Com ao menos 3 postulantes à Câmara e 4 à Alego, governo deve ter baixas até abril

09 janeiro 2022 às 00h01

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Até o momento, sete nomes devem deixar secretarias ou outros cargos no governo para concorrer no pleito de outubro
Com 14 secretárias, 11 órgãos de administração indireta (agências e autarquias) e mais 11 sociedades de economia mista, o primeiro escalão do governo estadual deve ter baixa de apenas sete nomes até o início de abril, quando se encerra o prazo de desincompatibilização para as eleições de 2022. Três integrantes devem concorrer à Câmara Federal e quatro, a uma cadeira na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
Os três secretários avaliados como pré-candidatos a deputado federal são o secretário de Saúde (SES), Ismael Alexandrino (sem partido) ; o de Segurança Pública (SSP), Rodney Miranda (filiado ao Republicanos); e o presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) e da Agência Goiana de Habitação (Agehab), Pedro Sales (sem partido).
Eles avaliam ser candidatos, mas a decisão deve ser do governador Ronaldo Caiado (DEM), inclusive sobre a saída se será no prazo final, em abril, ou se pode ser antecipada, como cobram o presidente da Alego, Lissauer Vieira (PSB), e o deputado José Nelto (Podemos), que também devem concorrer a uma cadeira.
Para a Assembleia, há quatro postulantes. É o caso do titular da Secretária de Governo (Segov), Ernesto Roller (sem partido); do presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Renato de Castro (DEM); do presidente da Central de Abastecimento de Goiás (Ceasa), Lineu Olímpio (hoje no PTB); e também do assessor executivo do governo, José Vitti (sem partido), que deixou a Secretaria de Indústria e Comércio (SIC) em dezembro, justamente, para se dedicar a pré-campanha para a Alego.
Fora do primeiro escalão, Vitti se junta ao presidente do diretório do Democratas, Lívio Luciano (DEM), que é assessor especial do governo e também cotado para concorrer a uma cadeira na Alego. Primeiro suplente da Casa pela chapa que juntava seu partido à época, o Podemos, e o PRP (hoje Patriota), ele pode somar na chapa caiadista para preencher as vagas da Alego.
De acordo com Lívio, que é um dos principais porta-vozes do governo estadual, as saídas não devem fugir destes sete nomes do primeiro escalão e do seu nome, que também é um dos principais cargos da assessoria do governo.
Ele explica que a decisão final será do governador, e que ainda não há nomes cotados para substituir estes nomes, porém, a definição deve sair só em abril, quando se encerra o prazo de desincompatibilização de secretários de governo, dos municípios e de ministros. “O governador vai decidir quando sairão os candidatos”, acrescenta o assessor.
Acumulando duas cadeiras do primeiro escalão, Pedro Sales é um dos principais sondados pelo grupo do governador. Sem filiação partidária, ele tem até mês de abril para esta definição, junto com o prazo de desincompatibilização.
Segundo o presidente, ele vai deixar as agências no momento em que o governador decidir que for adequado e que só vai sair se for para somar ao grupo. Ele deve se filiar ao partido do governador, o União Brasil, que será o resultado da fusão entre o DEM e o PSL.
“Estou à frente de duas pastas fundamentais que trazem grandes projetos e realizações para 2022 e a minha cabeça está focada em fazer isso dar certo. Fechar a gestão com chave de ouro. Uma eventual candidatura será uma consequência natural de fazer essas políticas virarem entregas efetivas e mudarem a vida das pessoas no Estado. Não há que se inverter essa ordem”, pontua o presidente.
O secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, também deve seguir rumo ao União Brasil, para fortalecer a chapa. Com visibilidade por causa da pandemia de Covid-19 e também atuante na venda do Hospital do Servidor Público para sediar o Hospital da Criança e do Adolescente, o político foi o primeiro a ter um nome ventilado como possível substituto na SES – a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim.
“Avaliarei com responsabilidade esta possibilidade no momento certo. Agora sou secretário de Saúde e estou 100% engajado em cuidar das pessoas, estruturar as Policlínicas, melhorar o atendimento dos hospitais, salvar vidas”, diz Alexandrino. “Não sou e nunca fui filiado a nenhuma sigla partidária. Todas as conversas que tive com o governador Ronaldo Caiado até agora foram no sentido de prover saúde de qualidade para todos. Estou focado nisso. Outras questões serão tratadas no tempo oportuno.”
Entre os três sondados como postulante a uma das 17 cadeiras na Câmara Federal, o único que está filiado a uma sigla, é o secretário de Segurança Pública (SSP), Rodney Miranda (Republicanos). Ele, porém, está com domicílio eleitoral em Vila Velha (ES). Filiado ao Republicanos, ele é primeiro suplente de deputado federal no Estado capixaba, por uma chapa com PL e PSL. O político obteve 42,8 mil votos nas últimas eleições e segue com a ambição.
Segundo uma fonte dentro de seu partido, Rodney é próximo ao presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, e pode trazer seu domicílio eleitoral para Goiás seguindo na sigla, independentemente do apoio do partido a candidatura de Caiado à reeleição. “O secretário pode ter um aval para apoiar o governador [mesmo se o partido estiver em outra chapa]”, acrescenta esta fonte.
Cotada como postulante, a secretária de Economia, Cristiane Schmidt, negou as possibilidades. Ela também rechaça a possibilidade de candidatar a um cargo eletivo. “Teria apenas um voto, o meu”, comentou a secretária, , em tom descontraído, acrescentando que não tem ambição de concorrer a cargos eletivos e que não é filiada a nenhuma sigla.
Para a Alego
Na Assembleia Legislativa, a tropa caiadista não deve fugir de Roller, ex-filiado ao MDB, Renato de Castro, Lineu Olímpio (hoje no PTB), de Lívio Luciano e de José Vitti (sem partido, mas que conversa com MDB, União Brasil, PSD e PP. O único desincompatibilizado do primeiro escalão, mas que ainda segue no governo, é José Vitti, que disse que pretende intensificar a sua pré-campanha em fevereiro.
Os outros três tiveram seus nomes confirmados como possíveis nomes, no entanto, a confirmação será feita somente pelo governador Ronaldo Caiado. Nenhum dos três nomes foram encontrados até o fechamento desta reportagem.