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Expoentes da literatura, da música e da arte exaltam que semanário tem exercido papel importante, nos últimos 40 anos, pela divulgação e valorização da cultura feita em Goiás e no País

Frederico Vitor

No dia 21 de dezembro, quando receber a edição em casa ou procurá-la nas bancas, o leitor do Jornal Opção terá em mãos uma publicação quadragenária. Ou seja: são 40 anos de presença na vida dos goianos que buscam o melhor da informação, que fazem questão de serem guiados pelo estímulo da reflexão e do debate, com objetivo de abrir novas perspectivas no aprofundamento da notícia.

O jornalismo de qualidade depende do conteúdo. Um jornal, para ter aceitação e público cativo, deve ter editorias diversificadas e fazê-las bem. Um suplemento de cultura, por exemplo, deve expressar o que há de mais significativo em uma sociedade. E, ao longo de sua história, o Jornal Opção sempre dedicou privilegiado espaço ao conteúdo cultural, assim como aos demais conteúdos, como política e economia.

Dessa forma, diferentemente de outras publicações, o semanário que completará quatro décadas de existência, transita com desenvoltura nos campi universitários, nas academias de letras e entre o público interessado no que há de melhor na literatura, cinema, música, dança e teatro. Mais do que um semanário, o Jornal Opção sempre assumiu o importante papel de divulgador, difusor e disseminador da cultura feita em Goiás, no País e, mesmo, no exterior.

O Jornal Opção é o único jornal goiano que tem um suplemento verdadeira e integralmente cultural. As demais publicações têm cadernos de entretenimento, nos quais há um espaço mínimo para cultura. Não é difícil encontrar veículos em que as matérias culturais são vistas como secundárias e meramente acessórias das demais editorias, algo que não ocorre com o semanário (vale dizer que, na internet, o jornal é diário).

O suplemento Opção Cultu­ral, com mais de 20 anos de existência, sempre estabeleceu um vínculo afetivo com os leitores que buscam no caderno um espaço voltado inteiramente para a questão cultural, com análises, ensaios, poemas e resenhas de livros e filmes.

É válido lembrar que o Jornal Opção já foi premiado pela Aca­demia Brasileira de Letras pela qualidade de seus textos. Em dezembro de 2014, por exemplo, o semanário foi homenageado com o Troféu Jaburu, o mais importante e significativo prêmio cultural de Goiás. A homenagem, realizada no Palácio das Esmeraldas, sede do Executivo estadual, reconheceu a relevância do Opção Cultural no cenário cultural goiano e brasileiro.

O prêmio, entregue pelo governador Marconi Perillo (PSDB) à diretora-executiva, Patrícia Moraes Machado, coroou os vários anos de existência do caderno de cultura, que nunca deixou de acolher a intelectualidade e de abrir espaço às ideias.

Além de promover o debate cultural, o Jornal Opção já publicou entrevistas históricas, como as do antropólogo Darcy Ribeiro, dos escritores Jorge Amado, Ber­nardo Élis, José J. Veiga e Carmo Bernardes. Logo, é notável a importância que o periódico representa na aquisição do conhecimento e, consequentemente, na aproximação do melhor da cultura erudita com o seu público qualificado.

Miguel Jorge: “Jornal Opção é um divulgador da cultura goiana”

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O poeta, teatrólogo, romancista e contista Miguel Jorge afirma que o Jornal Opção tem visão ampla do que se faz em Goiás em termos culturais. O escritor, que tem 40 livros publicados entre romances, contos, literatura infantil, poemas e teatro, foi o primeiro editor do suplemento cultural do semanário e se considera um apaixonado pelo Opção Cultural.

Crítico em relação à pouca divulgação e espaço dado pelos demais jornais goianos ao conteúdo cultural, Miguel Jorge considera o Jornal Opção um marco da resistência por dedicar, ao longo dos últimos 40 anos, vida e voz à agitação cultural de Goiás.

“O Jornal Opção é um dos responsáveis pela divulgação do que acontece na cultura goiana. O Cultural é muito bem diagramado, com ótimas matérias e com qualidade textual. Espero que o suplemento permaneça por longos anos para o bem da cultura de nosso Estado”, afirma.

Lisandro Nogueira: “Jornal Opção cumpre papel social de informar sobre cultura”

Lisandro Nogueira (Diretor da Cinemateca Brasileira)

O professor-doutor da UFG e diretor do Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON), Lisandro Nogueira, afirma que o Jornal Opção exerce a importante tarefa de respaldar a cultura no jornalismo feito em Goiás. Para ele, a publicação cumpre o papel social fundamental de informar o público sobre cinema, literatura e cultura de forma geral. “O Opção Cultural cede espaço às manifestações culturais e divulga os eventos realizados localmente. Noto que, além do cinema, o Jornal Opção, em seu suplemento de cultura, dá grande ênfase à literatura, além de publicar extraordinárias entrevistas com escritores, cineastas e os artistas locais. Portanto, parabéns pelos 40 anos de existência”, afirma.

