Após um mês de troca de OSs; veja como está gestão das maternidades de Goiânia

06 outubro 2025 às 18h24

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Após mais de uma década sob gestão da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), as maternidades municipais de Goiânia passaram por uma profunda reestruturação. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) optou por substituir o modelo de gestão unificada por um sistema com três organizações sociais (OSs), cada uma especializada em um perfil de atendimento. A mudança, oficializada por meio de contrato emergencial, marca uma nova fase na prestação de serviços de saúde na capital.
Documentos oficiais confirmam que o convênio entre a Fundahc, a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a SMS teve início em junho de 2012. Desde então, a fundação foi responsável pela administração da Maternidade Dona Íris, da Maternidade Nascer Cidadão e do Hospital e Maternidade Célia Câmara.
Segundo o assessor técnico da SMS, Dr. Frank Cardoso, a decisão de romper com a Fundahc foi motivada por recorrentes falhas na prestação dos serviços. “O serviço como era prestado anteriormente vinha passando por recorrentes interrupções, riscos de paralisação e fechamento de serviço”, afirmou.
Ele destacou que o atendimento chegou a ser interrompido até mesmo em situações de urgência. “O atendimento ambulatorial estava interrompido, chegou ao ponto de interromper o serviço de urgência e emergência por meio-dia, até que a gente conseguiu restabelecer enviando anestesista para dar continuidade”, disse.
Novo modelo
O novo contrato emergencial selecionou três OSs com perfis distintos para cada unidade:
Unidade de saúde | Perfil de atendimento | Nova gestora |
Maternidade Dona Íris | Alta complexidade | Instituto Patris |
Hospital e Maternidade Célia Câmara | Perfil hospitalar robusto | Sociedade Beneficente São José (SBSJ) |
Maternidade Nascer Cidadão | Baixa complexidade | Associação Hospital Beneficente do Brasil (AHBB) |
“Saímos de uma entidade única que geria três perfis de unidade para uma entidade para cada unidade de saúde, capaz de atender aquele perfil pré-estabelecido”, explicou Dr. Cardoso.
Resultados do primeiro mês
Em apenas 30 dias de nova gestão, os números já mostram retomada significativa:
– 645 partos realizados
– Mais de 3.000 atendimentos de urgência e emergência
– Mais de 1.500 consultas e exames ambulatoriais
– Cerca de 700 internações
– Retomada das cirurgias eletivas nas áreas de ginecologia, mastologia e pediatria
“Começamos a ter o cuidado de atender a demanda da fila de cirurgia eletiva, cirurgia pra mamãe, cirurgia pra bebê, tanto do campo da ginecologia quanto da mastologia quanto da parte de pediatria”, detalhou.
Além disso, estão sendo implantados serviços como mamografias e exames citopatológicos, que estavam paralisados. “Estamos fazendo a inserção e implantação de DIU, mamografias e citopatológico nesse processo”, acrescentou.
Emergencial ao definitivo
O contrato emergencial tem validade de seis meses e foi baseado no edital anterior, o que limitou a possibilidade de ajustes. “No processo emergencial, nós obrigatoriamente temos que usar o material antigo. Então não podemos fazer um novo edital, um novo termo de referência, porque a ideia do emergencial é essa: poupar tempo pra conseguir fazer algo de emergência pra suprir uma necessidade que é urgente”, apontou.
A SMS já trabalha na elaboração de um novo edital com metas atualizadas, mecanismos de controle mais robustos e ampla concorrência. “Agora nós temos um mecanismo mais robusto pra acompanhar essas entregas. O acompanhamento de metas era muito delicado anteriormente”, concluiu Dr. Frank Cardoso.
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