Michelle Bolsonaro encosta em Lula e vira fenômeno eleitoral inesperado; entenda
24 setembro 2025 às 17h52

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A corrida presidencial de 2026 ganhou um novo contorno com a ascensão de Michelle Bolsonaro (PL) como principal adversária de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ex-primeira-dama, de 43 anos, aparece com os maiores índices de intenção de voto entre todos os nomes testados contra o atual presidente, superando inclusive seu marido, Jair Bolsonaro, que está inelegível. Em alguns momentos de 2025, Michelle chegou a liderar a disputa, e hoje está apenas 1,4 ponto percentual atrás de Lula na média ponderada das principais pesquisas.
O levantamento, feito base em estudos de seis institutos, AtlasIntel, CNT/MDA, Datafolha, Futura Inteligência, Paraná Pesquisas e Quaest, revela que Lula ainda lidera todos os cenários de segundo turno, mas com margens apertadas. Contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo, o petista tem 46,0% contra 40,3%. Já frente a Romeu Zema (Novo), Lula marca 46,3% e Zema, 35,7%. Ratinho Jr. (PSD) aparece com 36,3% contra 45,7% de Lula, enquanto Ronaldo Caiado (União Brasil) tem 34,0% contra 47,0% do presidente.
O cenário mais competitivo, no entanto, é com Michelle. A ex-primeira-dama tem mostrado resiliência e crescimento, mesmo sem ocupar cargo público. Sua imagem, associada à pauta conservadora e ao eleitorado bolsonarista, tem ganhado força em meio à crise de liderança da direita após a condenação de Jair Bolsonaro. Michelle se beneficia do desgaste de outros nomes e da ausência de escândalos em sua trajetória política.
Lula, por sua vez, vive seu melhor momento desde o início do terceiro mandato. A reação ao tarifaço de Donald Trump sobre produtos brasileiros fortaleceu seu discurso nacionalista, amplamente difundido em campanhas oficiais. Além disso, o julgamento de Bolsonaro reacendeu debates sobre ética e responsabilidade, favorecendo o petista. A participação de Lula na Assembleia Geral da ONU e o convite público de Trump para uma reunião bilateral também ampliaram sua visibilidade internacional.
As manifestações recentes em todas as capitais brasileiras contra a anistia de Bolsonaro e a PEC da Blindagem reforçam o clima de mobilização da esquerda, que parece ter recuperado parte do entusiasmo perdido nos últimos anos.
Com pouco mais de um ano até o primeiro turno, marcado para 4 de outubro de 2026, o cenário permanece aberto. Michelle Bolsonaro surge como uma incógnita poderosa, capaz de alterar os rumos da disputa. Se mantiver o ritmo de crescimento, poderá transformar a eleição em um embate inédito, e imprevisível.
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