Cantora denuncia exploração sexual de crianças na Ilha de Marajó; veja
23 fevereiro 2024 às 08h41
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A cantora gospel Aymeê utilizou a música para denunciar a exploração sexual de crianças e o tráfico de pessoas menores de idade na Ilha de Marajó, no Pará. Durante a semifinal do programa “Dom reality”, competição musical entre artistas do universo gospel transmitida no YouTube, ela apresentou sua música autoral intitulada “Evangelho de fariseus”. A letra da música faz menção direta à Ilha de Marajó, destacando os problemas sociais e ambientais na região amazônica.
Após sua apresentação, Aymeê afirmou que na Ilha de Marajó, localizada a alguns minutos de Belém, ocorre um grande tráfico de órgãos, além de casos graves de pedofilia. Ela relatou que crianças de apenas 6 ou 7 anos saem em canoas e se prostituem por apenas R$ 5 em barcos na região.
Assista:
A questão sobre os abusos sexuais em Marajó já foi alvo de polêmica devido a acusações envolvendo informações falsas. Em 2020, durante um culto evangélico em Goiânia, a então ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que estava investigando denúncias de mutilação e tráfico de crianças para exploração sexual na Ilha de Marajó. No entanto, o Ministério Público Federal (MPF) no Pará solicitou informações detalhadas sobre as acusações, e Damares admitiu não possuir provas concretas para sustentar suas alegações, que foram consideradas fake news pelo MPF.
É importante ressaltar que Marajó enfrenta sérios problemas sociais, econômicos e ambientais, como evidenciado pelo seu baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Em maio de 2023, o governo federal lançou o programa Cidadania Marajó para lidar com a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes na região, substituindo o projeto anterior “Abrace o Marajó” criado durante o governo de Jair Bolsonaro.
Denúncias sobre a exploração sexual de adolescentes em Marajó não são novas e têm sido feitas há décadas pelo bispo emérito da região, Monsenhor Dom José Luiz Azcona. Ele foi fundamental para a instalação da CPI da Pedofilia na Assembleia Legislativa do Pará e no Congresso Nacional nos anos de 2009 e 2010. Em 2023, Dom José Luiz Azcona recebeu um pedido da representação diplomática do Vaticano no Brasil para deixar a região, mas após protestos da população local, a decisão foi revertida.
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