Valdivino Braz: “Jornal Opção é um alento cultural de Goiás”

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O jornalista, escritor, autor de 18 livros e secretário-geral da seção goiana da União Brasileira dos Escritores (UBE-GO) Valdivino Braz afirma que tem acompanhado o Jornal Opção ao longo de seus 40 anos e sublinha a importância de seu caderno cultural. De acordo com o escritor, a cultura literária sempre enfrentou obstáculos nos jornais goianos, com exceção do Jornal Opção.

Valdivino Braz explica que, quem produz literatura, em especial em Goiás, vive a angústia de perceber os percalços em relação à falta de espaço para a cultura nas publicações. Ele reconhece no Jornal Opção um dos poucos veículos que consegue divulgar com amplitude os trabalhos literários feitos em Goiás e no País.
“Nós percebemos um distanciamento dos jornalistas e dos jornais em relação à literatura, mas o Jornal Opção enxerga diferente, abre espaço para a cultura literária e contribui para a qualidade do jornalismo goiano. A sobrevivência do Opção Cultural é um alento e um espaço possível para quem faz literatura e cultura erudita em terras goianas. Temos que ressaltar o aspecto sociopolítico do semanário, em especial as matérias políticas, que é seu grande chamariz e que tem algo a oferecer. Portanto, não por acaso, a publicação sobrevive há 40 anos em um País como o nosso”, diz.

Eberth Vêncio: “Veículo merece ser valorizado”

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O médico e escritor Eberth Vêncio afirma que o Jornal Opção merece ser va­lorizado e homenageado pelos 40 anos de existência, por ainda manter bra­vamente um caderno cultural que cede espaço aos que fazem cultura em Goiás.

Ele, que já colaborou com o semanário, reconhece a importância do veículo como promotor da literatura e das demais expressões culturais de Goiás. “É um veículo que assume grande importância na cultura literária do Estado”, pontua.

Edival Lourenço: “Semanário tem prestígio pela ênfase dada à literatura”

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O romancista, poeta, cronista e contista Edival Lou­renço afirma que o Jornal Opção é uma publicação de prestígio por manter um suplemento cultural com ênfase na literatura. Ele preside a UBE-GO, integra o Conselho Estadual de Cultura e a Aca­demia Goiana de Letras, tem 13 obras publicadas e, em 2012, recebeu o prêmio Jabuti, a mais importante premiação brasileira em literatura, na categoria romance com a obra “Naqueles Morros, Depois da Chuva”.

Edival Lourenço diz que o Opção Cultural tem uma característica interessante: o seu uso residual, ou seja, o leitor pode ler o material ao longo da semana sem que as páginas tenham prazo de validade. Portanto, segundo ele, o caderno não somente é uma raridade em Goiás, como em todo o Brasil.

“Vejo o Jornal Opção, em especial o espaço reservado à cultura, como um trabalho de resistência e de idealismo do jornalista Herbert de Moraes e da diretora-executiva Patrícia Moraes Machado. Como escritor e presidente da seção goiana da UBE, aplaudo a iniciativa e os 40 anos da publicação por manter um suplemento literário nos dias atuais. É cada vez mais necessário este tipo de trabalho.”

Ademir Luiz: “Publicação é um triunfo que fala por si”

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O pós-doutor em História, romancista e contista Ademir Luiz afirma que muitos reclamam sobre não existir mais espaço para debates culturais profundos ou ensaios literários longos e reflexivos na imprensa em geral — em particular na goiana. Segundo ele, ao longo de quatro décadas de existência, o semanário constituiu-se como uma verdadeira ágora, onde em seus melhores momentos a cultura da vila elevou-se à universal e a cultura universal foi brilhantemente apresentada à vila. “Durante este tempo houve e há polêmicas, textos hilários e seriíssimos, críticas bem críticas e críticas acríticas”, diz.

“A lista de colaboradores do Opção Cultural é um triunfo que fala por si. Conta com nomes do calibre de Carlos Augusto Silva, Carlos Willian, José Carlos Guimarães, Flávio Paranhos, Eberth Vêncio, Miguel Jorge, Hélver­ton Baiano, Nei Duclós e outros. Diante dessa lista, e olhando para minha pequena contribuição ao semanário, lembrei-me de uma das cenas finais da extraordinária minissérie ‘Band of Brothers’. Nela um veterano da Segunda Guerra Mun­dial conta que seu neto lhe perguntou se ele era um herói. Sua resposta foi: não, mas lutei ao lado de heróis”, afirma Ademir Luiz.

Cláudia Vieira: “A classe artística tem muito que agradecer a este jornal”

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Não somente no meio da literatura o Jornal Opção é visto e respeitado como publicação devotada à cultura. Na música, por exemplo, o semanário também tem posição de destaque e recebe muito prestígio. A cantora de MPB Cláudia Vieira, com 25 anos de carreira e três álbuns lançados, além de ser leitora assídua do semanário, enaltece que a publicação é um importante promotor da musicalidade feita em Goiás.

