Ex-ministro Anderson Torres depõe à PF nesta segunda-feira

08 maio 2023 às 07h38

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Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL), deverá prestar depoimento à Polícia Federal na tarde desta segunda-feira (8). Desta vez, ele será ouvido no âmbito do inquérito que investiga a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022 (relembre abaixo).
O depoimento será realizado no Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do DF, onde Torres se encontra detido desde janeiro, sob suspeita de ter sido omisso nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos três poderes foram depredadas. Na ocasião, ele ocupava o cargo de secretário de Segurança do DF.
Leia mais: Defesa pede revogação da prisão de Anderson Torres
Por solicitação da defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL), o depoimento marcado pela Polícia Federal para o dia 24 de abril foi adiado para esta segunda-feira. A alegação foi de “piora” no estado de saúde do acusado.
No entanto, o relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes, determinou a nova data, afirmando que Torres foi avaliado por um profissional médico que atestou que suas medicações foram ajustadas, e que ele tem recebido acompanhamento médico constante.
Moraes também garantiu ao ex-ministro o direito ao silêncio e a proteção contra autoincriminação, caso seja questionado sobre questões que possam prejudicá-lo. A defesa de Torres continua buscando reverter sua prisão preventiva, alegando que não há mais justificativas legais para mantê-la.
No depoimento, Anderson Torres deve prestar esclarecimentos sobre a atuação da PRF nas eleições do ano passado, principalmente no segundo turno. Há suspeita de que a corporação tenha agido para dificultar o acesso de eleitores às urnas, principalmente no Nordeste.
Um relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria Geral da União (CGU) mostra que a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula (PT) era favorito, contra 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do segundo turno das eleições de 2022.
À época, o Ministério da Justiça – ao qual a PRF está subordinada – era comandado por Torres. Atual ministro da Justiça, Flávio Dino afirmou que os dados apresentados pela PRF apontam ao menos três “anomalias” na corporação durante as eleições de 2022:
- Concentração de operações no Nordeste;
- Mudanças no planejamento inicial;
- E uma determinação para que a PRF atuasse em conjunto com a Polícia Federal no segundo turno.