Ex-ministra de Bolsonaro se alinha a Ciro Nogueira e defende união da direita para 2026

15 outubro 2025 às 14h56

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A senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura no governo Bolsonaro, declarou em entrevista ao jornal O Globo que a oposição precisa se unir em torno de um nome com viabilidade eleitoral para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026. Ela se mostrou alinhada ao presidente do Partido Progressista, senador Ciro Nogueira (PP-PI), ao endossar os nomes de Tarcísio de Freitas, Ratinho Júnior e Michelle Bolsonaro como os mais competitivos da direita, disse.
“São dois ótimos nomes. E tem outros ainda. As pesquisas dizem que são três viáveis: Tarcísio, Ratinho e Michelle”, afirmou. Questionada se os três estão em nível de igualdade, respondeu: “Na pesquisa, sim”, apontou.
Ao comentar sobre o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem feito críticas a outros nomes da direita e articulado sanções contra o Brasil nos Estados Unidos, Tereza Cristina evitou confrontos diretos, mas defendeu maturidade política. “A divisão só favorece o governo. O melhor dos mundos é que a direita sente e discuta o nome viável, porque não adianta colocar alguém que não tenha viabilidade”, afirmou.
Sobre a possibilidade de mais de um candidato da direita em 2026, ela reconheceu que o cenário ainda está indefinido, mas reforçou que a união é essencial. “Não é o ideal, mas pode ter. Ainda é cedo para isso. Os candidatos estão aí postos. As pesquisas mostram todo mundo da direita embolado. Se juntar, a chance é muito grande”, apontou.
Questionada sobre a ausência de uma indicação formal por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro, Tereza Cristina disse respeitar o tempo e a lógica política do líder, afirmou. “Ele é um político diferente. A lógica dele nem sempre é a lógica de todos. Na hora certa, tenho certeza que ele vai fazer isso”, disse. Ao ser perguntada se Bolsonaro erra ao não indicar um nome desde já, ela respondeu: “Ainda não, há tempo”, apontou.
Sobre Tarcísio de Freitas, que tem sinalizado intenção de disputar a reeleição em São Paulo, mas também articula nacionalmente, Tereza Cristina ponderou: “Por que ele tem que entrar na arena? O PT já o elegeu como alvo. Ele tem que cuidar de São Paulo, tem muita coisa para fazer lá. Na hora que a direita apoiar, se for o nome dele, tenho certeza que ele vai refletir e tomar uma posição rápida”, afirmou.
Ela também comentou sobre a possibilidade de compor uma chapa como vice, ao lado de Ciro Nogueira, mas minimizou a discussão. “Está tão cedo para isso… A vice é a última coisa que se discute. Tem que ver o que traz mais votos, o que dá mais viabilidade ao candidato. Só não pode ter um vice que tire votos”, apontou.
Sobre os nomes cotados para a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal, Tereza Cristina indicou que o senador Rodrigo Pacheco parece ter mais apoio entre os colegas da oposição. “Eu imagino que seja o senador, nosso colega, mas não conversei com ninguém ainda”, disse.
Ao ser questionada sobre os projetos que tratam da responsabilização dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, ela afirmou que tanto a proposta de anistia ampla quanto a de dosimetria podem contribuir para a pacificação política. “A dosimetria também trará uma pacificação ao diminuir a pena do presidente Bolsonaro, que foi muito alta. Não tenho dúvida que trará benefícios”, apontou.
Por fim, Tereza Cristina elogiou o avanço das negociações entre Brasil e Estados Unidos para o fim do tarifaço, destacando a atuação diplomática do governo Lula nesse aspecto. “Sou uma defensora dessa conversa desde o início. Vejo que a diplomacia finalmente vai distensionar e abrir um caminho”, disse.
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