Reconduzido ao posto de presidente estadual do PSB em Goiás, o ex-deputado federal Elias Vaz aposta em uma frente democrática nas eleições estaduais de 2026 e diz não ver sentido em uma alinhamento com a extrema-direita.

Diretor de Participação Popular na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Vaz mira a conquista de mais uma cadeira no parlamento goiano com a formação de uma chapa robusta e alinhada com a eleição de Daniel Vilela (MDB). “O Daniel representa uma candidatura de centro com as forças democráticas, é uma candidatura mais ampla e o PSB está observando isso. Se for uma canddiatura de forças democráticas o PSB apoia”.

Em entrevista ao Jornal Opção, Elias Vaz afirmou que o cenário político em Goiás caminha para uma polarização entre uma candidatura de centro democrático e uma de extrema-direita. Segundo ele, a tentativa do governo em aproximar-se desse grupo político é um equívoco. “A extrema-direita só sobrevive com a polarização. Se fizer composição ela deixa de assistir, é o que vimos em São Paulo com o aparecimento de um Pablo Marçal”, conta.

Ele explica que, assim como em Goiás nas eleições de 2022, quando o governador Ronaldo Caiado (UB) foi reeleito ainda no primeiro turno, bem como no pleito municipal de 2024 em Goiânia, a centro direita democrática venceu as eleições com os votos progressistas e contrários à extrema-direita.

Para ele, parte significativa do eleitor lulista votou em Caiado — e não nos candidatos bolsonaristas Gustavo Mendanha ou Vitor Hugo — como uma opção democrática mais viável. A mesma lógica teria ocorrido em Goiânia, quando eleitores de Adriana Accorsi (PT) migraram para Sandro Mabel (MDB) no segundo turno para impedir a vitória da extrema-direita. “Foi só com a com a com a composição desses votos que foi possível derrotar o a extrema direita”

“Não é contraditório apoiar o MDB em Goiás e Lula nacionalmente. O MDB faz parte do governo federal e tem ministros. O que importa é o compromisso com a democracia”, afirma.

PSB espera resposta de Bruno Peixoto

Bruno Peixoto: presidente da Assembleia Legislativa de Goiás | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

Tido como um dos principais nomes para a disputa a deputado federal nas próximas eleições, o deputado federal Bruno Peixoto (UB) é cobiçado por diversos partidos. Há articulações, inclusive, dentro do PSB para que ele dispute o pleito no partido do vice-presidente da República. “Existe uma vontade do PSB e do vice-presidente Geraldo Alckmin em trazê-lo. As portas estão abertas, mas a decisão é dele”, revela.

Segundo Elias, o PSB pretende lançar uma chapa competitiva para as eleições proporcionais, com meta de eleger pelo menos dois deputados estaduais e um federal. Ele também não descarta a própria candidatura, caso seja uma demanda do partido.

Federação partidária e futuro da legenda

Sobre federação partidária, Elias explica que as discussões ocorrem no âmbito nacional e que o Cidadania é hoje o partido com conversas mais avançadas com o PSB. A cláusula de barreira, segundo ele, deve intensificar esse movimento entre os partidos menores. “É natural que legendas com proximidade ideológica caminhem para federação e, futuramente, até fusão”, pondera.

Apesar de reconhecer que o projeto do PSB para 2026 ainda está voltado à reeleição de Lula, Elias não esconde a ambição de ver a legenda disputando a presidência em breve. “Temos quadros como João Campos, Tábata Amaral, Márcio França. São lideranças que projetam o partido nacionalmente. No passado, com Eduardo Campos, poderíamos ter mudado a história do país. Mas seguimos reconstruindo”, finaliza.

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