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O Governo de Goiás decreta estado emergência devido ao aumento de casos e pedido de internação causados pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), nesta segunda-feira, 30. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), os índices de pedidos de internações atingiram limites acima do esperado para o ano por sete semanas seguidas, sendo um aumento acima de um terço do registrado no mesmo período do ano de 2024.

A SRAG é um quadro agudo causado respiratório pela infecção de três viroses, a Influenza, a Covid-19 e o Rinovírus. De acordo com a pasta, foram contabilizados 7.477 casos de SRAG em 2024 inteiro, sendo 905 por Influenza e 960 por Covid-19, enquanto em 2025, até o momento, já são 6.743 casos de SRAG, sendo 1.117 por Influenza e 306 por Covid-19. 

Em relação a solicitação de internação, Goiás registrou 8.011 pedidos de internação por SRAG entre janeiro e julho de 2024. Durante esse mesmo período de 2025, os índices chegaram a 10.676 solicitações.

O aumento dos casos e das internações levaram o Estado a decretar Estado de Emergência para a conversão de leitos em terapia intensiva destinada ao atendimento de pacientes afligidos pelas doenças, que já é quase metade do ano passado. A conversão ocorre tanto nas unidades conveniadas com o Estado quanto nas disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

O decreto é protocolado pela SES-GO ao Ministério da Saúde (MS) do Governo Federal, que deve ingressar com mais requerimentos de recursos para combater o aumento de casos e internações. Além disso, informam que 24 municípios expediram estes pedidos de conversão de leitos junto ao MS. 

Essa medida veio a partir da Portaria 7.211 de 11 de junho de 2025 do MS que disponibilizou recursos extras das diárias para os leitos pelo SUS, bem como conversões dos locais. De acordo com a normativa, aumentam os valores pagos pelas diárias dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) destinadas aos enfrentamento das doenças no valor de R$ 2.000,00, bem como a criação de um recurso de R$ 500 de diária a leitos de Suporte Ventilatório Pulmonar (SVP) para os acometidos pela SRAG. 

De acordo com o titular da pasta, Rasível dos Santos, a decretação de emergência veio para ampliar o atendimento e garantir os fundos do MS. Além disso, afirma que muito do cenário atual da doença se resume pela baixa cobertura vacinal dos grupos prioritários (gestantes, crianças e idosos). “Quando a pessoa não se vacina ela não deixa de proteger apenas ela mesma, ela deixa de proteger o coletivo. Se vacinar é uma tarefa de cidadania.”

Por outro lado, aponta que as internações por SRAG lotam os mesmos espaços destinados para outros tratamentos que podem deixar de serem feitos. “Nossa taxa de ocupação de UTI está acima de 85% — tanto UTIs neonatal quanto UTIs adulto e UTIs pediátricas. É preciso que a gente tome medidas para dar a resposta adequada para a população”, afirma.

Segundo Flúvia Amorim, subsecretária de Vigilância em Saúde da SES-GO, os índices vacinais dos grupos de risco estão abaixo da meta. Atualmente, a taxa de cobertura média para essa classe das duas vacinas disponíveis está em 39%, sendo uma taxa de 21% de gestantes, 33% de crianças e 42% de cobertura de idosos. 

Por causa disso, aponta que há uma alta probabilidade dos índices de 2025 superarem as taxas de internações e óbitos ainda em setembro do ano de 2024. “Se nós tivéssemos uma cobertura vacinal melhor — como tínhamos em anos anteriores — essas internações, pelo vírus influenza, seriam muito menores.” 

Devido ao risco, Luciano Carvalho, subsecretário de Assistência à Saúde, aponta que os grupos prioritário precisam tomar medidas de cuidados (chamadas medidas não farmacológicas) para prevenir a contaminação pessoal e de outras pessoas, como a higiene, a manutenção de um ambiente bem ventilado e a restrição do contato com pessoas contaminadas. Apesar disso, afirma que a melhor medida preventiva ainda é a vacinação.

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