Unimed: mães de autistas denunciam falta de atendimento e má prestação de serviços
23 fevereiro 2024 às 10h28
COMPARTILHAR
A Unimed voltou a ser alvo de denúncias por má prestação de serviço nesta quinta-feira, 22, após cerca de 70 mães de autistas protagonizarem manifestação contra o plano de saúde em Rio Verde. Mudanças drásticas em tratamentos e a recusa de atendimentos pela cooperativa foram alguns dos problemas expostos pelas mulheres.
LEIA TAMBÉM
Diretores falam em ‘boicotes’ dentro da administração da Unimed Goiânia
Uma das genitoras presentes no protesto foi Silvia de Paiva Moreira, de 40 anos. Mãe de Davi Luiz Moreira Guedes, de 5 anos, a mulher conta que o plano de saúde quer mudar a profissional com quem o filho, que possui grau 3 autismo, faz tratamento há três anos.
Acontece que a psicóloga foi terceirizada pela Unimed Rio Verde, que pretende usar uma profissional credenciada no plano para seguir o tratamento. O problema, conforme Silvia, é que a empresa quer começar o acompanhamento do zero. A mãe teme que o filho regresse com a mudança.
“Ele já foi agressivo e agora, depois de três anos de tratamento, que ele está começando a se desenvolver. O pedido, não só meu, mas de todas as mães que estão em pânico, é que os nossos filhos não sofram essa poda. O autista não entende isso, vou regredir ele ao zero. Precisamos continuar o tratamento com os profissionais que a Unimed propôs no início”, explicou.
Para Silvia, o plano está preocupado com o lucro e não com o tratamento dos autistas. Segundo ela, a mudança drástica pode acarretar problemas sérios às crianças e, em alguns casos, até irreversíveis. Por conta disso, as famílias estudam levar os problemas à Justiça.
“Só a gente sabe o quanto foi difícil para a gente e para o Davi. Os planos querem colocar todos dentro da rede deles, mas eles precisam entender que começamos os tratamentos oferecidos por eles. Eles fizeram negociações diretas com outros profissionais, mas a gente não tem culpa disso”, afirmou.
Atendimento negado
Outra mãe que luta para evitar danos ao filho Athos Bueno Ferreira, de 5 anos, é Deborah Ferreira Bueno, de 36 anos. O garoto, que tem grau 2 de suporte, possuía deficiente verbal. Ou seja, precisa de um tratamento específico, o Musicoterapia, para conseguir desenvolver a fala.
Entretanto, mesmo com o laudo que confirma a condição da criança, o tratamento de Athos foi negado pelo plano de saúde. A Unimed Rio Verde justificou a família que o tratamento não foi autorizado, visto que ele não possui comprovação de eficácia.
“Meu filho já se encontra em tratamento há mais de um ano. Agora, eles estão negativando o tratamento do Athos, um tratamento que a própria instituição encaminhou”, disse.
O Jornal Opção procurou a Unimed Rio Verde para que se posicionasse, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.