O Partido dos Trabalhadores (PT) está avançando na disputa pela indicação de cargos na Eletronuclear e na Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep). Representantes do partido se reuniram com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para exigir as nomeações, alegando que o PT não pode permitir que outros partidos controlem órgãos de defesa nacional com orçamentos bilionários.

A intenção dos petistas em relação à Eletronuclear cria uma disputa com os responsáveis pelas indicações dos atuais dirigentes.

A nomeação de Raul Lycurgo Reis, advogado, para a presidência da Eletronuclear já está sendo questionada pelos deputados Júlio Lopes (PP) e Áureo Ribeiro (Solidariedade), que fazem parte da Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividades Nucleares. Eles apontam a falta de experiência de Lycurgo no setor.

A Nuclep é comandada desde 2017 pelo contra-almirante Carlos Henrique Silva Seixas, indicado por Michel Temer e mantido no governo Bolsonaro, juntamente com outros 12 militares ocupando cargos de direção.

Indicações do partido

O grupo que comanda a Nuclep tem ligações com o ex-ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, que também é militar. Desde a eleição de Lula, os funcionários da empresa pressionam o governo por mudanças na direção, e o PT pretende substituir os diretores atuais por indicações do partido.

Com orçamentos bilionários, a Eletronuclear e a Nuclep são considerados estratégicos no programa nuclear brasileiro. A Nuclep é responsável pelo projeto do submarino nuclear, e Lula visitou a sede do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), em Itaguaí (RJ), onde a Nuclep está instalada.

A Eletronuclear gerencia as atividades das usinas nucleares de Angra 1, 2 e 3 e, desde 2022, é administrada pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. (ENBPar), que assumiu as atividades da Eletrobrás que não podem ser privatizadas, incluindo a usina de Itaipu Binacional.