PF encontra anotações de Bolsonaro com referências a Trump; veja o que ele disse
20 outubro 2025 às 18h33

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Durante uma operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF) em julho, foram localizados documentos manuscritos do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) na sede do Partido Liberal, em Brasília. As anotações fazem menções diretas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os papéis estavam sobre a mesa de Bolsonaro e continham frases como “DT e JB”, “Trump e equipe validaram o convite”, “JB alinhado DT” e “JB — Trump — Último”. Segundo os investigadores, essa última expressão sugere que Bolsonaro se considera, junto a Trump, um dos últimos representantes de uma corrente conservadora global.
Outro trecho traz o termo “Lawfare — ativismo judicial”, frequentemente utilizado por aliados do ex-presidente para denunciar o que consideram uma instrumentalização política do sistema judiciário. Bolsonaro também tem usado esse argumento ao afirmar ser alvo de perseguição judicial.
Entre as frases encontradas, destaca-se: “JB – + popular do BR cuja exclusão p/26 é afronta aos princípios democráticos”. Para os investigadores, essa anotação se refere à inelegibilidade determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que Bolsonaro interpreta como uma tentativa de interferência judicial no processo democrático brasileiro.
A PF também identificou referências às datas “06/08 – jan” e à expressão “tiro x facada”. A primeira é vista como uma alusão ao ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021 e à invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023, eventos frequentemente comparados por apoiadores de Bolsonaro e Trump.
Apesar das conexões simbólicas entre os dois líderes conservadores, os investigadores concluíram que as anotações não têm valor probatório e, por isso, não foram incluídas nos inquéritos em andamento, como os que apuram a tentativa de golpe de Estado e a atuação internacional do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Além dos documentos, a operação resultou na apreensão do celular de Jair Bolsonaro. A Justiça também impôs o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de deslocamento. Em 4 de agosto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou prisão domiciliar para o ex-presidente, medida que permanece em vigor após a negativa de pedidos de revogação.
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