A participante do Big Brother Brasil 24, Yasmin Brunet, relatou no programa que sofre de compulsão alimentar e vem descontando sua ansiedade na alimentação. Diante do comportamento, o Jornal Opção conversou com especialista para explicar o que é compulsão alimentar, quais são os sintomas desse transtorno alimentar e como buscar ajuda.

A psicóloga Juliana Meneghelo explica que exagerar na comida vez ou outra como forma de aliviar o estresse pode acontecer com qualquer um. Episódios desse tipo são conhecidos como fome emocional e só se configuram um transtorno caso aconteçam com constância.

“Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais (DSM-IV-TR), a compulsão alimentar pode ser compreendida como transtorno quando ocorrem episódios frequentes, pelo menos duas vezes por semana, e quando esse comportamento se prolonga por um período específico, de pelo menos 6 meses”, destaca a especialista.

Juliana também ressalta que, para ser caracterizado como Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica, o comportamento deve necessariamente estar acompanhado de outros, como perda de controle, culpa ou vergonha após comer, e não pode estar associado a comportamentos compensatórios para perder peso, como uso de diuréticos, laxantes ou até mesmo vômitos voluntários, o que configuraria um quadro de bulimia.

No último sábado, 20, durante a tarde na casa do Big Brother Brasil 24, Yasmin Brunet voltou a falar com os brothers sobre os comentários que fizeram a respeito de sua compulsão alimentar, que ocorre quando a pessoa sente necessidade de comer para compensar a ansiedade.

Yasmin Brunet comenta sobre compulsão alimentar no BBB 2024. Foto: Reprodução/Instagram.

Além de carregar a culpa pela incapacidade de controle, as pessoas acometidas pela compulsão podem ter problemas sérios de saúde. O transtorno pode acarretar doenças e comorbidades como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, cálculo renal, apneia do sono, diminuição da capacidade respiratória, gastrite e refluxo.

Cuidados

Mas, para quem sofre com o problema, nem tudo está perdido. A psicóloga destaca que com comprometimento e o apoio profissional adequado é possível reverter o quadro. Normalmente, o tratamento é feito de forma multidisciplinar, com a participação de psiquiatras e nutricionistas, além de psicólogos. Em alguns casos, o uso de medicamentos é necessário.

“O primeiro passo é identificar o motivo real da busca pelo alimento”, diz a psicóloga. “A ansiedade é um dos fatores que apresentam relação direta com a compulsão alimentar, pois os estímulos ansiosos para a comida, aos poucos, tornam-se um hábito. Muitas vezes, o ato de comer compulsivamente resulta de quadros associados à fome emocional, que surge de repente e a pessoa se vê dominada por ela.”

Ciente da origem do problema, pouco a pouco, o paciente pode dar pequenos passos que vão levar à melhora de seu quadro. “É importante que a pessoa ingira muita água, não faça dietas restritivas e não fique sem se alimentar por grandes intervalos de tempo”, afirma Juliana.

Entretanto, destaca a psicóloga, a dica mais importante é encontrar estratégias de manejo da ansiedade. “Buscar atividades de distração para os momentos que a ‘vontade de comer’ bater, como por exemplo ler um livro, passear com o pet, tomar um banho ou ouvir uma música, é de grande ajuda nesses momentos, assim como a prática da respiração profunda”, ressalta.

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