Vale do Araguaia desponta como nova fronteira agrícola, mas enfrenta gargalos de energia e logística

04 outubro 2025 às 21h00

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O plantio da safra de soja 2025/2026 foi aberto oficialmente no último sábado, 27 de setembro, em Nova Crixás, no Vale do Araguaia. O evento reuniu o vice-governador Daniel Vilela (MDB), lideranças políticas, representantes do setor agrícola e centenas de produtores rurais. A expectativa é de uma produção ainda mais robusta em relação ao ciclo anterior.
Durante a solenidade, Daniel Vilela destacou o papel estratégico da região.
“Damos uma demonstração da grande expectativa que Goiás, o Brasil e o mundo têm de que o Vale do Araguaia se torne uma nova fronteira de produção de soja”, afirmou.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, reforçou que o Estado caminha para se consolidar como o segundo maior produtor de grãos do país.
“Só não ultrapassaremos Mato Grosso por conta da extensão territorial do estado vizinho. O Vale do Araguaia tem potencial para ampliar em até 50% as áreas agricultáveis de Goiás”, projetou.
Na safra 2024/2025, Goiás colheu 20,4 milhões de toneladas de soja, um crescimento de 18% em relação ao ciclo anterior. A meta para este ano é superar esse resultado. O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja-Goiás), Clodoaldo Calegari, informou que o plantio deve ocorrer até dezembro, com início da colheita em janeiro, liberando áreas para a segunda safra, a chamada safrinha.
Sobre o potencial do Vale do Araguaia, Calegari destacou que a região possui vasta área de pastagens que pode ser convertida para o cultivo, sem necessidade de desmatamento. No entanto, ele ponderou que a infraestrutura ainda é um gargalo.
“Para que o Vale do Araguaia se torne uma potência no agro, precisamos de intervenções imediatas em logística e fornecimento de energia elétrica, que ainda é insuficiente”, alertou.
Segundo o dirigente, os problemas já estão sendo tratados pela Equatorial Goiás e pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra).

O Jornal Opção ouviu produtores e representantes de entidades do setor agrícola para levantar as perspectivas da próxima safra, marcada por otimismo, mas também por desafios estruturais a serem enfrentados.
Presidente da Aprosoja-GO avalia safra 2024/2025 e projeta cenário para 2025/2026
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Clodoaldo Calegari, analisou os resultados da safra 2024/2025 e falou sobre as expectativas para o próximo ciclo, 2025/2026. Segundo ele, o cenário climático ainda inspira cautela.
“As previsões não são muito animadoras. Tivemos uma rodada de chuvas, mas a expectativa não é das melhores. Pode haver novas precipitações na próxima semana, mas não em volume suficiente para o plantio engrenar de vez. A situação não está fácil para cometer erros”, afirmou.
“A safra 2024/2025 foi a maior da história, tanto na soja quanto na segunda safra de milho e sorgo. Superamos a marca de 20 milhões de toneladas de grãos em Goiás. Com isso, o estado alcançou a terceira colocação na produção nacional, e com a revisão da Conab chegou até a segunda posição, por uma diferença pequena. Foi uma safra de alta produtividade, que ajudou a compensar os prejuízos da safra anterior, marcada pela estiagem.”

Apesar do resultado expressivo, o dirigente alerta que repetir o feito não será simples.
“Passar esse número não é fácil. Muitos produtores ainda carregam dívidas, o avanço de área será pequeno, em torno de 1%. Houve redução em investimentos, tanto em maquinário quanto em correção de solo e adubação. Se o clima colaborar e conseguirmos repetir a produtividade média próxima de 70 sacas por hectare, podemos até ter uma nova safra recorde. Mas depende de uma combinação de muitos fatores.”
Calegari explicou que boa parte dos lucros obtidos na safra passada foi destinada a quitar dívidas acumuladas.
“O produtor priorizou pagar contas. Muitos não conseguiram honrar todas, e ainda há dificuldades financeiras. O crédito também está caro, com juros de 14% a 15% ao ano, o que inviabiliza novos investimentos. Por isso, o crescimento da produção pode ser limitado.”
Nova Crixás e o Vale do Araguaia
A escolha de Nova Crixás para sediar a abertura oficial da safra, segundo o presidente, não foi por acaso.
“O Vale do Araguaia tem grande potencial de expansão agrícola sem necessidade de desmatamento, aproveitando áreas de pastagens degradadas. Estimamos de 3,5 a 4 milhões de hectares nessa condição em Goiás. Pelo menos metade poderia ser transformada em agricultura de forma sustentável, respeitando o Código Florestal.”
De acordo com ele, o sistema de integração lavoura-pecuária também vem se consolidando na região.
“Muitos produtores plantam soja, fazem a cobertura com capim e depois introduzem o gado na palhada. É o que chamamos de ‘safrinha de boi’, que permite fechar o ciclo de produção de grãos e carne na mesma área.”
Calegari reconhece que a região ainda enfrenta problemas estruturais.
“A armazenagem melhorou, mas ainda é insuficiente. A logística ferroviária avança com a Norte-Sul e a construção da Fico, que deve ser entregue em 2029. O maior gargalo hoje é a energia elétrica. Faltam pontos de suprimento, mas estamos trabalhando junto à distribuidora e ao governo estadual para buscar soluções.”

