Achar que apenas a saúde privada tem bons médicos é um erro
09 abril 2016 às 14h45
COMPARTILHAR
O Jornal Opção entrevistou alguns dos profissionais que, embora também trabalhem na iniciativa privada, contribuem para a qualidade da saúde pública há muitos anos
Marcos Nunes Carreiro
Sabe aquela máxima de que serviço bom é o privado? Bem, nem sempre isso é verdade. Na área da saúde, por exemplo, tudo passa por dois pontos principais: a estrutura dos hospitais e a qualidade dos profissionais.
Em termos de estrutura, temos visto uma mudança nos últimos anos com a melhora da configuração física das principais unidades de saúde públicas de Goiás. Se não é a ideal, inegavelmente houve alguma evolução.
Mas a questão central na qualidade do setor está em seus profissionais. O Jornal Opção buscou conversar com aqueles médicos que são reconhecidos por seu trabalho e que desenvolvem um importante trabalho na rede pública de saúde, embora sejam ativos nos hospitais e clínicas privadas — afinal, quase todos os médicos trabalham nas duas redes.
Quem não conhece, por exemplo, Zacharias Calil? O cirurgião pediátrico do Hospital Materno Infantil (HMI) é referência internacional quando o assunto é separação de gêmeos siameses. No ano passado, por exemplo, o médico foi o alvo do interesse internacional por causa da cirurgia de separação dos gêmeos Arthur e Heitor — participou, inclusive, do programa “Meu Corpo, Meu Desafio”, do Discovery Channel.
A cirurgia de Arthur e Heitor, a 16ª feita por Zacharias, levou o nome do HMI, hospital da rede estadual de saúde, a ser reconhecido fora do país. O médico, que recebeu a reportagem no outro hospital em que trabalha no Setor Bueno numa manhã tranquila de quarta-feira, diz que veio de escola pública e acha importante dizer isso.
“Me formei em Goiânia e fiz residência em Brasília”, conta. “Voltei para Goiânia, em 1985, e desde então trabalho no HMI. Quando o médico inicia a sua carreira, a clínica privada praticamente não existe, então ele precisa encarar as coisas de corpo e alma. Se quer ser um bom profissional, é preciso trabalhar muito; não importa o que vai ganhar.”
Para ele, o médico — sobretudo o pediatra — cresce em conhecimento no serviço público, onde é possível encontrar uma maior incidência de patologias raras e doenças graves. “Eu costumo dizer, sobre minha especialidade, que a criança do serviço público é diferente da clínica privada. Porque são crianças de famílias com menor poder aquisitivo e que geralmente têm uma alimentação falha, falta de vacinação e uma imunidade baixa.”
E a do setor privado? “A criança da clínica privada não, pois tem pais de classe média ou alta, são mais nutridas, com vacinação em dia e patologias com menor incidência. Isso no geral. Então, o médico do serviço público vai adquirindo experiência e começa a se diferenciar. Se o médico se dedica quase em tempo integral ao serviço público, ele começa a ser mais procurado.”
Zacharias diz que deve muito ao serviço público porque foi por meio dele que conseguiu alavancar a especialidade e se tornar conhecido, algo que, segundo ele, aconteceu de maneira espontânea, “através do serviço prestado a essa comunidade mais carente”.
“Agora, nós chegamos a esse nível devido às patologias raras, como separação de gêmeos siameses e má formação nas crianças. Ninguém abraçava essa causa; nós abraçamos”, relata. Tudo começou em 2000, com o caso das gêmeas Larissa e Lorraine. Ele conta que, na época, as viu pela primeira vez em uma emissora de televisão, quando os pais pediam ajuda para alguma equipe médica ou para serem transferidas para outro estado, que teria maior capacidade técnica de fazer esse procedimento.
“Vendo aquilo, eu ofereci ajuda e pedi auxílio ao governo de Goiás. O governador Marconi Perillo, na época, nos atendeu e deu tudo o que pedimos, em termos de equipamento e melhoria do centro cirúrgico, para que o procedimento fosse realizado. Operamos e foi um sucesso, mas pensei que não veríamos mais casos assim”, lembra.
Porém, para a surpresa do médico, essas patologias, que são extremamente raras, começaram a aparecer com mais frequência. “Nunca tinha visto um caso assim antes de 1999. Mas, de repente, começamos a ver novos casos e formamos equipe com pessoas de alto nível para resolver esses problemas. E o hospital também foi investindo em melhor estrutura para cirurgias complexas como essas”, argumenta.
Zacharias aponta que sem o serviço público de saúde essas cirurgias não seriam possíveis, devido aos custos, que são muito altos. Ele conta que, nos Estados Unidos, um procedimento de separação como os 16 que já fez em Goiás chega custar 1 milhão de dólares. “O último caso, do Arthur e Heitor, de acordo com o que me foi informado, custou aproximadamente 800 mil reais.”
