Após suspensão do piso salarial, presidente do Sindicato dos Enfermeiros não descarta greve
09 setembro 2022 às 07h49
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Diversas entidades que representam os enfermeiros realizam mobilizações e atos nesta sexta-feira, 09, em todo o Brasil. A categoria protesta contra a suspensão de 60 dias do Piso Nacional da Enfermagem, aplicada durante a semana pelo ministro Luís Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a presidente Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (SIEG), Roberta Rios, a decisão é “revoltante” e não descarta acontecerem greves envolvendo os profissionais.
“Encaramos isso com bastante indignação e tristeza porque o piso foi aprovado no dia 4 de agosto e saiu no dia seguinte no Diário Oficial da União (DOU)”, disse a presidente do SIEG, ainda ressaltando que o piso já está na Constituição e que já é constitucional. “O que aconteceu foi que entraram com uma ação de inconstitucionalidade junto ao STF, e o ministro Barroso concedeu uma liminar que suspendeu os efeitos por 60 dias, até que seja apresentado um estudo sobre o custeio”, completou.
Entretanto, Roberta explicou que a justificativa não é aceitável porque já houve um estudo realizado a respeito durante a tramitação do projeto na Câmara dos Deputados. O levantamento foi organizado pela Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) e realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). “A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) disse que o gasto seria em torno de 45 bilhões por ano. Mas, com o estudo, identificamos que seriam cerca de 16 bilhões por ano, um valor quase três vezes menor, considerando rede pública, privada e filantrópica”, explicou Rios.
A diretora ainda destacou que a categoria está sendo mobilizada para mais protestos, incluindo o ato em frente ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ao mesmo tempo, ela também não descartou a possibilidade de greve entre os enfermeiros.
“No momento não há greve e nem chamamento para uma, somente atos e mobilização da categoria, mas não a descartamos porque é constitucional e queremos o nosso direito sendo exercido”, alertou a presidente do sindicato.