O dirigente também comentou sobre a impressão de ostentação que eventos do agronegócio, como o de Nova Crixás, podem passar à sociedade.
“Menos de 10% das pessoas chegaram ao evento de avião. Muitos eram políticos, empresários e convidados. O deslocamento é difícil e a região tem pouca hospedagem, por isso alguns optaram por aeronaves. É uma interpretação equivocada achar que todos os produtores estão em situação confortável. Muitos enfrentam dificuldades, especialmente os que plantam em áreas arrendadas. A imagem de luxo tira o foco do que realmente importa: a produção agrícola, que é fundamental para a balança comercial goiana.”

Cautela para o futuro
Calegari finalizou pedindo prudência aos produtores. “É preciso gestão bem-feita, evitar arrendamentos caros e avançar com cuidado. O Vale do Araguaia pode ampliar em 50 a 100 mil hectares ao ano, mas sem renda o produtor não consegue investir. Se não tivermos cautela, podemos comprometer a saúde financeira do setor nos próximos anos. Precisamos atravessar este momento turbulento para chegar a 2027 e 2028 em melhores condições.”
Goiás fecha safra 2024/2025 com recordes e aposta em nova colheita robusta em 2025/2026
Para Vilmar Eurípedes, analista de mercado da Faeg, os números da safra anterior já demonstram a força do estado no cenário nacional.
“A safra 2024/2025 foi excelente, superou expectativas em praticamente todos os grãos. A soja bateu recorde de produção, o milho segunda safra também, além de sorgo e girassol. Tanto na safra de verão quanto na de inverno, tivemos resultados históricos”, afirmou.
Segundo ele, o ponto de atenção ficou nos preços. “O custo foi um pouco elevado e, no caso do milho segunda safra, muitos produtores não conseguiram preços que cobrissem seus custos. Depois da colheita, houve recuperação, mas ainda vemos limitação na comercialização, com produtores segurando a oferta à espera de melhores valores.”

Vilmar explica que o excesso de oferta pesou na formação de preços. “Só Goiás produziu cerca de 12 milhões de toneladas de milho e, no Brasil, foram quase 115 milhões. É muita coisa. Temos um excedente elevado, somado a exportações limitadas, o que gera preocupação com os estoques finais.”
No caso da soja, o cenário foi distinto. “Batemos recordes de exportação, impulsionados pelo redirecionamento da demanda chinesa após as tarifas dos Estados Unidos. Isso fortaleceu a soja brasileira e ajudou a escoar nossa produção com prêmios positivos de exportação”, detalhou.
Goiás entre os maiores produtores
Em 2024/2025, Goiás produziu cerca de 20,5 milhões de toneladas de soja, o que garantiu ao estado a posição de segundo maior produtor nacional, atrás apenas de Mato Grosso e à frente do Paraná. “Respondemos por 11% da produção brasileira”, destacou Vilmar.
Apesar da expectativa de ampliação de áreas no Vale do Araguaia e em outras regiões, o analista adota cautela. “Acreditamos que o crescimento de área não deve passar de 1%. Muitos produtores estão mais endividados, o crédito está mais limitado e a abertura de novas áreas exige investimentos altos. Portanto, a tendência é mantermos cerca de 5 milhões de hectares de soja no estado.”

