É um truísmo da política: prefeitos bem avaliados pelos eleitores costumam ser reeleitos ou, então, a fazer o seu sucessor. Veja-se o caso do prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, do União Brasil, que conta com aprovação de mais de 90%. Seu candidato a prefeito, o médico Wellington Carrijo, do MDB, é o favorito. O prefeito de Catalão, Adib Elias, também tende a fazer o sucessor, o ex-prefeito Velomar Rios, do MDB. Porque é visto como um gestor qualitativo.

 Autor do best-seller “A Cabeça do Eleitor — Estratégia de Campanha, Pesquisa e Vitória Eleitoral”, o cientista político Alberto Carlos Almeida constatou, com pesquisas, que os políticos bem avaliados como gestor pelos eleitores dificilmente perdem eleições e, em geral, fazem os sucessores.

 Os eleitores fazem opção preferencial pelo “bom” e descartam o que consideram “ruim” ou “incógnita”. Não apreciam novidades pirotécnicas e não trocam o “certo” pelo “duvidoso”. E são pouco ideológicos — não ligando muito se o candidato é de esquerda ou de direita. A opção é pelo equilíbrio e pela competência técnica.

O Jornal Opção consultou pesquisas, cientistas políticos, pesquisadores e alguns prefeitos que concorrem à reeleição com chances de se reelegerem e, de fato, Alberto Carlos Almeida tem razão. Veja-se o caso do prefeito de Jataí, Humberto Machado, do MDB. Prefeito no quinto mandato, o emedebista não perde eleições há anos. O motivo é simples: apesar de considerando meio “ranzinza”, é avaliado positivamente pelos eleitores. O que se diz no município é que é um gestor eficiente.

 Político de centro, avesso às ideologias de esquerda e direita, concentra-se na administração pública, cuidando das demandas imediatas da população. A infraestrutura urbana, por exemplo, é bem cuidada. Há problemas? Há. Mas os leitores do município do Sudoeste goiano, avaliando pela média, o considera eficiente e experiente. “Humberto não deixa a ‘peteca’ cair”, afirma um advogado da cidade.

Humberto Machado, que administra a cidade com cerca de 105 mil habitantes, é pré-candidato à reeleição. De acordo com ele, sua gestão tem mais de 70% de aprovação dos moradores, e por esse motivo, colocou seu nome à disposição para pleitear mais um mandato.

“Desde o nosso retorno à prefeitura de Jataí, há 3 anos e 6 meses, a cidade passou por uma grande transformação. A qualidade de vida melhorou muito, já recapeamos cerca de 80% das ruas com CBUQ, contratamos uma empresa especializada em modernização do trânsito, o que teve um efeito muito positivo. A cidade está sinalizada. Implementamos um projeto de apoio à implantação ou expansão de empresas já existentes, e hoje a economia está a todo vapor, temos déficit de mão de obra”, reiterou.

Na área da habitação, o prefeito destacou o conjunto habitacional de 700 casas em construção e a contemplação do município com mais 1.090 casas de programas do governo federal e estadual.

Humberto Machado busca administrar Jataí pela sexta vez l Foto: Arquivo pessoal

“Estamos investindo na construção de um grande hospital oncológico totalmente SUS e uma policlínica tipo 3. O hospital oncológico deverá custar cerca de 75 milhões de reais e a Policlínica cerca de 35 milhões de reais”, frisou. Para ele, as intervenções que melhoram a vida dos moradores são o que faz sua gestão ser bem avaliada e o habilita a concorrer novamente.

O pontapé inicial para essa corrida aconteceu no sábado passado, dia 20, em todo o país, com o início das convenções partidárias que vão até o dia 05 de agosto. Em Goiás, a largada já começou e, assim como no restante do país, os analistas políticos consideram que essas eleições serão um raio-x para 2026.

