O registro das candidaturas pode ser feito até o dia 15 de agosto. Até lá tudo pode  mudar, mas é pouco provável. Isso porque no dia seguinte, ao fim dos registros, a campanha propriamente dita começará. E, para além da disputa nas urnas, há uma forte batalha entre os candidatos pelas melhores estruturas eleitorais, que logicamente resultam em votos.

Ao falar da estrutura eleitoral, estamos incluindo os recursos financeiros, tempo de TV e Rádio, alianças e apoios de lideranças. Tudo isso representa poderio de convencimento do eleitor. Mesmo antes do registro das candidaturas é possível se estimar como essa estrutura será composta e dividida em Goiás. Ao todo, são nove candidatos na disputa pelo governo do Estado, entretanto, as maiores alianças e recursos financeiros ficaram entre os quatro primeiro colocados nas pesquisas. São eles: Ronaldo Caiado (UB), Gustavo Mendanha (Patriota), Major Vitor Hugo (PL) e Wolmir Amado (PT).

A estrutura montada por Ronaldo Caiado para viabilizar a reeleição se destaca. De um lado, o governador Ronaldo Caiado conta com a estrutura partidária reforçada pela máquina de governo. Também por representar um projeto de continuidade, o governador teve mais sucesso na formatação das alianças, o que faz com que ele inicie a campanha com vantagens em relação aos adversários. 

Tempo de TV

A propaganda na TV e no Rádio será de blocos de 10 minutos. Eles começaram a ir ao ar a partir do dia 26. Os candidatos ao governo terão suas peças exibidas às segundas, quartas e sextas, às 13 horas e às 20h30. No rádio, os programas serão transmitidos às 7 horas e às 12 horas.

Com quatro grandes bancadas na Câmara Federal, o governador Ronaldo Caiado deve contar com cerca de 5 minutos em cada bloco de 10 minutos disponibilizados para os candidatos ao Governo de Goiás. Na sequência, está o ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Wolmir Amado, com cerca de 2 minutos; deputado federal Vitor Hugo, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha terão menos de 1 minuto.

Os cálculos realizados são feitos com base na Resolução Nº 23.610/2019 e 23.671/2021. Isto é, trata-se de uma estimativa, considerando as bancadas eleitas em 2018, que pode ter alteração devido a mudança de candidaturas e de partidos. Com base no texto, o tempo de TV e rádio, nesse caso o bloco de 10 minutos, disponibilizados para as candidaturas ao Governo de Goiás, têm 90% do tempo distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, isto é, 513 deputados.

No entanto, ao ser considerado os mesmos critérios para a distribuição de tempo de TV e rádio de 2016, foram computados 506 parlamentares. Outros 10% do tempo de TV e rádio são distribuídos igualitariamente por cada candidato. Na divisão está sendo considerado a candidatura de Marconi Perillo, que pode não entrar na conta, por ser ao Senado. Neste momento, Caiado conta com 279 deputados federais, distribuídos por 11 partidos, Wolmir Amado, 100; Mendanha, 39; Marconi, 37; Vitor Hugo, 33.

Alianças partidárias

As composições e alianças com partidos tem forte influência no potencial eleitoral de qualquer candidato. Conseguir aglutinar siglas representativas em torno de um projeto é demonstração de aceitação política, e o eleitorado sabe ler isso. Além disso, ter uma coligação representa mais tempo de TV, mais recursos e mais gente pedindo voto para. 

O governador Ronaldo Caiado conseguiu trazer para sua coligação 14 partidos. Além do União Brasil, respaldam a chapa Ronaldo Caiado/Daniel Vilela: MDB, Solidariedade, PRTB, PSC, Avante, PV, Podemos, PTB, Progressistas, Republicanos, PSD, PDT e Consciência 91.

Gustavo Mendanha chegou ao final da pré-campanha com o apoio de seis partidos: Democracia Cristã, Mobiliza, Mais Brasil 35, Agir 36, Republicanos e o seu próprio, o Patriota.

Wolmir Amado terá ao seu lado como candidato a vice-governador Fernando Tibúrcio (PSB). O PT faz aliança com PSB, PC do B e PV.

O PL vai só. Não compôs nenhuma aliança.

Recursos financeiros

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o valor total exato do valor do fundo eleitoral neste ano é de R$ 4.961.519.777,00 e “representa a maior soma de recursos já destinada ao Fundo desde a criação, em 2017, e foi distribuído entre os 32 partidos políticos registrados no TSE com base em critérios específicos”.

As regras do TSE são impostas apenas para divisão dos recursos do Fundo entre os diretórios nacionais de cada sigla. A forma como esse dinheiro é repartido internamente cabe a cada sigla, desde que respeite o que já é previsto no estatuto –  única regra geral que vale para todos os partidos é a destinação de 30% dos recursos para campanhas femininas.

Assim, caberá aos partidos a definição de quais estados ou candidaturas (deputados estaduais, federais, senadores, governadores ou presidente) deverão receber cada fatia do fundo que chega para o diretório nacional. Essa é uma questão em que as lideranças partidárias consideram a estratégia adotada para cada eleição.

Apesar dos gastos com cada candidatura ficar a cargo da estratégia adotada por cada partido, a legislação eleitoral determina um limite de gastos das campanhas. Para esse ano o limite tera como base os gastos de 2018 reajustado pela inflação do período.

Nas últimas eleições gerais, realizadas há quatro anos, o teto de gastos para candidatos seguiu os seguintes limites:

Presidente da República, 1º turno: até R$ 70 milhões / 2º turno: até R$ 35 milhões

Deputado federal, R$ 2,5 milhões

Deputado estadual ou distrital, R$ 1 milhão

Por ser o maior, o União Brasil – partido do governador de Goiás, Ronaldo Caiado –  terá R$ 782 milhões para a campanha deste ano. Em seguida estão o PT com R$ 503 milhões, o MDB com R$ 363 milhões, o PSD com R$ 349 milhões e o PP com R$ 344 milhões. Somados, os 5 partidos vão receber 47,24% do total distribuído. Entre os que tem as contas bancarias mais gordas, 4 estão na aliança com Caiado. Embora ainda não haja definição de quanto será repassado para os diretórios estaduais, a tendência é de que a aliança com que mira a reeleição tenha mais recursos do que as demais.

Os partidos que estão coligados com Gustavo Mendanha terão os seguintes repasses para a direção nacional: Republicanos fica com R$242 milhões, Patriota tem direito  a R$ 86 milhões. DC, Mobiliza, Mais Brasil 35 e Agir terão, cada um, R$ 3 milhões. 

O PT, de Wolmir Amado, como já citado tem R$ 503 milhões para bancar candidaturas nos estados e presidencial. Coligado a ele, segue o PSB com R$268 milhões, PC do B com R$ 76milhões e PV com R$ 50 milhões.

O PL tem para distribuir para as candidaturas em todo o país o valor de R$ 288 milhões.