Projeções e desafios
As projeções da Conab indicam que Goiás deve colher novamente cerca de 20 milhões de toneladas de soja em 2025/2026, número semelhante ao ciclo passado. “Produção depende diretamente da produtividade, que está ligada ao clima. Na safra passada, tivemos recorde histórico de mais de 70 sacas por hectare. Repetir esse resultado será um desafio, mas acreditamos que, no mínimo, a produção será equivalente à do último ciclo”, analisou Vilmar.
Além da questão climática, o crédito e a infraestrutura de armazenamento estão entre os principais desafios. “O plano safra anunciou recursos, mas muitos produtores relatam dificuldades na liberação. Os juros também estão elevados, o que torna os investimentos menos vantajosos. Outro gargalo é a armazenagem. Produzimos muito, mas ainda falta estrutura para guardar milho e soja”, observou.
Vilmar também chama atenção para a busca de culturas alternativas na segunda safra. “Sorgo, girassol e gergelim vêm ganhando espaço porque exigem menos água e apresentam risco menor. O clima continua sendo o maior entrave para a segunda safra, especialmente no Vale do Araguaia, onde a pluviometria é limitada.”
Apesar das incertezas, ele reforça o otimismo com a safra 2025/2026. “O caminho da soja é positivo. A demanda chinesa continuará sendo o motor das exportações e Goiás seguirá como um dos principais produtores do país.”
Produtor de Rio Verde avalia safra 2024/25 e prevê cautela para 2025/2026
O produtor rural Flávio Faedo, um dos maiores sojicultores de Rio Verde, no Sudoeste goiano, e precursor do plantio direto em Goiás, avalia os resultados da safra 2024/2025 e fala sobre as perspectivas para a temporada 2025/2026.
Segundo ele, ainda é cedo para estimar uma safra superior à registrada neste ano. “Acho meio prematuro fazer uma previsão ainda, porque nós estamos entrando no fenômeno do La Niña. Ele costuma trazer alguns problemas para a região Sul do Brasil, com estiagem. Já no Centro-Oeste, a tendência é de um ano normal, bom de chuvas. Mas o efeito pode atingir também Argentina, Paraguai e Uruguai, não é só no Brasil”, afirmou.
Faedo lembra que, apesar de adversidades pontuais, a safra 2024/2025 foi marcada por recordes. “Chegamos a 160 milhões de toneladas. Goiás também registrou recorde de produção. Não acredito em uma safra maior do que a deste ano. A tendência é repetir o resultado ou até um pouco menos”, avaliou.

Ele destacou que tanto a soja quanto o milho tiveram altas produtividades. “No milho, as chuvas se estenderam até julho, favorecendo o plantio mais tardio. Quem colhia 80 sacas por hectare, chegou a colher 100 ou até 120. Foi uma safra muito boa”, ressaltou.
Cautela nos investimentos
Apesar do bom desempenho recente, Faedo afirma que os produtores vão adotar cautela no próximo ciclo. “Estamos em uma fase em que os juros estão altos. A safra 2023/2024 foi ruim, com muitas perdas, e a de 2024/2025 apenas equilibraram as contas. Não sobrou dinheiro para grandes investimentos”, explicou.
De acordo com ele, a prioridade será investir em tecnologia de solo, não em expansão de área. “O produtor vai mais cauteloso, com o pé no freio. Sem investimentos grandiosos, sem aumento de áreas. O foco é na adubação, na correção do solo com calcário e gesso, para manter o que já tem. A agricultura hoje não comporta esse patamar de juros”, disse.
Faedo criticou o custo elevado do crédito rural no Brasil. “O juro oficial está em torno de 14% ao ano. Somando seguros e outras taxas, chega a 24%. É economicamente inviável. Outros países subsidiam o agricultor para que ele se mantenha na atividade. Aqui, não temos esses subsídios”, comparou.
Mão de obra e qualificação
Sobre a gestão de pessoal, o produtor afirma que não houve demissões. “Na agricultura, a mão de obra está até escassa. É preciso segurar os funcionários com plano de carreira. Muitas vezes contratamos trabalhadores sem a qualificação necessária e oferecemos cursos do Senar e outros programas para capacitá-los. Assim, dá tudo certo”, comentou.
Efeitos do “tarifaço” internacional
Ao avaliar as tarifas impostas no mercado internacional, Faedo explica que não houve impacto direto sobre os produtores brasileiros de soja e milho. “Quem está sendo prejudicado mesmo são os produtores americanos. Como a briga ficou entre Estados Unidos e China, que é o maior comprador de soja do mundo, nós até podemos ser favorecidos”, disse.
Ele citou também a influência da Argentina no mercado. “O governo argentino retirou a taxa sobre a soja, o que derrubou os preços. A China aproveitou para comprar de lá, mas isso também fortalece o Brasil como fornecedor. Resta saber se a Argentina vai manter essa política”, concluiu.
Produtor de Catalão alerta para endividamento e redução de investimentos
O produtor rural Renato Ribeiro, um dos maiores sojicultores do município de Catalão, no sudeste goiano, avalia que a safra 2024/2025 foi marcada por margens apertadas e que o cenário para 2025/2026 será ainda mais desafiador, diante do alto endividamento dos produtores e das dificuldades de acesso ao crédito.
Segundo ele, a última safra não trouxe ganhos suficientes para quitar compromissos financeiros de quem havia se endividado em anos anteriores.
“A safra 2024/2025 ainda deu margens para todo mundo, mas foram margens pequenas. Os produtores que tinham comprado demais e estavam mais endividados não conseguiram honrar seus compromissos. Quem não devia, conseguiu se manter. Mas quem devia, não conseguiu pagar as contas”, explicou.
Ribeiro atribui essa dificuldade ao excesso de crédito liberado em safras anteriores, o que levou muitos agricultores a fazerem investimentos acima da capacidade de retorno. “Liberou-se muito crédito, o pessoal comprou demais esperando margens maiores, e a safra 2024/2025 veio com margens muito pequenas, que não deram para quitar as dívidas acumuladas”, disse.

