Sessão da CPI do MST tem bate-boca entre governistas e oposição; tensão aumenta com suposta associação ao tráfico

31 maio 2023 às 16h32

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A sessão da CPI do MST da Câmara dos Deputados desta quarta-feira, 31, teve confusão entre deputados governistas e de oposição. Logo no início, deputados governistas apresentaram questionamentos sobre o andamento dos trabalhos da CPI. O presidente da comissão, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), da oposição ao governo Lula, negou os pedidos dizendo que questões levantadas seriam apenas para atrasar a audiência.
Outro momento de tensão foi quando o governador Ronaldo Caiado disse que “falsos assentamentos” do MST são dominados por traficantes e que escravizam pessoas. A fala provocou manifestações de governistas e os ânimos se exaltaram, gerando críticas das deputadas Sâmia Bomfim (PSol-SP) e Talíria Petrone (PSol-RJ).
No plenário, Ronaldo Caiado frisou que o MST “não existe” e acusou o movimento de não ter “compromisso com a transparência”, além de ter associado o grupo ao tráfico de drogas e ao trabalho análogo à escravidão. “O MST não existe, não tem entidade, não tem estatuto. Não tem pessoa física que o represente, não tem CNPJ. Onde é que está rotulado de movimento? Não tem nenhum compromisso com a transparência”, afirmou. O governador emendou dizendo que não há problemas com o MST em Goiás porque a polícia do Estado circula em todos os lugares.
CPI DO MST
A Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra foi instalada na Câmara dos Deputados em 17 de maio de 2023, com o objetivo de investigar a onda de ocupações de terras pelo movimento desde o início do governo Lula da Silva. Os deputados querem investigar as atividades, financiadores e possíveis práticas ilegais do MST. A comissão deve funcionar por 120 dias, com prazo para se encerrar em 28 de setembro. As reuniões devem ser realizadas às terças-feiras e quintas-feiras.