O governador Ronaldo Caiado (União) presta depoimento na tarde desta quarta-feira, 31, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). Caiado é o primeiro governador ouvido pelo colegiado.

“É inaceitável que nos anos de hoje ainda estejamos discutindo situações que já foram muito bem legisladas, desde 1988, e que até agora insistem em um movimento clandestino que nada tem a ver com a realidade do Brasil. É crime o que fazem essas pessoas que se acham no direito de ocupar terras do Estado”, afirmou Caiado.

A participação do governador de Goiás foi requisitada pelo deputado Gustavo Gayer (PL-GO) que defendeu que sua presença “enriquecerá o debate”, uma vez que o estado não conta com nenhuma ocupação do MST. “Precisamos também avançar na investigação daqueles que financiam o movimento”, disse Caiado.

Já foram aprovados os convites para que Francisco Graziano Neto e Geraldo Melo Filho, ex-presidentes do Incra, prestem depoimento, além do professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB) José Geraldo de Souza Junior e a especialista em Medicina do Trabalho Raquel Rigotto, que devem apresentar um diagnóstico da situação agrária do país. Também foi decidida a participação da Controladoria-Geral da União (CGU) no assessoramento dos parlamentares da CPI, a pedido de Ricardo Salles (PL-SP), relator do caso.

A CPI do MST foi instalada no dia 17 de maio e busca investigar as invasões do Movimento em terrenos. O presidente do colegiado é o deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e o relator é o deputado Ricardo Salles (PL-SP). Dominada por deputados de direita e da bancada ruralista, a comissão se propõe a investigar as ações do movimento. Os governistas, no entanto, dizem que o verdadeiro objetivo da comissão é tentar criminalizar o MST, seus integrantes e aliados.

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