Na reunião da Comissão Especial de Inquérito que investiga suspostas irregulares em contratos da Companhia de Urbanização de Goiânia (CEI da Comurg) desta segunda-feira, 3, , os vereadores Ronilson Reis (PMB) e Henrique Alves (MDB) disseram que o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO), Rafael Lara, ligou para eles pedindo que a comissão respeitasse as prerrogativas do Estatuto da Advocacia.


O pedido vem depois que o clima esquentou na reunião da última sexta-feira, quando o advogado do depoente Nilton José Pinto, Danilo Vasconcelos, que reclamou da postura dos vereadores de seguirem com o depoimento mesmo depois de seu cliente exercer o direito de ficar calado. A defesa de Nilton reclamou ainda da postura de alguns membros da comissão.


“Fizeram perguntas contrariando a Lei de Abuso de Autoridade, mesmo com a pessoa ficando em silencia”, argumentou. Diante deste cenário, na visão do advogado, o silêncio foi a melhor estratégia. Apesar da reclamação de transgressão da lei, Danilo afirmou na ocasião não ter a pretensão de tomar nenhuma medida sobre a questão.


“A CEI não tem nenhum interesse em desrespeitar qualquer advogado”, garantiu o presidente da comissão Ronilson Reis. Mas o relator da CEI, Thialu Guiotti (Avante) reforçou que qualquer advogado na reunião “não é depoente e está apenas acompanhando testemunha sem direito de fala”.

“É inadmissível um advogado querer orientar um vereador a fazer qualquer questionamento”, completou. Thialu Guitti lembrou ainda que na ocasião o advogado Danilo teria tentado passar informações pelo celular ao vereador Pedro Azulão Jr. (PSB), membro da comissão. Ele avaliou a situação como uma tentativa de “interferência do trabalho da CEI”.


Pedro Azulão Jr, por sua vez, explicou que o advogado quis mostrar pra ele a Lei de Abuso de Autoridade por ser o vereador mais próximo, mas que rejeitou em ver o conteúdo. “Ninguém me induz aqui. Tenho condições próprias de decidir o que eu faço”, afirmou.


Confira nota da OAB-GO na íntegra

A OAB-GO preza a todo tempo pela preservação e luta em prol das prerrogativas da advocacia, absolutamente, em qualquer foro, seja perante o Poder Judiciário ou qualquer outro ambiente.

A Secional Goiana respeita o trabalho das Comissões Especiais de Inquéritos (CEI), que podem (e devem) exercer suas atribuições investigatórias, nos exatos termos que preceitua a Constituição e as leis aplicáveis, especialmente no que diz às prerrogativas previstas no Estatuto da Advocacia.