deputado federal pelo PMDB.
As conversas foram feitas no apartamento e, depois, no escritório de Iris Rezende (na Avenida T-9). Naufragaram a partir do momento em que o peemedebista-chefe, agindo como oligarca e cacique, insistiu para que Waldir Soares disputasse mandato de deputado estadual, e não de federal. Já naquele momento o peemedebista tentava “proteger” o mandato de sua mulher, Iris Araújo. Se tivesse patrocinado o delegado, ela teria sido reeleita — ainda que carregada.

O deputado estadual Luis Cesar Bueno (PT) diz que o governo de Goiás apresentou projeto, na Assembleia Legislativa, pelo qual se tira deputados e prefeitos das decisões do Coíndice (o conselho que distribui o ICMS para os municípios).
“Se o projeto for aprovado, a Secretaria da Fazenda, por meio de um grupo técnico, ficará com 100% do controle do Coíndice.” Luis Cesar Bueno frisa que “o mais estranho é que os prefeitos, assim como a Associação Goiana de Municípios (AGM), estão ‘calados’. Será que os prefeitos e os deputados vão ceder suas prerrogativas? Francisco Júnior, do PSD, defende o projeto, mas percebo que até deputados da base não querem sua aprovação”. “O Legislativo não pode ser um poder ‘eunuco’”, corrobora um governista.

O PMDB é hoje um calo no sapato pragmático e ideológico do PT da presidente Dilma Rousseff. Por isso, em alguns Estados, não será considerado aliado preferencial do petismo. No momento, o PSD é visto como um aliado mais confiável e que não quer destruir ou tomar o lugar do PT no plano federal. Por isso pode ser que em Rio Verde o candidato do PSD a prefeito, possivelmente Heuler Cruvinel, conte com o apoio do ex-deputado estadual Karlos Cabral. Os dois políticos, jovens, abriram diálogo e, se o segundo for vice do deputado federal, não será nada surpreendente. O problema é que há resistência, na base do líder pessedista, a uma aliança com o petismo.

Júnior do Friboi está dizendo aos aliados e amigos que, em 2018, será candidato a governador de Goiás com o apoio do governador Marconi Perillo e do PMDB. A chapa majoritária teria Friboi para governador, Marconi Perillo e Maguito Vilela (ou Daniel Vilela) para senador e um vice indicado pelo PSDB. Pode parecer ingenuidade, mas Friboi acredita na hipótese. Sobretudo, se permanecer no PMDB, vai trabalhar para tentar torná-la factível. A tese do grupo de Friboi é prosaica, mas contém certa lógica: o grupo de Marconi Perillo terá completado, em 2018, vinte anos ininterruptos de poder. Portanto, sem uma renovação global, inclusive de nomes, terá dificuldade de eleger um político do grupo para mais um mandato. Só há um senão na interpretação do friboizismo: o vice-governador José Eliton (PP), se candidato a governador, terá como se apresentar como o “novo”. E não só pela idade, menos de 50 anos, mas, sobretudo, porque é um jovem de ideias renovadas e que nunca exerceu nenhum mandato executivo e legislativo.

[caption id="attachment_31020" align="aligncenter" width="620"] Foto: Marcos Kennedy[/caption]
O deputado estadual Francisco Oliveira (PHS) apresentou projeto de lei que destina reserva de vagas às pessoas com deficiência nas contratações em entidades e órgãos públicos.
Para o parlamentar, é de extrema importância defender as causas que fortaleçam o segmento que é carente de atenção por parte do poder público. “Meu compromisso é ajudar a dar dignidade e estou aberto para discutir e viabilizar ações em favor das pessoas com deficiência.”
De acordo com a gerente da Pessoa com Deficiência do Estado de Goiás, Maria de Fátima Carvalho (Clara), o projeto é importante porque demonstra um avanço na conquista dos direitos da pessoa com deficiência. “Essa nova medida vai ajudar muitas pessoas capacitadas e que ainda não tiveram oportunidades de trabalho.”
Clara sublinha que vai acompanhar o andamento do processo e que vislumbra o cumprimento da lei por parte das organizações. “Agradecemos a iniciativa do deputado e esperamos que os órgãos cumpram com a norma.”
Para o vice-presidente e advogado da Adfego André Jonas, o projeto é pertinente, pois abre um campo de oportunidades para a pessoa com deficiência. Segundo ele, é importante que haja a cobrança tanto por parte do poder público quanto por parte da sociedade para o cumprimento da nova lei. “Precisamos acompanhar com ações conjuntas para que esse projeto seja efetivo.”
Francisco Oliveira tem um histórico expressivo de atuação em benefício das pessoas com deficiência. Quando era vereador de Goiânia e presidente da Câmara Municipal, ajudou com a reforma e construção da central de atendimento para a Associação de Deficientes Auditivos, doação de ônibus, reforma de prédios para a associação Pestalozzi e convênios com empresas para a contratação de funcionários portadores de deficiência, dentre outras ações.
O parlamentar reitera seu compromisso e afirma que vai continuar trabalhando para atender e colaborar com as entidades. Segundo ele, os projetos ligados à pessoa com deficiência são extremamente relevantes para promover a valorização dos direitos sociais e humanos de cada um.