O cenário percebido nas eleições municipais é de que quem está no poder dificilmente deixará o cargo. Um dos motivos mais óbvios para a reeleição de um prefeito é a satisfação dos eleitores com a gestão atual. Se os cidadãos percebem que o prefeito está cumprindo suas promessas de campanha, gerindo bem os recursos públicos e melhorando a qualidade de vida na cidade, é provável que desejem continuar com essa liderança. Projetos bem-sucedidos de infraestrutura, segurança, educação e saúde pública podem gerar muita aprovação.

Muitos eleitores optam pela reeleição como uma forma de garantir a continuidade de projetos importantes que estão em andamento. Grandes obras de infraestrutura, programas sociais e políticas públicas geralmente levam tempo para serem implementados e surtirem efeito. A reeleição de um prefeito pode ser vista como uma maneira de evitar interrupções e garantir que esses projetos sejam concluídos.

A familiaridade com o prefeito atual pode gerar um senso de confiança entre os eleitores. Eles já conhecem o estilo de liderança, as prioridades e as políticas do prefeito, o que pode trazer um sentimento de estabilidade. Essa confiança pode ser particularmente importante em tempos de crise ou incerteza, quando os eleitores podem preferir manter uma liderança conhecida.

Prefeitos em exercício muitas vezes têm uma vantagem em campanhas eleitorais devido à sua visibilidade e acesso a recursos. Eles já possuem uma plataforma estabelecida para comunicar suas realizações e planos futuros. Além disso, prefeitos que conseguiram construir uma rede de apoio sólida durante seu mandato têm maior facilidade para mobilizar eleitores e obter o suporte necessário para a reeleição.

Diego Vaz Sorgatto (UB), conhecido pelos eleitores como Diego Sorgatto, disputa a reeleição no município de Luziânia, cidade localizada no entorno de Brasília, com cerca de 210 mil habitantes. Diego Sorgatto é natural da cidade e é formado em Gestão Pública. De acordo com pesquisas divulgadas no município, o prefeito tem cerca de 75% de aprovação da população, com grandes chances de se reeleger.

Diego Sorgatto faz self com apoiadora l Foto: Arquivo pessoal

Diego Sorgatto destaca que, quando assumiu a gestão municipal em 2020, a situação do município era complicada, com contas no vermelho e caixa zerado. Além da situação fiscal desafiadora, toda a cidade necessitava de um cuidado especial, um olhar de amor juntamente com um trabalho sério.

“Fizemos um esforço, enfrentamos os problemas e conseguimos avançar em muitos compromissos de campanha. Não há como realizar tudo da noite para o dia, mas as pessoas reconhecem que é necessário seguir em frente, seguir mudando para ter uma Luziânia cada dia melhor para todos”, diz.

Diego Sorgatto cita algumas ações realizadas por ele em três anos de governo. “Melhoramos o transporte, concedendo tarifa zero. Na saúde, destacamos o programa Opera Luziânia, que zerou a fila por cirurgias no município. Na infraestrutura, transformamos a cidade em um canteiro de obras. Tudo isso para melhorar a vida dos moradores”, lembra o prefeito.

Na avaliação do professor e consultor de marketing político, Marcos Marinho, as eleições municipais têm suas peculiaridades, e uma delas é que elas tratam do cotidiano da vida das pessoas, enquanto as eleições federais abordam temas que não estão ligados diretamente ao dia a dia das pessoas.

“Os moradores das cidades querem saber se o prefeito vai tapar os buracos nas ruas, asfaltar as que ainda são de terra, oferecer creches para seus filhos, garantir vagas nas escolas, manter os postos de saúde funcionando com todos os médicos, assegurar a iluminação pública, realizar a coleta de lixo e manter a cidade limpa. Ou seja, querem saber se o político que escolheram está cuidando das pessoas e da cidade. Se esse político está atendendo a esses e outros anseios da população local, a chance de uma reeleição é gigantesca”, afirma o especialista.

