Flávio Bolsonaro ganha picanha com seu rosto em visita a Goiânia
18 dezembro 2025 às 20h16

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O senador Flávio Bolsonaro (PL‑RJ) esteve em Goiânia nesta quinta-feira, 18, e recebeu uma “picanha personalizada” com a própria foto durante visita ao Frigorífico Goiás, que é conhecido por homenagear políticos e celebridades da direita em cortes de carnes. Mais cedo, Flávio se reuniu com o governador Ronaldo Caiado (UB), no Palácio das Esmeraldas, para discutir cenário político nacional e estadual.
No vídeo, Flávio aparece ao lado presidente do PL em Goiás, Wilder Morais, e do dono do Frigorífico Goiás, Leandro Batista Nóbrega. O senador do Rio de Janeiro agradeceu ao frigorífico pela homenagem. “Olha o que é que é prestígio. A picanha do Flávio Bolsonaro, a picanha é aquela que ele fala de se tiver mais um quilo, não paga.” O senador ainda fez uma brincadeira com o cantor Gusttavo Lima, dizendo que o corte que leva o seu rosto não era “picanha de verdade” por ser fatiada. “Agora foi mal, Gusttavo Lima, a sua é fatiada. Isso aqui não é picanha, não. É outra coisa. É só o nome”.
Além de Flávio, há picanhas com fotos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e de Javier Milei, presidente da Argentina.
Polêmicas
O Frigorífico Goiás tem se envolvido em diversas polêmicas devido às declarações políticas feitas em apoio a candidatos de direita. No dia das eleições presidenciais de 2022, o empresário realizou uma promoção da chamada “Picanha do Mito”. O produto, criado em homenagem ao então presidente Jair Bolsonaro, foi ofertado por R$ 22 o quilo, valor muito inferior ao preço habitual, que era de R$ 129. O valor com desconto foi pago por quem estivesse vestindo a camiseta da seleção brasileira.
A promoção levou um grande número de pessoas ao local e o tumulto terminou na morte da consumidora Yeda Batista. Segundo relato do marido à Polícia Civil, ela teria sido pressionada pela multidão e sofreu ferimentos, incluindo uma lesão na perna. Yeda foi socorrida, mas não resistiu.
Além disso, a empresa foi alvo de uma ação civil pública por parte do Ministério Público contra a prática de discriminação por convicção político-partidária devido ao proprietário do estabelecimento publicar um vídeo onde alegava que “petista não era bem-vindo” dentro do comércio. Além disso, placas com a frase foram colocadas na entrada das lojas.
Segundo o Ministério Público, esse tipo de prática cometida pelo representante da Casa de Carnes Frigorífico Goiás viola os princípios constitucionais e norma do Código de Defesa do Consumidor. A ação destaca que a diferenciação semântica entre “não é bem-vindo” e “proibido” não elimina o caráter excludente da mensagem, pois cartazes como o que foi fixado por Leandro cria um ambiente intimidador aos consumidores com determinada orientação política.
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