O empresário Júnior Friboi confidenciou a dois políticos goianos que na segunda-feira, 22, o PMDB pode até tentar expulsá-lo. Mas que, com o apoio do vice-presidente da República, Michel Temer, e dos deputados federais Daniel Vilela e Pedro Chaves, a decisão será revertida em Brasília. Tese de Friboi: se permanecer no PMDB, a situação de Iris Rezende fica tão complicada que é possível que nem mesmo dispute a Prefeitura de Goiânia — o que abriria espaço para uma possível composição com Vanderlan Cardoso, do PSB. Nas conversas brasilienses, peemedebistas nacionais ficaram impressionados com a história de que Iris Rezende está promovendo uma perseguição individual a Friboi. Porque outros peemedebistas, como o advogado Robledo Rezende — que, ao contrário de Friboi, subiu no palanque do governador Marconi Perillo —, não foram incomodados em nenhum momento. O problema, portanto, não é que Friboi votou em Marconi Perillo para governador, e sim o fato de que, como é capaz de articular uma estrutura política e financeira própria e independente do irismo, se tornou um incômodo e até ameaça para a sobrevivência política cacique-chefe.

O deputado federal Waldir Soares diz que o PSDB vai lançar candidato a prefeito em Aparecida de Goiânia. “Mas não será eu, lógico, pois vou disputar a Prefeitura de Goiânia.” Waldir Soares arrola três pessoas que podem disputar a prefeitura do município: o comandante geral da Polícia Militar de Goiás, coronel Silvio Benedito; o deputado federal João Campos e o presidente da Associação Comercial e Industrial de Aparecida (Aciag), Osvaldo Zilli. “Nós temos a chance de ganhar a eleição em Aparecida. Como candidato em Goiânia, vou também fazer política, durante a campanha, em Aparecida e aposto que vamos derrotar o candidato do prefeito Maguito Vilela”, diz Waldir Soares.

Em Luziânia, cidade mais próspera do Entorno de Brasília, conta-se que crianças de um ano e alguns meses falam “mamãe”, “papai” e “Marcelo Melo”. Brincadeira? Lógico, mas no sentido de que se trata do favorito para prefeito do município.
Marcelo Melo, que deve trocar o PMDB pelo Pros de Eurípides Júnior, terá como vice — bancado pelo deputado federal Célio Silveira (PSDB) — Marcos Cunha, do PTB, ou Télio Rodrigues, do PSDB. Os dois são vereadores; o segundo, presidente da Câmara Municipal, derrotou o candidato do prefeito Cristóvão Tormin, que os adversários chamam de “Vão Dormin” e “Mortin da Silva”.
O curioso é que, mesmo saindo do PMDB, Marcelo Melo terá o apoio do vice-presidente da República, Michel Temer.

[caption id="attachment_38681" align="aligncenter" width="620"] Os presidenciáveis Pedro Paulo de Medeiros, Enil Henrique e Flávio Buonaduce | Fotos: Facebook e Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
Há duas OAB Forte: a de Felicíssimo Sena e Miguel Cançado, de um lado, e a de Enil Henrique e Márcio Messias, de outro. A primeira planeja bancar Flávio Buonaduce ou Pedro Pedro Paulo Medeiros para a disputa da presidência da Ordem, em novembro deste ano. A segunda pretende lançar Enil Henrique, atual presidente. Há, porém, uma movimentação interna, cada vez menos sutil, que defende uma recomposição dos dois grupos.
No caso de recomposição, Enil Henrique, que faz uma gestão eficiente na OAB-Goiás, pode ser o candidato a presidente da reconciliação. O motivo do reagrupamento? O fato de que, com a divisão, Lúcio Flávio Paiva, da oposição, pode sagrar-se vitorioso e, se isto acontecer, comandar uma grande operação de caça às bruxas, com auditorias divulgadas com grandes estardalhaço.
Os líderes das duas correntes da OAB Forte estão percebendo, aos poucos, que, na prática, não são “inimigas” — ou adversárias, para usar a linguagem da democracia —, mas que vão enfrentar um “inimigo” ou “adversário” poderoso e motivado, o grupo de Lúcio Flávio e Leon Deniz. Portanto, unida, a OAB Forte permanece, como o nome indica, fortíssima. Dividida, pode ser presa relativamente fácil para o “predador”.

