Bolsonaro ordena reverter corte no Farmácia Popular, após pressão política
14 setembro 2022 às 15h59
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Após repercussão negativa e temendo desgaste na campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ordenou aos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Saúde, Marcelo Queiroga, a reversão dos cortes feitos no orçamento do programa Farmácia Popular para o próximo ano. As informações foram reveladas por Valdo Cruz, comentarista de política e economia da GloboNews. Os dois ministros haviam reduzido a verba para distribuição gratuita de medicamentos e produtos do Farmácia Popular em 60% no Orçamento da União de 2023.
O corte, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, reduz a verba do programa no ano que vem dos R$ 2,04 bilhões no orçamento de 2022 para R$ 804 milhões na proposta de lei orçamentária de 2023, uma diminuição de 60%, que iria afetar o acesso da população de baixa renda a 13 tipos diferentes de medicamentos usados no tratamento de diabetes, hipertensão e asma, além de restringir a distribuição de fralda geriátrica.
Ao Jornal Opção, o presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfar), Pedro Basílio, criticou o corte de recursos feito pelo governo federal ao programa Farmácia Popular. “O governo Bolsonaro vem desidratando e retirando recursos do programa desde o início de seu mandato e este último corte pegou muito mal porque veio para garantir recurso para o orçamento secreto. Acho importante que tenha revisto o corte mas não acredito que isso reverta o estrago gerado em sua campanha”, disse.
O ministro da Economia informou ao presidente que o corte foi feito para respeitar o teto de gastos, mas assessores do presidente avaliaram o corte como uma “medida sem sensibilidade, especialmente em ano eleitoral”, já que o valor de outras despesas, como o do “orçamento secreto”, foi preservado.
O comitê da reeleição alertou o presidente Bolsonaro para o corte no programa Farmácia Popular, avaliado como uma medida negativa e uma munição para o PT neste ano eleitoral.
Avisado por sua equipe do comitê de campanha, o presidente confirmou no Ministério da Economia o corte feito no programa e mandou que seja feita a recomposição das verbas para o programa social.