Segundo ela, o Jornal Opção tem muita força de expressão, com conteúdos bem elaborados em relação à música, literatura e às artes plásticas. Para Cláudia Vieira, o Opção Cultural contribui enormemente para a classe artística goiana, no sentido de aproximar o trabalho de artistas, escritores e músicos aos leitores.

“É um jornal de suma importância, que expõe o que é feito musicalmente em nosso Estado. Fico contente em saber que a publicação está completando 40 anos de existência e espero que ainda sobreviva por muitos outros. Trata-se de um veículo de credibilidade e coerência. A classe artística tem muito que agradecer a este jornal que divulga o trabalho e valoriza quem faz cultura em Goiás.”

Fernando Perillo: “Jornal Opção satisfaz expectativa de seus leitores”

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O cantor de MPB Fernando Perillo afirma que o Jornal Opção é um veículo de material cultural diferenciado, que consegue satisfazer a expectativa de seu público, que é predominantemente integrado por formadores de opinião. Ele, um dos ex­po­entes da música goiana, com 33 anos de carreira e próximo de lançar o 11º álbum, diz enxergar no suplemento cultural um alto nível qualitativo em que é perceptível a preocupação de repórteres e editores com a qualidade do conteúdo publicado.

“Ao longo desses anos, percebemos que o Jornal Opção estabeleceu parceria com seu público. Leio o seu caderno cultural toda semana, porque, para mim, já virou uma tradição. Temos que agradecer ao semanário por conseguir a façanha de sobreviver há 40 anos informando com qualidade. Trata-se de uma história bonita que merece respeito e admiração.”

Nasr Chaul: “Ler o Jornal Opção é uma experiência gratificante”

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O superintendente executivo de Cultura da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), Nasr Chaul, afirma que, ao pegar o Jornal Opção para se informar, o primeiro caderno a ser lido é o Opção Cultural. Ele revela que é um leitor assíduo do jornal e que há anos acompanha o suplemento cultural, destacando as análises consistentes de livros e os textos de colaboradores que efetivamente têm o que dizer.

“O Jornal Opção é fundamental porque existe um vazio muito grande no jornalismo cultural em Goiás. Todos têm informação ampla sobre tudo, mas poucos são os especialistas com lastro cultural como os do semanário. Portanto, ler a publicação é uma experiência enriquecedora e sempre muito gratificante”, afirma.

Fernando Cupertino: “Jornal Opção é um veículo que não se limita a informar”

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Um dos mais importantes compositores da música erudita do País, vice-presidente do Centro de Música Brasileira (CMB) e professor de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), Fernando Cupertino diz que o Jornal Opção é um veículo que não se limita a informar, mas provoca a reflexão sobrd os fatos. Segundo ele, o semanário possui uma direção e colaboradores que realizam um trabalho que suscita interesse e prende a atenção do leitor.
Fernando Cupertino, que compõe há 40 anos, ex-aluno do compositor Osvaldo La­cer­da, um dos grandes expoentes da mú­sica erudita mundial, afirma que a publicação cumpre papel úni­co de, ao longo de seus 40 anos, manter uma cobertura totalmente de­dicada ao segmento cultural.

“O Jornal Opção é extremamente importante para nosso Estado, por se tratar de um semanário com conteúdo diferenciado que contribui enormemente para a cultura goiana e brasileira. Isso é um orgulho para nós goianos e só tenho que parabenizar o trabalho realizado.”

Adalberto Queiroz: “Jornal Opção dá exemplo de grandeza como semanário”

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O jornalista, empresário e poeta Adalberto Queiroz afirma que manter um jornal com um suplemento dedicado à cultura é uma sofisticação que demonstra o destemor de um jornal do interior do País.

Segundo ele, a província de “Goyaz”, como se refere ao Estado, que produz tanto em agricultura, indústria de transformação e serviços, sendo um exemplo de crescimento, não poderia nunca deixar que um semanário, como o Jornal Opção e seu suplemento cultural viessem ser ameaçados. “O que se sabe, no entanto, é que na briga pela sobrevivência do jornal impresso, uma das primeiras editorias a pagar o preço do corte é a de cultura.Mas no Jornal Opção.” De acordo com Adalberto Queiroz, ao completar 40 anos, o Jornal Opção dá um exemplo de grandeza como semanário: “Merecê-lo-ia a ‘Província’? Resposta que de­mons­traria grandeza seria manter o jornal impresso, incluindo aí a cultura, literatura, música e as artes plásticas em destaque. Que o jornal ganhe força na grande rede e se firme, mantenha-se independente e continue como difusor da cultura, num Estado que não é apenas o da capital chamada ‘Boiânia’. Longa vida ao Jornal Opção e ao suplemento Cultural”.