A decisão de reeleger um prefeito também pode ser influenciada pela percepção dos eleitores em relação aos outros candidatos. Se os concorrentes não apresentam propostas convincentes ou não conseguem estabelecer uma conexão forte com os eleitores, o prefeito em exercício pode ser visto como a opção mais segura e confiável. A comparação entre o histórico de realizações do prefeito e as promessas dos novos candidatos pode levar os eleitores a preferirem a continuidade.

Marcos Marinho, consultor de marketing político l Foto: Arquivo pessoal

Neste contexto, Marcos Marinho pondera que, na hora de escolher o prefeito que vai administrar sua cidade, o eleitor não leva em consideração questões morais e ideológicas que, às vezes, estão distantes das suas preocupações cotidianas. “O debate que a maioria desses eleitores quer ver é sobre a melhoria da qualidade de vida para suas famílias, porque é nas cidades que as pessoas vivem”, diz.

Segundo ele, o eleitor quer saber quem é capaz de resolver seus problemas, ou seja, quem tem potencial de entrega. “Esse candidato tem capacidade de cumprir todas as promessas que está fazendo? Ele tem um grupo político que lhe permitirá realizar essas promessas? O eleitor quer sentir segurança no seu candidato”, pontua.

Aleomar Rezende (MDB), prefeito da cidade de Mineiros, localizada no sudoeste goiano, afirma ter cerca de 96% de aprovação no município e, por essa razão, é pré-candidato à reeleição. Aleomar diz que mudou a realidade educacional do município, posicionando-o como o segundo melhor do Brasil.

“Garantimos a segunda melhor educação do Brasil. Mineiros se mantém líder no Centro-Oeste e alcança o pódio nacional. Orgulhamo-nos das conquistas no Ideb e do suporte aos 8.500 alunos da rede municipal que recebem kits completos de material escolar e uniformes”, diz.

Aleomar Rezende fiscalizando a espessura do asfalto nas ruas da cidade l Foto: Arquivo pessoal

Outras áreas, como saúde, com 95% de eficácia e sendo a terceira melhor de Goiás; infraestrutura e habitação, com doações de casas a custo zero; e o suporte da prefeitura em toda a zona rural, com a pavimentação de vias vicinais e construção de pontes, por exemplo, dão, segundo ele, suporte para mais uma disputa.

O apoio de partidos políticos e coalizões também pode desempenhar um papel crucial na reeleição de um prefeito. Prefeitos que mantêm boas relações com seus partidos e conseguem formar alianças estratégicas podem se beneficiar de uma máquina política robusta que ajuda a impulsionar sua campanha de reeleição. O suporte partidário pode se traduzir em maior financiamento, melhor organização de campanha e maior alcance junto ao eleitorado.

Em muitas cidades, os eleitores desenvolvem um forte senso de identidade local e um vínculo emocional com seu prefeito. Prefeitos que conseguem se conectar com as comunidades e representar os valores e interesses locais de forma eficaz tendem a ganhar a lealdade dos eleitores. Esse sentimento de pertencimento e representação pode ser um fator decisivo na reeleição.

Para o cientista político Josimar Gonçalves, o eleitor municipal, além do potencial de entrega do prefeitável, observa a bagagem que o postulante ao cargo carrega. “Qual a experiência dele em gestão, qual sua história, se já foi prefeito ou ocupou algum cargo público e se é uma pessoa bem-quista na cidade, de bom relacionamento”, ressalta.

Josimar Gonçalves lembra que existem 20 prefeitos de capitais pretendendo se reeleger, porém, somente 11 estão em primeiro lugar nas pesquisas, sendo que seis são competitivos, mas não caíram no gosto do eleitor; por outro lado, três aparecem sem chances reais de reeleição. O cientista político faz esse relato para lembrar que às vezes o prefeito não terá chances reais de reeleição. “Tudo vai depender da sua administração, se buscou resolver os problemas da cidade”, reitera.

Cientista político Josimar Gonçalves l Foto; Arquivo pessoal

Na análise do cientista político, especialmente após a eleição do ex-presidente Bolsonaro, diversos municípios têm observado um aumento na manifestação dos eleitores como de direita e conservadores, com uma tendência a escolher candidatos com o mesmo viés ideológico. “Talvez, nestas eleições especificamente, o eleitor adicione à sua preferência o posicionamento político do candidato”, observa.

