Policiais penais de Goiás auxiliam na busca e recaptura dos dois foragidos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, ocorrida no dia 4 de fevereiro. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-GO), 12 policiais penais embarcaram no último sábado, 17. Os agentes são integrantes do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope) e da Gerência de Inteligência e Observatório da Diretoria-Geral de Polícia Penal.

A fuga do presídio federal foi a primeira registrada na história do País. Os dois foragidos são do Comando Vermelho. Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Querubin, tem 35 anos e é condenado a 74 anos de prisão. Ele responde a mais de 50 processos, entre os quais crimes de homicídio e roubo. Deibson Cabral Nascimento, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”, tem 33 anos, e tem seu nome ligado a mais de 30 processos, nos quais responde pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Os dois são naturais de Rio Branco (AC).

“Recebemos o pedido de apoio da Secretaria Nacional de Políticas Penais, por meio do Ministério da Justiça. Assim que fomos autorizados, fizemos a composição da equipe e os mesmos iniciaram a missão já neste sábado”, explica o diretor-geral de Polícia Penal, Josimar Pires.

Além de veículos e armamentos, a equipe também levou dois drones equipados com tecnologia de visão noturna e térmica, pertencentes à Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGPP). Essas aeronaves não tripuladas fazem parte do conjunto de itens recentemente adquiridos pelo Governo de Goiás e destinados ao aprimoramento do sistema penitenciário do estado.

“Estamos trabalhando diariamente para recapturar foragidos da justiça, não só de Goiás. Este mês participamos da recaptura de dois foragidos na Bolívia. Também pegamos um em uma praia do Rio de Janeiro. Em dezembro, ajudamos na recaptura de um foragido na Bélgica”, revela Josimar Pires.

Relembre fuga do presídio federal

Dois integrantes do Comando Vermelho fugiram de uma prisão de segurança máxima no Rio Grande do Norte. | Foto: Secretaria Nacional de Políticas Penais

A Polícia Federal segue na busca pelos dois presos, Deibson e Rogério, que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). A fuga ocorreu na última quarta-feira, 14. Esta foi a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, criado em 2006, que atualmente conta com cinco presídios de segurança máxima.

A recaptura dos presos é a prioridade das forças de segurança nacionais e estaduais do Rio Grande do Norte, segundo o secretário nacional de Políticas Penais, André de Albuquerque Garcia. Os dois presos utilizaram ferramentas encontradas dentro do presídio para escapar.

A unidade estava passando por uma reforma interna e os equipamentos não foram guardados adequadamente, facilitando o acesso dos detentos. “Eles usaram um alicate que certamente estava jogado no canteiro de obras, quando deveria estar trancado, como ocorre em outras reformas de presídios”, explicou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

Os fugitivos também ultrapassaram facilmente um tapume de metal e depois, com os alicates, eles cortaram as grades para a parte externa.Além disso, algumas câmeras não estavam funcionando adequadamente, assim como algumas lâmpadas que poderiam detectar a fuga.

O Rio Grande do Norte não registra fugas em suas unidades prisionais desde 2021, segundo dados oficiais. Alguns anos antes, em 2017, o Estado assistiu a uma rebelião generalizada na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, em ofensiva que deixou ao menos 26 presos mortos.

No começo do ano passado, o Estado registrou uma onda de violência coordenada pelo Sindicato do Crime, facção que rivaliza com o PCC na região, em cerca de 20 cidades, incluindo Natal. Os casos consistiram em ataques a ônibus, incêndios de estruturas de prefeituras e do governo, além de tiros desferidos contra bases policiais e sedes do Judiciário.