Faltando seis meses para o fim do mandato de Augusto Aras como Procurador-Geral da República (PGR), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem reiterado sua posição de não seguir a lista tríplice na escolha do próximo procurador-geral, o que tem gerado tensão com a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

A desistência de seguir o método tradicional de escolha do próximo Procurador-Geral da República é motivada pelas críticas de Lula à Lava Jato. O presidente reiterou que irá quebrar a tradição de seus governos anteriores na indicação e criticou a Força Tarefa de Curitiba por ter prejudicado a imagem do Ministério Público Federal (MPF). Ele afirmou que a força-tarefa foi responsável por quase destruir a imagem de seriedade do MPF e os classificou como um “bando de moleques irresponsáveis”.

A lista tríplice é adotada em todos os Ministérios Públicos e passou a ser tradição na escolha do chefe do MPF a partir de 2003, no primeiro governo Lula. Porém, em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou Aras, um dos 23 subprocuradores-gerais da República, cujo nome não constava da lista elaborada pela associação.