É possível morrer de calor? Pesquisadores dizem que sim, e de 27 formas diferentes
16 dezembro 2023 às 10h07
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Em mais uma onda de calor, Goiás e outros estados seguem com termômetros batendo temperaturas elevadas pela 9ª vez em 2023. Uma situação considerada extremamente perigosa porque pode causar danos na saúde e até matar. Segundo estudo da Universidade do Havaí, há 27 formas do calor extremo matar uma pessoa.
A primeira forma, e talvez a mais conhecida seja a desidratação, uma situação no qual a pessoa fica com deficiência de água no corpo. Só que há outros mecanismos fisiológicos que podem ser desencadeados com o calor: citotoxicidade térmica, coagulação intravascular disseminada, isquemia, resposta inflamatória e rabdomiólise.
Ainda há possibilidade das altas temperaturas causarem falência em diversos órgãos, como cérebro, coração, fígado, intestino, rins, pâncreas e pulmões. De acordo com os pesquisadores, as altas temperaturas criam 35 combinações possíveis de quadros que podem ser fatais. Sendo que 27 já ocorreram anteriormente, com comprovação que foram relacionadas ao calor.
Por isso, a recomendação durante ondas de calor extremo é de que as pessoas se mantenham sempre hidratadas e em locais mais frescos possíveis dentro de casa. Também não é recomendado sair de casa e realizar atividades físicas mais pesadas durante as horas mais quentes do dia. Banhos frios e refeições leves também são outras sugestões.
Durante os dias mais quentes, o cuidado precisa ser redobrado com idosos e crianças principalmente. Esses dois grupos são considerados os mais vulneráveis para as altas temperaturas.
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Temperaturas extremas são o gatilho silencioso para a falência de sete órgãos vitais:
. cérebro
. coração
. intestinos
. rins
. fígado
. pulmões
. pâncreas
No calor, o corpo tenta equilibrar a temperatura interna desviando o fluxo sanguíneo desses órgãos para a pele. Dependendo da intensidade ou duração da onda de calor, o mecanismo de autoproteção pode levar ao suprimento inadequado de sangue nesses órgãos vitais, causando isquemias, ataque cardíaco, falência dos rins, coágulos cerebrais formados por causa do desvio do fluxo sanguíneo para a pele etc.
A temperatura também altera o funcionamento das enzimas, aumentando o risco de inflamação. A desidratação de vias aéreas aumenta o risco de infecção por bactérias e fungos. Os rins absorvem mais água, o que pode levar à insuficiência renal e infecção urinária.
“É como um filme de terror com 27 finais ruins para escolher”, resumiu Camilo Mora, pesquisador da Universidade do Havaí, na apresentação de um estudo sobre os desfechos fatais relacionados ao calor.