Para a safra 2025/2026, a expectativa é de retração nos investimentos. “O investimento vai cair. A qualidade vai cair. A quantidade de adubo e de insumos químicos será menor, porque a grande maioria dos produtores não tem coragem nem capacidade de investir grande este ano”, afirmou.
Um dos principais entraves, segundo o agricultor, são os juros elevados para financiamento. “Hoje o juro está entre 15% e 20% ao ano, fora seguro e outras cobranças. Se somar tudo, como registro em cartório e taxas, pode chegar a 25% ou até 30% ao ano. Isso inviabiliza o processo produtivo”, criticou.
Renato Ribeiro também rebateu as previsões otimistas sobre aumento da produtividade feitas pelo governo. “A Conab vem manipulando números há muito tempo. Não tenho certeza de que a safra vai crescer. Como este é o primeiro ano em que os investimentos em adubo e químicos diminuem, a quebra não deve ser tão grande. Mas, se o cenário continuar assim por dois anos, o sistema entra em colapso”, alertou.
Ele exemplifica a redução de investimentos já em curso: “Todo mundo vai baixar a quantidade de adubo. Quem tinha que jogar calcário não está jogando. Quem jogava 400 quilos de adubo, agora aplica 150 ou 200. Eu mesmo, este ano, tinha que jogar calcário e gesso, mas preferi segurar para frente, porque as margens não permitem”.
A retração, segundo o produtor, já afeta toda a cadeia do agronegócio. “Não é só o produtor que sofre. As revendas estão muito endividadas, o setor de máquinas está parado, não se vende mais trator, colhedora ou caminhão. Isso já começou a gerar demissões, principalmente nas indústrias que fornecem para o campo”, destacou.
Apesar das dificuldades, ele mantém a área de produção. “Hoje planto 2 mil hectares. No milho, colhi média de 205 sacas por hectare, e na soja, 72 sacas. A tendência para a próxima safra é manter essa quantidade”, afirmou.
De acordo com Ribeiro, a região sudeste de Goiás não deve registrar crescimento na produção, como projeta o governo federal. “A previsão aqui não é de crescimento, mas de estabilidade ou até redução, devido à queda nos investimentos causada pela falta de recursos financeiros”, concluiu.
Equatorial Goiás ressalta que já investiu R$ 5,3 bilhões em modernização da rede elétrica
A Equatorial Goiás anunciou que já investiu mais de R$ 5,3 bilhões em obras de modernização e expansão da rede elétrica desde que assumiu a concessão no estado, há dois anos e meio. Somente no segundo trimestre de 2025, a distribuidora concluiu mais de 240 mil ações, número 83% acima da meta estabelecida para o período.
Segundo a empresa, os investimentos seguem critérios definidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de forma que não representem reajustes na conta de luz voltados a projetos específicos. A regulação prevê que, em determinados casos, o cliente participe financeiramente para reduzir o impacto aos demais consumidores.

