Ambulatório Transviver completa três meses de atendimento à população trans
08 setembro 2024 às 09h45
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O Ambulatório Municipal de Processo Transexualizador, conhecido como Transviver, completou três meses de funcionamento, atendendo 54 pacientes. O serviço da Prefeitura de Goiânia, pioneiro na cidade, oferece diversos serviços ligados à transição de pessoas transexuais como atendimento psicológico, tratamento hormonal, acompanhamento com endocrinologista, entre outros. O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, nas instalações da UPA Novo Mundo.
“É um serviço novo e pioneiro, no local é oferecido atendimento com médico endocrinologista, psicólogo, enfermeiro e assistente sociais”, afirma a superintendente de Gestão de Redes e Atenção à Saúde, Cynara Mathias. A gestora garante que os serviços prestados à população LGBTQIA+ seguem os princípios estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para ser atendido no ambulatório, o primeiro requisito é ser maior de idade. Os pacientes recebem acompanhamento individualizado de uma equipe multidisciplinar, que oferece cuidados completos durante o processo transexualizador. Importante destacar que o espaço também disponibiliza hormônios essenciais para as transformações corporais dos pacientes.
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Cynara classifica a hormonização como uma intervenção de saúde utilizada por muitas pessoas transexuais e travestis como uma estratégia para se expressarem e serem reconhecidas pela sociedade dentro dos limites do gênero com o qual se identificam ou com o qual preferem ser identificadas”.
A gerente de Atenção Especializada da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Dayana Pereira, explica que o acesso aos atendimentos é facilitado por meio das unidades de saúde. Segundo ela, a maioria dos pacientes já chega ao serviço relatando o uso prévio de hormônios. “A dificuldade de acessar os cuidados em serviços de saúde leva à automedicação, na maioria das vezes com hormônios de tipos, doses ou formas de aplicação inadequadas, o que habitualmente acarreta muitos efeitos adversos e problemas de saúde”, explicou.
A médica generalista Ana Luisa Adorno de Lima, que atua no Transviver, destaca que o ambulatório tem sido fundamental para melhorar o acesso à saúde de uma população que historicamente enfrenta dificuldades para obter cuidados especializados. “Antes elas precisavam aguardar na fila para conseguir o atendimento, agora isso mudou”, concluiu.