O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que, até 2025, o Brasil deverá registrar 704 mil novos casos de câncer de pele por ano. O tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos). Em seguida, vêm os casos de câncer de mama feminina (10,5%) e os de próstata (10,2%).

Em se falando de câncer de pele, todos os anos, o Brasil registra cerca de 180 mil novos casos da doença, de acordo com o INCA. Em Goiás, estimativas baseadas em dados do INCA projetam o diagnóstico de 9.380 novos casos de câncer não melanoma entre homens e mulheres e de 190 casos de câncer melanoma (a incidência é menor, mas esse é o tipo mais agressivo).

A doença é dividida entre melanoma, que é o mais grave, e o não melanoma, representando 95% do total de casos de câncer de pele. A condição é caracterizada pelo crescimento descontrolado e anormal das células na pele e está associada a exposição excessiva de luz solar. Com o início do verão nos países do hemisfério sul no final do mês, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) institui a campanha Dezembro Laranja. A ação busca incentivar as maneiras de prevenção e detecção precoce do câncer de pele.

De acordo com o oncologista clínico do Centro de Oncologia IHG Gabriel Felipe, quando diagnosticado precocemente, o câncer de pele tem mais de 90% de chances de cura. “É ideal que às pessoas sempre consultem um dermatologista regularmente para fazer um check-up, para avaliar a condição da pele, lesões pré-existentes ou novas lesões, se elas estão em crescimento ou não. O monitoramento é imprescindível para evitar o câncer de pele”, comenta.

Oncologista Gabriel Felipe. | Foto: Divulgação.

Segundo a dermatologista Aline Longatti, a condição pode afetar qualquer pessoa, entretanto há fatores, como pele clara, muitas sardas e histórico familiar, que podem aumentar o risco. Para a detecção precoce, ela sinaliza a importância de observar a pele, com atenção, em sinais, pintas e manchas preexistentes ou que tenham surgido recentemente. Apesar da alta incidência, o câncer de pele não melanoma apresenta menor taxa de mortalidade, porém, se não tratado adequadamente pode causar deformações no corpo.

Dermatologista Aline Longatti. | Foto: Divulgação.

Uma boa forma para identificar pintas que podem evoluir para um câncer é o método ABCDE: assimetria: um lado diferente do outro; borda irregular: se o contorno parece contínuo ou é uma linha tortuosa; cor: mais de duas cores, como marrom claro e escuro; diâmetro: mais do que 5 milímetros; e evolução: se está mudando de cor, forma, tamanho.

Quando há suspeitas, o diagnóstico é realizado por meio de exame clínico, que em sua maioria, é feito pelo aparelho dermatoscópico. A ferramenta permite visualizar e analisar camadas da pele não vistas a olho nu, viabilizando a necessidade, ou não, da biópsia.

Prevenção

A dermatologista recomenda o uso de protetor solar com fator de proteção solar (FPS) acima de 30 diariamente. Segundo Aline Longatti, mesmo nos dias nublados é essencial a utilização, bem como a reaplicação a cada três horas. “Por mais que haja indicação constante do filtro solar e sua importância, ainda, é necessário uma visão de ação, das pessoas, para o seu uso. É extremamente importante à proteção dos raios UVA e UVB, isso é um recurso de prevenção gigantesco”, comenta. Para exposição direta do sol, a recomendação é, também, de camisetas de manga longa, chapéu de aba larga e óculos de sol.

Durante o dia a dia, se possível, é necessário evitar o sol intenso, principalmente de 9h às 15h. Neste momento, os raios UVB são mais fortes, havendo dano maior à pele e saúde.

Ainda de acordo com a médica, é importante lembrar da hidratação da pele pela via oral. “Com essa onda de calor, é extremamente necessário a ingestão de líquidos. Eu gosto, também, de recomendar aos meus pacientes o uso de nutricosméticos via oral, como polipodium leucotomus, que ajuda na fotoproteção da pele”, conta.

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