Vale do Araguaia e Norte goiano
Na região do Vale do Araguaia e no Norte de Goiás, os principais desafios de suprimento estão ligados ao Sistema Interligado Nacional, administrado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). A companhia acompanha o andamento do Leilão de Transmissão nº 1/2025, previsto para outubro, que inclui a Linha de Transmissão do Vale do Araguaia — considerada essencial para ampliar a oferta de energia na região.
O estudo de demanda para Iaciara já foi concluído e encaminhado ao governo federal. Em Nova Crixás, um novo ponto de interligação será implantado em Mundo Novo, conforme projeto aprovado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Como reforço emergencial, a Equatorial firmou, em novembro de 2024, um acordo de cooperação com a Energisa Tocantins. A parceria garante maior estabilidade no fornecimento para municípios como Porangatu, São Miguel do Araguaia, Mara Rosa, Novo Planalto e Campinorte.
Região de Rio Verde
No Sudoeste goiano, a empresa destaca o projeto de ampliação da Subestação de Cabreúva, em Rio Verde, que passará de 69 KV para 138 KV, além da construção de uma nova linha de alta tensão. O objetivo é atender à crescente demanda do setor produtivo local.
A Equatorial também mantém diálogo com o Fórum Empresarial de Goiás, participando de encontros para debater o mapeamento da demanda de energia no estado.
Resultados no Norte e satisfação do consumidor
Somente em 2024, a concessionária realizou mais de 500 ações na região Norte, incluindo a ampliação de seis subestações, a modernização de outras oito e a expansão de linhas de alta tensão.
Esses investimentos têm refletido na melhoria do atendimento. Entre janeiro e julho deste ano, o número de reclamações contra a distribuidora caiu 33% no Procon Goiás. Desde o início da concessão, a redução chega a 59%. Em junho, a empresa ocupou a 158ª posição no ranking estadual de atendimentos presenciais, com apenas uma reclamação registrada e índice de resolutividade de 98%.
A companhia afirma que seguirá ampliando a infraestrutura elétrica para garantir segurança, qualidade no fornecimento e apoio ao desenvolvimento econômico de Goiás.
Governo ressalta que investe em obras de infraestrutura no Vale do Araguaia
A Goinfra informou ao Jornal Opção detalhes sobre obras já concluídas e em andamento na região do Vale do Araguaia, todas com recursos do Tesouro Estadual.
Obras já entregues
Entre os principais serviços finalizados estão:
- Pavimentação de 43 km e restauração de 23 km da GO-336, entre Crixás e Nova Crixás;
- Pavimentação de 34,6 km da GO-156, de Uirapuru a Santa Marta;
- Pavimentação de 53 km da GO-454, do entroncamento com a GO-164 até o entroncamento com a GO-173 (para Cocalinho/MT);
- Construção de duas pontes na GO-334, sobre o Rio Tesoura e o Ribeirão Taquaral, ligando Nova América a Mozarlândia;
- Construção de ponte sobre o Rio do Peixe na GO-449, ligando Bom Pará a Tiririca, em Araguapaz.

Obras em andamento
Entre os projetos em execução, destacam-se:
- Policlínica Estadual de Mozarlândia: investimento previsto de R$ 22 milhões, com recursos do Tesouro Estadual. A unidade atenderá moradores de diversos municípios do Vale do Araguaia e tem previsão de conclusão para 2026.
- Restauração da GO-164: 44 km entre São Miguel do Araguaia e a divisa com Tocantins, investimento de R$ 60,9 milhões, com término estimado para janeiro de 2026.
- Melhoria funcional da GO-244: trecho de 122 km entre São Miguel do Araguaia e Porangatu, com conclusão prevista para janeiro de 2026.
Projetos em execução detalhados
- Ponte sobre o Córrego Pintado (GO-336): ponte de concreto armado de 30 metros entre Nova Crixás e a divisa com Mato Grosso, com investimento de R$ 1,9 milhão, previsto para ser concluída no primeiro semestre de 2026.
- Duplicação da GO-164: trecho de 336 km entre a cidade de Goiás e São Miguel do Araguaia. Atualmente, o projeto executivo está em elaboração pelo Fundeinfra. Após a conclusão, serão definidas as formas de custeio e licitação da obra.
- Pavimentação do remanescente da GO-454: investimento estimado em R$ 300 milhões para o trecho entre Mozarlândia e Cocalinho (MT). A obra enfrenta desafios técnicos devido às cheias do Rio Araguaia, que podem interditar a rodovia. A Goinfra desenvolve um novo projeto de engenharia para proteger o corpo estradal e atender aos requisitos ambientais, com documentação técnica prevista para o primeiro semestre de 2026.
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