Pacientes de câncer têm tratamento interrompido por falta de pagamento do Imas
20 janeiro 2024 às 11h53
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Alvo frequente de denúncias por má prestação de serviço, o Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais (Imas) de Goiânia volta a apresentar problemas. Desta vez, pacientes oncológicas afirmaram que tiveram o tratamento interrompido por falta de repasse de verba da prefeitura ao ambulatório onde são atendidos, mesmo tendo um desconto mensal de R$ 600 da folha salarial.
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Diagnosticada com câncer de mama há 9 anos, a aposentada Ivone Teixeira da Cunha, de 56 anos, foi uma das sete pacientes que foram pegas de surpresa com o aviso de que não poderiam mais continuar o tratamento oncológico. Segundo ela, a unidade de saúde informou na última quarta-feira, 17, que não recebe do Imas desde de março de 2023.
Lutando contra uma metástase e sem condições de arcar com a medicação, que deve ser ingerida por um período de 10 anos, Ivone pensa em entrar na Justiça contra o plano de saúde como já fez em outras ocasiões. Segundo ela, o Imas já havia se recusado a pagar o tratamento que chega a R$ 27 mil mensais.
“Entrei na Justiça e consegui fazer com que o Imas arcasse com o tratamento e me devolvesse o dinheiro que havia gasto com os medicamentos. Na época, vendi algumas coisas e comprei uma caixinha para tomar até ver se a decisão”, explicou em entrevista ao Jornal Opção.
Com a interrupção, Ivone teme pela vida, visto que o tratamento oral e aplicável impede o avanço da metástase pelo corpo dela. Desde 2015, a mulher luta contra a doença que a fez perder as duas mamas.
“Ainda consegui pegar o medicamento [do mês]. Penso que se eles não derem uma resposta pra gente até a próxima semana, vou ter que entrar na Justiça de novo. Quem é que consegue manter um medicamento de R$ 27 mil por mês? Posso vender o carro, uma casa e conseguir manter por alguns meses, mas a longo prazo não vou conseguir”, desabafou.
Problemas com o plano
A funcionária pública Isabel Cristina, de 56 anos, também teve o tratamento interrompido 10 meses após descobrir um câncer de mama. Enfrentando um tratamento de sete a 10 anos, a professora já realizou cirurgias nos dois seis e se prepara para retirar os ovários.
Isabel diz que começou a fazer radioterapia recentemente e que, cada sessão, custa em torno de R$ 3 mil. Ao todo, o tratamento dela inclui 15 sessões que são custeadas pelo plano. Segundo ela, até um simples exame de sangue, por falta de laboratório pelo Imas, deve ser arcado pelo paciente.
“Muitos laboratórios deixaram de atender por falta de pagamento, enfrentamos dificuldades para realizar os principais exames que temos que fazer diariamente. Meu oncologista disse que não recebe há um ano e dois meses. O Imas não nos dá retorno quanto a solução do problema, além de passar por uma doença dessas, não temos opções de fazer o tratamento onde queremos”, afirmou.
Procurado, o Imas informou que está enfrentando problemas, mas que o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) e o presidente do órgão, Marcelo Marques, estão trabalhando para regularizar o plano.