Mas não apenas Zacharias tem conseguido destaque para as instituições públicas de saúde de Goiás. Outro goiano que levou tornou o estado em referência de atendimento é o oftalmologista Marcos Ávila. Formado pela Universidade Federal de Uberlândia, fez residência no Rio de Janeiro e pós-graduação em Harvard, nos Estados Unidos. O doutorado foi cursado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), desde 1997, foi lá onde o médico desenvolveu um projeto chamado Cerof, sigla que já tem sido adotada por outros estados. Trata-se do Centro de Referência em Oftalmologia. Ele lembra que o Cerof começou a funcionar em uma sala de 16 m² atendendo de 30 a 50 pacientes por mês. “Servia para fazermos as aulas das turmas de 5º ano de Medicina”.
“Atualmente”, afirma o médico, “o Cerof é uma estrutura de orgulho para o Brasil e para Goiás, pois tem quase 4 mil m² de área construída e atende, em média, 18 mil pacientes por mês, além de realizar cerca de mil cirurgias. É um local exclusivamente de atendimento público de saúde.”
Marcos relata que o modelo do Cerof deu certo porque consiste em multiplicar o esforço do médico. Como? “Através de campanhas de saúde pública, qualificação do agente comunitário de saúde, ensino dos profissionais do Programa de Saúde da Família. São iniciativas para identificar os pacientes com risco potencial de baixa visual ou cegueira.”
Trata-se de uma triagem, feita antes de o paciente chegar na consulta. Assim, a pessoa já entra no consultório do Hospital das Clínicas com a identificação de uma possível doença ocular, nem que seja falta de óculos. “Para isso, ensinamos também os professores da rede pública de ensino a identificar as crianças com baixa visual em um ou nos dois olhos. Uma vez feita essa multiplicação, o paciente é atendido, potencializando o trabalho de toda a equipe médica e de toda a estrutura”, argumenta.
Além disso, o médico explica que foi criado também um sistema de resolutividade plena. Trabalha-se com o cuidado primário (óculos etc.), com o cuidado secundário (patologias com tratamento ambulatorial e clínico) e com o cuidado mais complexo, de doenças de alta complexidade, como descolamento de retina, glaucoma e transplante de córnea. “Então, dentro do mesmo ambiente, existe a resolutividade plena. Com isso, o dinheiro público, que é escasso, é melhor utilizado.”
Contudo, o Hospital das Clínicas não é referência apenas por seus atendimentos. Marcos conta que a formação de médicos também é um ponto forte do centro. “Tendo uma educação adequada, e estando atualizado em todos os níveis, o médico tem uma chance muito maior de fazer bem feito e de trazer para o paciente o resultado. Agora, é importante também que se tenha uma formação de qualidade desde o primeiro minuto. A residência médica é um ponto alto do Cerof.”
Na última avaliação nacional de título de especialista, do Conselho Brasileiro de Oftalmologia em parceria com a Associação Médica Brasileira, um aluno do Cerof ficou em primeiro lugar na prova.
“Conseguimos superar a pandemia de H1N1 em 2009”
A fala acima é do médico Boaventura Braz, uma das referências da infectologia atualmente. Ele relata que, em 2009 e 2010, durante a pandemia de gripe A, o trabalho desenvolvido no Hospital de Doenças Tropicais (HDT) foi essencial para evitar maiores danos na população. Segundo ele, na época, o estado ainda não estava preparado para este enfrentamento; não tinha aparelhagem para receber os pacientes com quadros respiratórios graves. “Mas conseguimos superar isso com a aquisição de 20 respiradores, que puderam dar uma qualidade para o tratamento desses pacientes”.
Graças a esse trabalho realizado em 2009, agora, época da volta de certa epidemia de H1N1, Boaventura diz que o hospital tem conseguido receber os pacientes com agravamento de sua situação respiratória, mas alerta que o número de leitos está aquém do necessário, caso a epidemia se alastre mais.
“É muito preocupante, pois não conseguimos barrar essa epidemia através da vacinação. A esperança é que haja uma reavaliação por parte dos gestores federais, que precisam ampliar essa vacinação aos indivíduos entre 20 e 40 anos, porque na pandemia de 2009 e 2010 essa foi a faixa etária mais acometida. Tivemos poucos óbitos em pacientes acima de 60 anos”, pondera.
HIV
Um dos pontos fortes da unidade, e do trabalho de Boaventura, diz respeito ao tratamento do vírus HIV, que provoca a aids. Ele, que começou a trabalhar no Hospital de Doenças Tropicais (HDT) em 1999, conta que desde o princípio tem, junto com a equipe do HDT, focado seu trabalho na doença e que a unidade já ganhou vários prêmios por isso.