[caption id="attachment_33507" align="aligncenter" width="620"] Armando e Iris durante campanha de 2014 | Foto: Leoiran[/caption]
Ao contrário do que publicou a imprensa, baseada em informações sugeridas possivelmente pelo staff irista, o ex-deputado federal Armando Vergílio, presidente regional do Solidariedade, não confirmou ao Jornal Opção na sexta-feira, 19, que seu filho, o deputado federal Lucas Vergílio, do SD, será vice de Iris Rezende na disputa pela Prefeitura de Goiânia, em 2016.
Armando respeita Iris Rezende, mas frisa que é “muito cedo para decidir” sobre composições partidárias e candidaturas. “Ainda nem foi definida a Reforma Política”, sublinha. Em seguida, sugere: “O Solidariedade poderá ter candidato próprio em Goiânia”.
Fundamental é articular o Solidariedade em todo o Estado. “Sinceramente, não estamos pensando nisso”, quer dizer, na disputa em Goiânia e em vice.
Cauteloso, Armando não critica Iris nem os iristas. Outro político não tem papas na língua: “Colocar Lucas Vergílio como vice com o único objetivo de ‘devolver’ Iris Araújo à Câmara dos Deputados chega ser desrespeitoso com o Solidariedade”.

O padre Robson — uma das principais estrelas da Igreja Católica no Brasil, não apenas em Goiás — estaria costurando uma aliança política inusitada em Trindade. O prefeito tucano Jânio Darrot disputaria a reeleição com o ex-petista Tayrone di Martino na vice. Oficialmente, não há nada acertado. Mas há conversações.

[caption id="attachment_10688" align="aligncenter" width="620"] Euler Morais, secretário de Governo | Foto: Reprodução/Secom Aparecida de Goiânia[/caption]
O secretário de Governo da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Euler Morais, diz que pode “brigar para não ser candidato à sucessão do prefeito Maguito Vilela (PMDB), mas não para ser candidato”. Apontado como o nome preferido de Maguito, por ter capacidade de gestão — é responsável por alguns dos principais programas da administração do peemedebista —, Euler, na verdade, que ser candidato. Mas avalia que o momento de discutir a questão é no próximo ano.

[caption id="attachment_38594" align="aligncenter" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O deputado federal Waldir Soares não quer mas pode trocar o PSDB por outro partido, como PTN ou PHS, com a finalidade de disputar a Prefeitura de Goiânia, em 2016. “Vou disputar, não tenho como fugir da raia, pois estou sendo ‘pressionado’ pelos eleitores. Nos lugares que frequento, públicos ou privados, sou mais aplaudido do que as demais autoridades. Nas pesquisas, estou em segundo e, às vezes, em primeiro lugar. Pesquisas mostram que supero Iris Rezende, do PMDB.”
Waldir diz que está vacinado para a tese de que eleição para prefeito é diferente de eleição proporcional. “Sei que é, mas o eleitor quer, para cargos majoritários, políticos arrojados, capazes de enfrentar adversidades. É o caso do Marconi Perillo de 1998, que contava com escassa estrutura e foi eleito governador, derrotando Iris. Meu estilo de fazer política, comunicando-me diretamente com o povo, prescinde de gastos faraônicos. É preciso lembrar que obtive 178 mil votos só em Goiânia. Tenho identidade com a cidade.”
História macabra (digna da ficção do britânico Ian McEwan) que se conta em Senador Canedo: um empresário, riquíssimo, se recusou a repassar 100 reais para o filho pagar um traficante de drogas. Resultado: o criminoso matou-o com mais de 30 tiros. Agora, o empresário quer ser candidato no município.

O advogado Robledo Rezende conta que a Câmara Municipal de Porangatu criticou duramente o ex-prefeito Júlio da Retífica. O deputado estadual teria feito críticas aos vereadores e, por isso, eles reagiram com acidez. Os vereadores sublinharam que Júlio da Retífica e seu grupo político perderam várias eleições na cidade — caracterizando, na opinião deles, um “processo de decadência política”. O competente “Diário do Norte” registrou a história.