Carlos Alves dos Santos (PL), conhecido como Carlinhos do Mangão, é prefeito da cidade de Novo Gama, localizada no entorno de Brasília, com aproximadamente 120 mil habitantes. Carlinhos do Mangão ressalta que, antes de ser eleito em 2020, jamais havia disputado uma eleição.

Segundo Carlinhos do Mangão, sua gestão conta com mais de 75% de aprovação, o que o habilita a concorrer a mais um pleito. “A população novo-gamense tem uma boa avaliação da nossa administração, então me coloco à disposição da cidade para, se possível, continuar a trabalhar em prol dos moradores do município”, diz.

Para Carlinhos do Mangão, um dos fatores que contribuiu para uma boa gestão foi suas intervenções em áreas consideradas essenciais, como educação, saúde, transporte e infraestrutura. “Quando assumimos o mandato em 2021, a cidade estava destruída, em caos, com escolas e postos de saúde sucateados, um abandono total”, avalia o prefeito.

Carlinhos do Mangão destaca que os moradores têm orgulho de morar em Novo Gama. Ele menciona que, antes da vitória em 2020, trabalhou como balconista e frentista. O pré-candidato reside na cidade há 33 anos.

Carlinhos do Mangão busca a reeleição em Novo Gama l Foto: Arquivo pessoal

A forma como os candidatos se comunica e sua imagem pública também influenciam a percepção dos eleitores. Campanhas bem estruturadas e com uma mensagem clara podem ter um impacto positivo. O estado da economia local e os problemas sociais também podem influenciar a preferência dos eleitores, que tendem a apoiar candidatos que prometem resolver questões urgentes.

Marden Gabriel Alves de Aguiar Junior (UB), mais conhecido como Marden Junior, é o prefeito de Trindade, a capital da fé em Goiás, uma cidade da região metropolitana de Goiânia com cerca de 130 mil habitantes. Marden Junior afirma ter uma aprovação de pelo menos 71% da população.

“É perceptível a satisfação dos moradores com os avanços que têm ocorrido por aqui. Eles acompanham de perto os serviços; várias obras estão sendo concluídas e, a cada inauguração, surgem diversos relatos de gratidão. O esforço para tornar Trindade ainda melhor não passa despercebido. Com tantas melhorias, a dedicação em proporcionar uma melhor qualidade de vida a todos é reconhecida”, declara.

Marden Junior destaca que, ao usufruir de tantas obras e melhorias, a comunidade percebe a dedicação e o empenho da gestão em atender às demandas locais. “Por isso, acredito e vejo o quanto a gestão está sendo bem avaliada. Ações realizadas, melhorias concretizadas, resultados tangíveis e uma cidade que cresceu de maneira tão perceptível explicam a confiança do povo e comprovam nosso compromisso em promover o progresso de nossa cidade”, reforça. Marden Junior é natural de Trindade.

Marden Junior prefeito de trindade, tentará a reeleição l Foto: Arquivo pessoal

Marcos Marinho acrescenta que o candidato com laços com a cidade tende a sair na frente em uma disputa com um forasteiro. Por isso, em diversos municípios, há uma disputa polarizada entre dois grupos que se alternam no poder, demonstrando que o eleitor municipal pode mudar de preferência sem se importar se o candidato é de esquerda ou de direita.

No entanto, se o prefeito terminar dois mandatos com uma boa avaliação, a tendência é que faça um sucessor. “Nesses casos, os eleitores são mais conservadores e optam pela continuidade do que já está sendo feito com qualidade. Eles sabem que o candidato indicado pelo prefeito dará sequência ao que está dando certo”, sublinha.