“Ganhamos por três vezes consecutivas como hospital mais envolvido na busca por um serviço público de qualidade. E tivemos oportunidade também de ganhar alguns prêmios nacionais pelo trabalho desenvolvido com a aids, tanto pela prevenção e infecção vertical — materno-infantil — quanto pelo trabalho ambulatorial. Fomos reconhecidos pela Sociedade Brasileira de Infectologia e também por órgãos não-governamentais”, revela.
Além disso, segundo Boaventura, a unidade é atualmente referência em genotipagem do vírus HIV. “Desenvolvemos esse trabalho dentro do hospital e fazemos a avaliação das falhas terapêuticas e o resgate dos pacientes com aids no estado”. Esse é um trabalho importante, visto que os números de pessoas infectadas pelo vírus da aids estão constantemente ameaçando fugir ao controle.
Foi essa doença, aliás, que interessou outra reconhecida infectologista do HDT. Christiane Kobal, largamente conhecida no meio médico em Goiás, conta que seu primeiro contato com a infectologia foi quando cursava o quinto ano de Medicina. “Me apaixonei pela área, que sofria muito preconceito na época, pois era conhecida com a área da aids. Foi na época pós-Cazuza. A partir daí, fiz residência e prestei concurso para trabalhar no HDT. Mas também segui carreira na rede privada.”
Na unidade, Christiane, que dirigiu o hospital durante oito anos, sempre foi responsável pelo serviço de aids e hepatites virais e diz que o principal dever de qualquer médico é estar sempre atualizado. “A atualização, sobretudo do infectologista, é obrigatória, afinal as doenças infecciosas evoluíram muito nos últimos anos, assim como o tratamento”.
Um dos pontos que chamam a atenção trata das doenças resistentes, largamente vistas atualmente. Ela explica: “Os microrganismos, sejam eles bactérias, vírus, fungos, protozoários, são seres vivos. Todo ser vivo não quer morrer. Da mesma forma que o ser humano se adapta, os microrganismos também desenvolvem mecanismos de resistência frente aos medicamentos criados para eliminá-los”.
Um exemplo, além da H1N1 e da própria aids, é a tuberculose — doença que voltou a ser constatada no Brasil nos últimos anos. “O que aconteceu com a tuberculose foi que a bactéria foi se tornando resistente e existe uma dificuldade atualmente que é a pesquisa por novos medicamentos que superem essas doenças. Isso é um problema mundial. A indústria farmacêutica desacelerou e está cada vez mais difícil descobrir drogas novas para microrganismos resistentes”, alerta.
É importante que os profissionais sempre queiram ler e estudar
Marcelo Rabahi é um dos exemplos de médicos que fizeram carreira na rede privada e que quis prestar seu serviço na rede pública. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde também fez residência e o doutorado, ele diz ao Jornal Opção: “Como fiz toda a minha formação em instituições públicas, achei que deveria voltar para o serviço público para dar a minha contribuição”.
Ele trabalhou durante dez anos no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), como pneumologista e coordenador de CTI [Centro de Tratamento e Terapia Intensiva], até passar no concurso para professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), instituição na qual está até hoje.
Como professor, ele não deixou de atender, mas ressalta um ponto de extrema importância na carreira de qualquer profissional, sobretudo um da saúde: é importante que os profissionais sempre queiram ler e estudar, pois as coisas acontecem de maneira muito rápida no mundo todo.
“Projetos de pesquisa levam ao desenvolvimento contínuo. Então, para que nós possamos oferecer o melhor atendimento e as melhores tecnologias é preciso estar sempre estudando. Não só para saber o que fazer, mas também para entender o que não deve ser feito; não repetir erros já cometidos em outros locais”, pontua.
Contudo, ele ressalta que, embora o País tenha boas escolas médicas, comparadas às de outros locais do mundo, a abertura indiscriminada de faculdades de medicina sem estrutura física adequada para os alunos e sem formação do corpo docente, está comprometendo o ensino médico no Brasil.
“É preciso olhar com muito cuidado essa necessidade de formação de novos médicos. Se estamos preocupados com a saúde pública e com a formação de novos médicos para atender nos hospitais das regiões mais remotas do País, deveríamos formar melhor os profissionais”, enfatiza.
Sobre essa formação dos profissionais, a reportagem conversou com outros médicos. Esses atuam também como gestores.
Os gestores da saúde pública que deu certo em Goiás
É possível dizer que o ortopedista Sergio Daher foi um dos principais responsáveis pelo estabelecimento do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), hospital público estadual que é referência de atendimento fisioterápico e ortopédico não apenas em Goiás, mas no Brasil — representantes de vários estados já vieram a Goiás estudar o modelo para aplicá-lo em outros locais.
