No campo, nas arquibancadas ou mesmo longe dos estádios, a Copa proporcionou cenas e situações inesquecíveis
Elder Dias
1 – Pesadelo
Brasil 1 x 7 Alemanha
Tudo bem que para os brasileiros mais sensatos e menos torcedores a eliminação da seleção era uma anunciada. Mas nem o mais pessimista dos críticos conseguiria chegar ao nível de imaginar que ela viria com a pior derrota da história centenária do futebol pentacampeão mundial e com quatro gols em seis minutos. Aproveitando-se de um time mal escalado, também consequência do mal planejamento, da má preparação, da má convocação e da má formulação tática, a boa Alemanha, vestida de rubronegro, fez o que deveria fazer: jogou um futebol digno daquele que, tempos atrás, aparecia pelos pés de jogadores de camisas amarelas e calções azuis. O dia 8 de julho de 2014 ficará marcado como o dia em que, dentro de seu próprio país, a seleção canarinho perdeu a realeza.
2 – Dor e perda
Joelhada tira Neymar fora da Copa
Se os brasileiros já sentiam falta de melhor qualidade da seleção em campo, tudo ficou irremediavelmente perdido no momento em que o joelho do zagueiro Zuñiga, da Colômbia, atingiu a coluna de Neymar e rompeu a terceira vértebra lombar do craque. O agressor se desculpou, mas a contusão deixou a Copa sem um de seus destaques.
3 – Mundo-cão
Suárez ataca Chiellini com uma mordida
Não foi a primeira vez que Luis Suárez mordeu um rival em campo: a terceira, aliás. Mas a primeira com a camisa do Uruguai. O árbitro mexicano Marco Rodríguez não viu a cena e não advertiu o atacante, apesar da indigação do agredido, o italiano Chiellini. Depois, a Fifa puniu o uruguaio por nove jogos e o baniu do Mundial.
4 – Salvadores
A Copa dos goleiros
Ochoa, Júlio César, Howard, Navas, Neuer, Courtois, Rais, Bravo. Se tem uma posição que não ficou devendo nesta Copa do Mundo foi a que responde pela última proteção da equipe. No jogo Bélgica 2 x 1 EUA, o goleiro norte-americano fez nada menos que 16 defesas, o recorde de todas as estatísticas conhecidas em um Mundial.
5 – Grata surpresa
O fenômeno Costa Rica
Era uma seleção eliminada de véspera. A Costa Rica integrava o “grupo da morte” da Copa de 2014, em companhia de Uruguai, Itália e Inglaterra, todas seleções campeãs mundiais. Ganhou das duas primeiras e empatou com a última. Classificou-se em 1º, eliminou a Grécia nas oitavas de final e só saiu nos pênaltis, diante da Holanda. Invicta.
6 – Vozes patriotas
Torcedores cantam hino à capela
O cerimonial da Fifa impede que hinos mais longos ultrapassem um limite de tempo. Então, são editados e acabam “aleijados”, cortados pela metade. Sem problema: desde o ano passado, os brasileiros passaram a usar os próprios pulmões para concluir a melodia. Este ano, colombianos e chilenos seguiram o exemplo durante a Copa.
7 – Pura simpatia
Alemanha conquista brasileiros
Tidos como pessoas frias e distantes, os alemães parecem estar mudando. E, se depender da seleção que os representou no Brasil, a passos largos. A Alemanha foi, de longe, a delegação mais simpática. Instalados em resort construído sob medida em Santa Cruz de Cabrália (BA), eles, puxados por Podolski (foto), mostraram que sabem curtir a vida.
8 – Revelação
James Rodrígues no clube dos craques
A Copa teve as estrelas Messi, Robben, Neymar, Cristiano Ronaldo. A Colômbia veio desfalcada da sua, Falcao García, mas apresentou ao mundo o jovem James Rodríguez, autor de seis gols, três deles muito bonitos. Saiu mais cedo da Copa, mas elevado.
9 – Inovação
Troca de goleiros para cobrança de pênaltis
O técnico da Holanda, Louis van Gaal, não é mesmo o que se chama de profissional ortodoxo. Mais uma prova disso foi a troca de goleiros, nas quartas de final, para a cobrança de pênaltis. Saiu Cillessen e entrou Krull. A estratégia ousada deu certo.
10 – Goleada
Holanda humilha Espanha
Dispostas no mesmo grupo B, Espanha e Holanda repetiram o duelo da final da Copa de 2010. O resultado não só foi invertido, como o placar foi dilatado: os vice-campeões venceram por 5 a 1, com show de Robben e golaço de Van Persie.
11 – Malcriação
Vaia à presidente Dilma Rousseff
Tudo tem sua hora e seu lugar. Essa é uma regra de ouro que não foi seguida por parte dos presentes ao jogo de abertura da Copa, no Itaquerão. Antes de Brasil 3 x 1 Croácia, a presidente Dilma foi vaiada e xingada. O ocorrido envergonhou até oposicionistas.
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