A história da “Menina Sem Nome” começou em 23 de junho de 1970, quando seu corpo foi achado na Praia do Pina, no Recife com o rosto coberto de arreia e as mãos amarradas com às mãos para trás. Na época a policia encontrou culpados, mas nunca desvendou a identidade da vítima.

A causa da morte foi asfixia e aspiração de grãos de areia. Os exames também constaram que não houve violação sexual.

Esse mistério foi tema de uma reportagem do Fantástico no domingo, 4. O material produzido pela jornalista Mônica Silveira mostra detalhes da história que chama atenção de milhares de pessoas até hoje.

O enredo mostra que ninguém sabe quem foi ou como viveu a menina que, para alguns, é considerada uma santa. Diariamente devotos de todos os lugares aparecem pra deixar doces, brinquedos e até lembranças na sepultura da criança.

Santa?

Um ano após a morte, a menina já começou a ser considerada santa na cidade. Apesar de não ser reconhecida pela Arquidiocese de Olinda e Recife  – não houve processo de beatificação – a menina ganha cada vez mais adeptos.

Segundo a reportagem, pessoas de todos os lugares visitam o túmulo e realizam diversos pedidos. Por algum motivo não identificado, essas pessoas acreditam, que a menina realiza milagres, um tipo de santificação popular.

O cemitério tem quase 30 mil sepulturas e o da menina é o que mais recebe visitas. Existem relatos de pessoas que foram curadas de alguma doença ou até mesmo conseguiram comprar a casa própria devido a um suposto milagre da garota.

O caso

Em 29 de junho, a polícia encontrou outro suspeito, a pessoa em situação de rua, Geraldo Magno de Oliveira, que confessou o crime. O homem contou que convidou a menina para sair com ele, e ofereceu 5 cruzeiros, como ele não tinha dinheiro trocado, a criança se revoltou e começou a xingá-lo.

Mais tarde, o mecânico negou o crime e disse e disse que foi forçado a confessar, após ser torturado pela polícia. Ele foi preso e condenado e depois morto na prisão.

O corpo da criança ficou no Instituto de Medicina Legal (IML) por 11 dias, mas nenhum familiar apareceu para identificação. Sensibilizado, Antônio Braga, diretor de um internato do Recife, solicitou à antiga Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Pernambuco a autorização para enterrar a criança.

A menina foi enterrada no Cemitério de Santo Amaro, em 3 de julho de 1970. Milhares de pessoas foram até o local acompanhar o enterro.