Marinho considera que nem Lula nem Bolsonaro serão suficientes para definir os votos necessários para eleger um candidato. “Eu não acho que o Lula vai eleger quem ele quiser, nem o Bolsonaro. Entretanto, ambos têm força como cabos eleitorais, levando visibilidade aos seus candidatos, o que é importante em uma eleição”, menciona.

Fernando Pellozo (UB), prefeito de Senador Canedo, uma cidade da região metropolitana de Goiânia com mais de 120 mil habitantes, é pré-candidato à reeleição. De acordo com pesquisas locais, o político conta com pouco mais de 50% de aprovação de sua gestão.

Pellozo destaca que, ao assumir a prefeitura, a cidade enfrentava diversas dificuldades. Foram realizados ajustes nas contas que possibilitaram a realização de obras importantes para a população, incluindo a resolução da falta de água em 40 bairros.

Fernando Pellozo busca ser reeleito em Senador Canedo l Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

“A população tem compreendido todo esse esforço e percebo uma avaliação crescente e positiva por parte dos canedenses. Sempre mantivemos uma forte parceria com o governador Ronaldo Caiado nas áreas social, esportiva, habitacional, educacional, de segurança e também em obras”, observa Fernando Pellozo.

Ele também ressalta que a qualidade de vida dos canedenses melhorou durante sua gestão. “As ruas e avenidas foram recuperadas, a coleta de lixo está em dia, implantamos a coleta seletiva, temos mais de 25 mil alunos em nossas unidades de ensino recebendo kits com material escolar de qualidade, uniformes, mochilas e tênis. Fizemos a inclusão digital dos nossos alunos e conseguimos reformar mais de 20 unidades de saúde”, relata.

Fernando Pellozo lembra que a entrega do Paço Municipal e do Cristo, duas obras há muito esperadas pela população, bem como os investimentos em saúde, educação, segurança, infraestrutura, transporte, saneamento, coleta de lixo, coleta seletiva e inovação tecnológica, foram fatores importantes na boa avaliação recebida. O prefeito reside na cidade há 30 anos.

Em relação à escolha dos candidatos com base na ideologia política, uma das principais razões para a menor ênfase dos eleitores na ideologia é a proximidade do impacto que os cargos municipais têm na vida cotidiana dos cidadãos. As eleições municipais envolvem a escolha de prefeitos, vereadores e outros cargos locais, cujas responsabilidades estão diretamente ligadas ao gerenciamento de serviços essenciais, como coleta de lixo, manutenção de ruas e gestão de escolas e hospitais locais. Essas questões são mais concretas e visíveis para os eleitores do que as questões ideológicas, que muitas vezes são consideradas abstratas.

Anderson de Paula (PDT), conhecido como Anderson Lourenção na região, é prefeito de Quirinópolis, uma cidade no Sudoeste de Goiás com uma população estimada em 50 mil habitantes. Anderson é pré-candidato à reeleição.

O prefeito afirma que sua administração possui a maior aprovação geral nas pesquisas, e as principais áreas da administração pública também têm destaque positivo na percepção da população. Para ele, esse resultado é fruto do trabalho desenvolvido nos três anos e meio de gestão. “Me julguem pela minha história”, destaca o prefeito, utilizando uma frase que, segundo ele, pertence ao governador Ronaldo Caiado.

Anderson Lourenção busca se reeleger em Quirinópolis l Foto: Arquivo pessoal

“Fizemos uma grande transformação em Quirinópolis. Posso afirmar que preparamos nossa cidade para o futuro ao investir fortemente em saúde, educação, infraestrutura e segurança pública. A população percebe a mudança diariamente porque, hoje, o poder público está presente em sua rotina”, garante.

Anderson Lourenção declara que sua gestão na área da saúde é a melhor da história da cidade, com 86% de aprovação pela população. Segundo ele, sob sua administração, a cidade se consolidou como a terceira melhor do Brasil entre 30 mil e 100 mil habitantes em desenvolvimento educacional nos últimos quatro anos, de acordo com uma metodologia aplicada pelo Instituto Áquila, o que ajudou a reduzir as desigualdades em sala de aula. Áreas como ação social e infraestrutura também são bem assistidas pela administração.

