Uma nova tecnologia que equipa radares de velocidade, instalada em cidades como Anápolis, São Paulo, Curitiba, Salvador, Aracaju, e Novo Hamburgo (RS), promete detectar com precisão motos driblando o equipamento de segurança pela calçada, condutores sem capacete, conversões proibidas e retornos irregulares. O objetivo da medida é punir pilotos que cometem infrações de trânsito.

Aliado a câmeras de monitoramento de alta definição, os medidores de velocidade são dotados de softwares que conseguem emitir dados como a tentativa de motociclistas driblar o radar pela calçada, parada sobre faixa de pedestres, avanço de semáforo no vermelho, fluxo em contramão, falta de capacete, ultrapassagem e conversão proibida. A tecnologia, chamada de laço indutivo, permite registrar e capturar a imagem do veículo e da moto em qualquer local da via.

O especialista em mobilidade, Guilherme Araújo, que também é diretor-presidente da Velsis, explica que a tecnologia possibilita a captura instantânea da imagem da moto, inclusive entre faixas, permitindo a perfeita identificação quanto à marca, modelo, placa, local, data e horário da infração. Ele complementa ainda que, adicionalmente, o equipamento pode gerar um vídeo, tornando o registro ainda mais incontestável. A partir das imagens, os órgãos de trânsito podem autuar os infratores.

“Todas as informações geradas pelos sensores permitem aos agentes públicos monitorar e avaliar comportamento e tendências de comportamento dos condutores, inclusive das motos, bem como autuar – se houver desrespeito e legislação vigente”, explica Guilherme Araújo.

Motos se envolvem mais em acidentes

Os acidentes envolvendo motos, em vias e rodovias de todo o país são crescentes, assim como a frota. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, o primeiro semestre deste ano registrou 50% mais vendas de motos.

Seguindo o aumento da frota, o número de infrações com motociclistas também subiu 14,3% em 2021, se comparado com o ano anterior. Ao todo, foram registrados 71.344 ocorrências no país. Os acidentes com motos representam 54% de todos os acidentes de trânsito do Brasil, segundo a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), mesmo que as motos representem 22,1% da frota. Neste período, cerca de 308 mil motociclistas precisaram ser hospitalizados, e cerca de 2 mil não resistiram aos ferimentos. O total de hospitalizações custou R$ 279 milhões aos cofres público.