Justiça italiana desmonta tese de perseguição política de Zambelli e aproxima extradição
25 outubro 2025 às 17h47

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O Ministério Público da Itália deu um passo decisivo para a extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), ao rejeitar a alegação de perseguição política feita pela parlamentar. Em parecer contundente, o procurador Erminio Carmelo Amelio afirmou que os processos contra Zambelli no Brasil respeitam todas as garantias legais e não têm qualquer motivação política, contrariando a principal linha de defesa da deputada.
Zambelli está presa desde 29 de julho na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, após decisão da Corte de Apelação que apontou risco de fuga. Ela fugiu para a Itália após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por envolvimento na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em agosto, foi condenada novamente, a cinco anos e três meses, por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento com uso de arma.
O parecer do MP italiano, obtido pelo portal UOL, afirma que não há qualquer indício de que as condenações tenham sido motivadas por razões políticas ou extrajudiciais. “A tese de perseguição apresenta-se como mera afirmação desprovida de qualquer fundamento probatório”, escreveu o procurador.
O documento também destaca que Zambelli participou de todos os processos no Brasil, foi assistida por advogados e teve direito à ampla defesa. Segundo o procurador, há provas “múltiplas e convergentes” contra a deputada, incluindo a confissão de Walter Delgatti Neto, vídeos da parlamentar empunhando uma pistola em via pública e evidências técnicas de invasão a sistemas públicos.
A defesa de Zambelli, liderada pelo advogado italiano Pieremilio Sammarco, reagiu com críticas ao parecer, classificando-o como “gravemente lacunoso”. Ele alegou que o juiz Alexandre de Moraes, relator dos processos, seria parte interessada, o que invalidaria as decisões. Também afirmou que Zambelli possui porte de arma regular e que os processos violaram seus direitos fundamentais.
Apesar das alegações da defesa, o Ministério Público da Itália reforçou que seu papel é verificar o cumprimento do Tratado de Extradição entre os dois países, e não julgar o mérito das decisões brasileiras. O parecer fortalece a posição do governo brasileiro, que formalizou o pedido de extradição.
A decisão final sobre o caso será tomada pela Justiça italiana nas próximas semanas. Se confirmada, Zambelli poderá ser enviada de volta ao Brasil para cumprir suas penas.
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