O trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros pode levar tempo, uma vez que alguns lojistas fornecem dados que não estão cadastrados para o certificado de segurança

Incêndio destruiu mais de 12 lojas no centro comercial | Foto: Corpo de Bombeiros

Na tarde do dia 18 deste mês, sábado, o fogo e o prejuízo tomaram conta de uma galeria de lojas no Setor Campinas, em Goiânia. Em pouquíssimo tempo, as chamas e a fumaça negra atingiram mais de 10 lojas e quase 20 quiosques do centro comercial Cirilo Alves. Foram necessários 17 carros de combate a incêndio e 45 bombeiros militares para extinguir o fogo. Após o fim das chamas, ficaram cinzas, prejuízo e o alerta do risco de incêndios desse tipo em outros pontos comerciais de estruturas semelhantes na capital. Apesar dos esforços do Corpo de Bombeiros, a disponibilização de informações, por vezes, confusas por partes dos lojistas coloca empecilhos no trabalho da corporação.

O local ainda está interditado e, conforme a Defesa Civil, só pode ser completamente desbloqueado mediante a emissão da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), que é um documento onde constam informações referentes à obra e seu estado. Além da galeria incendiada, vários outros centros comerciais de Goiânia, localizadas na região Central e na de Campinas, podem correr o mesmo risco de ser vítima das chamas caso os responsáveis não tenham os cuidados necessários. De acordo com o major Igor Aparecido, comandante do 2º Batalhão Bombeiros Militar, responsável pela região de Campinas, o trabalho de prevenção de incêndios é realizado diariamente no que ele chama de inspeções passivas e ativas. “Nós temos aquelas que não são solicitadas, feitas por nós, e aquela que todo ano o dono do local precisa, por lei, solicitar”, explica.

Nessas inspeções, conforme o major, é avaliado o projeto contra incêndio do local e solicitado um lado ART. Entretanto, há locais como os quiosques que, devido ao tamanho, podem ter no máximo um pequeno extintor de incêndio ou às vezes nenhum. No caso do incêndio no Centro Comercial Cirilo Alves, segundo o major, o sistema de proteção contra incêndio da galeria estava regular e as chamas poderiam ter causado consideravelmente menos danos se, no momento do início do fogo, houvesse alguém no local. Porém, o Corpo de Bombeiros agora trabalha para identificar a regularidade do certificado de cada uma das lojas.

Bombeiros atuam no incêndio, em Campinas | Foto: Corpo de Bombeiros

Para isso, o major solicitou aos proprietários das salas o CNPJ de cada uma. Segundo ele, este é um trabalho que leva tempo, uma vez que pode ser moroso o processo de envio de dados por parte de cada indivíduo dono de sala. Mesmo com o envio dos dados para a realização da fiscalização do certificado de cada um dos pontos, o major esclarece que existem outros fatores que podem dificultar o trabalho. “Eu fiz um documento solicitando essa informação para os proprietários do condomínio. Mas alguns informam o CPF de quem fez a locação do ponto, e esses colocam para funcionar uma loja que tem um CNPJ diferente [do dono do local]”, explica.

O major revela que foram atingidas 12 salas e 16 quiosques no incêndio. Entretanto, ainda não é possível dizer quais estavam regulares no quesito de certificado e quais não. “Ainda estou esperando as informações que solicitei. Em posse dos dados, levo de dois a três dias para finalizar essa análise”, garante.

Já a Defesa Civil entra no processo de fiscalização pós-incêndio, quando o órgão produz um relatório para dizer se ainda existe ou não riscos no local, como desabamentos, por exemplo. O local, segundo o órgão, só pode ser liberado após a expedição do ART o que, pelo tamanho do local, leva em torno de uma semana.