Especialista em cirurgia de coluna, Sergio Daher fez carreira na iniciativa privada e, depois de se aposentar do cargo de professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi convidado para participar do projeto de implantação do Crer. “O projeto deu certo e acabei ficando nessa atuação até hoje”, diz ele.
Sergio Daher recebeu a reportagem na sede da Agir, organização social (OS) que gere o Crer desde o seu início. Sobre essa gerência em parceria — o Crer foi o primeiro hospital do Estado a ser administrado por uma OS —, médico diz: “Tínhamos uma lacuna muito grande na área e o Crer veio para atender a isso, com base em uma filosofia de trabalho, que está pautada na humanização, na agilidade e na qualidade do atendimento”.
“Além disso”, ele continua, “houve uma preocupação muito grande na parte de educação continuada e pesquisa. É lógico que o foco principal é assistencial, mas sempre nos preocupamos com o braço de ensino de educação dentro da instituição.” Quem fala mais sobre essa filosofia é o atual diretor da unidade, Válney Luiz da Rocha, que entrou para o conselho administrativo da Agir em 2004.
Válney Luiz — que começou a carreira na iniciativa privada (é sócio e diretor administrativo-financeiro do Hospital dos Acidentados) — relata que o “Crer tem como escopo oferecer um atendimento de excelência ao paciente portador de deficiência, fundamentado no ensino e na pesquisa.”
Em outras palavras: “o Crer não é apenas um hospital de assistência médica. Nós temos a obrigação e o dever de buscar melhorar o conhecimento médico para a aplicação da terapêutica nos pacientes que procuram a unidade. Ou seja, temos a obrigação de desenvolver linhas de pesquisa que contribuam para a melhoria da assistência”, diz.
Para isso, Válney Luiz conta que o hospital realiza, todos os anos, uma jornada científica, além de estimular a produção de trabalhos científicos por parte dos profissionais, quer seja para essa jornada ou para outras. “Temos pesquisas realizadas em conjunto com universidades internacionais e também disponibilizamos aos nossos colaboradores, por meio de videoconferência, a participação em congressos nacionais e internacionais”, relata. Isso vai ao encontro da atualização médica sobre a qual se falou nesta reportagem.
HDS e Hugol
A Agir, organização social que gere o Crer, agora também é responsável pela administração de outras duas unidades: a antiga colônia Santa Marta, que hoje é Hospital de Doenças Sanitárias (HDS), e o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).
A reportagem também conversou com os diretos das duas unidades. A diretora do HDS, a infectologista Mônica Costa, conta que começou sua carreira em São Paulo e, quando voltou para Goiânia, trabalhou no Crer, na Santa Casa e no HDT.
“Trabalhando nesses hospitais grandes, meu trabalho foi reconhecido. E, também por atuar na área de controle de infecção, que ficou mais conhecida nas últimas décadas. Então, hoje, eu praticamente só me dedico à saúde pública. Acredito que a saúde deveria ser prioritariamente pública, mas uma saúde de qualidade”, diz.
Escolhida para gerir a antiga colônia Santa Marta, que estava praticamente sem função, o trabalho de Mônica consiste em revitalizar a unidade, que hoje atende várias especialidades. “Temos um projeto grande para a área de atenção à saúde do idoso, pois o projeto do Estado é fazer aqui um hospital do idoso, mas ainda está em fase de implantação. Hoje, atendemos a todos. Temos, por exemplo, um grande ambulatório para atender pacientes com feridas crônicas, uma área que tem demanda”, explica.
Ela relata que o serviço público é essencial para a saúde. “Há um exemplo que gosto de citar: transplantes, por exemplos, são essencialmente feitos na saúde pública, assim como a formação dos profissionais acontece quase prioritariamente na educação pública. Algo que ainda é uma falha é a estrutura, mas, a partir do momento em que há uma boa estrutura, a qualidade do serviço é quase 100%”.
Falando em estrutura, o Hugol é o mais novo hospital público de Goiás — e um dos maiores. Em nove meses, a unidade já atendeu quase 40 mil pacientes e realizou mais de 270 mil exames e quase 10 mil cirurgias. Trata-se de uma das maiores estruturas hospitalares do Estado.
À frente da unidade, o médico e professor aposentado da UFG Hélio Ponciano relata que quase não aceitou o convite para ser diretor do Hugol, mas que o fez por acreditar ser possível fazer um bom trabalho. “Assumi para gerar uma mudança de hábito e postura no atendimento de urgência e emergência em Goiás”, relata.
Ele conta: “Temos como prioridade dar a oportunidade para que nossos profissionais possam crescer. Acreditamos que quanto mais fazemos, mais aprendemos. As instituições públicas geralmente operam com dificuldade, mas é possível fazer muita coisa boa em um hospital como esse”.