Os eleitores frequentemente valorizam a experiência e a competência dos candidatos na administração da cidade ou do município. A capacidade de um candidato para implementar políticas eficazes e resolver problemas locais é frequentemente considerada mais relevante do que sua adesão a uma ideologia específica. A experiência prévia em cargos públicos locais ou em gestão é um fator importante na escolha de candidatos.

Isso explica a eleição de prefeitos alinhados às ideologias de esquerda em Anápolis e Goiânia, cidades geralmente conservadoras e de direita. Eleitores dessas duas cidades costumam votar em candidatos de direita para presidente, mas nas eleições locais, muitas vezes mudam de lado.

A identificação com a comunidade e a compreensão das necessidades e desejos locais são cruciais nas eleições municipais. Os eleitores tendem a escolher candidatos que parecem entender e se conectar com a realidade local, independentemente de suas crenças ideológicas. Candidatos que demonstram um compromisso genuíno com a melhoria da qualidade de vida na comunidade podem superar diferenças ideológicas.

Questões morais frequentemente influenciam os eleitores em eleições municipais. Os eleitores tendem a considerar a integridade, honestidade e conduta ética dos candidatos ao tomar suas decisões. Escândalos, denúncias de corrupção ou comportamentos imorais podem impactar negativamente a percepção pública sobre um candidato. Além disso, a forma como um candidato aborda questões morais e éticas em suas políticas e campanhas também pode atrair ou afastar eleitores.

A escolha de um prefeito pode ser influenciada por diversos fatores, e a importância relativa da questão moral em comparação com a competência como gestor pode variar dependendo do contexto específico. Muitos eleitores valorizam a integridade e a honestidade do candidato, e a percepção de que o candidato é incorruptível e tem boas intenções pode ser crucial.

A existência de escândalos ou controvérsias envolvendo o candidato pode afetar negativamente sua imagem e sua capacidade de angariar votos. Candidatos com experiência comprovada em gestão pública ou privada frequentemente são vistos como mais capacitados para administrar uma cidade. A habilidade do candidato em resolver problemas complexos e implementar políticas eficazes é um fator importante para muitos eleitores.

Para Luiz Signates, cientista social e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), as questões morais são observadas e geralmente associadas a queixas sobre o exercício do cargo. Por exemplo, um prefeito conhecido por usar drogas pode enfrentar críticas intensificadas ao seu desempenho administrativo.

Luiz Signates, cientista social l Foto: Reprodução

No entanto, se a imagem da administração for amplamente positiva, o eleitorado tende a desvalorizar as questões morais ou de comportamento. “Desta forma, um prefeito amplamente visto como alguém que cuida da cidade e administra bem pode ser aceito pelo eleitorado mesmo que seja percebido como brusco ou mal-educado. Assim, o eleitor municipal, muitas vezes, vota observando a si próprio e os benefícios que o candidato proporciona a ele”, ressalta.

Signates observa que todos os prefeitos têm a máquina administrativa à sua disposição, o que geralmente lhes proporciona vantagens iniciais pela capacidade de comunicação que o sistema oferece. “No entanto, isso não costuma superar uma insatisfação significativa e instalada no eleitorado, a não ser que a oposição também tenha um histórico ou imagem desgastados e faça uma campanha ruim”, argumenta.

O eleitor municipal busca um gestor que priorize o desenvolvimento da cidade sobre questões ideológicas porque, em um contexto local, as necessidades práticas e imediatas da comunidade geralmente se sobrepõem a debates políticos genéricos.

 Um gestor focado na cidade compreende a importância de resolver problemas concretos como infraestrutura, saúde, e educação, e dedica seus esforços para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Esse enfoque pragmático é mais eficaz na implementação de políticas que trazem benefícios tangíveis e diretos à população, como a melhoria do transporte público, a construção de escolas e hospitais, e a manutenção de espaços públicos.  

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