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Em meio ao processo de reforma dos danos causados por terroristas em Brasília no domingo, 8, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamam que a nova gestão ainda não definiu os cargos do segundo escalão. Há disputa por cargos como a presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e dos Correios, além de agências reguladoras.

Num primeiro momento, segundo pessoas próximas a Lula, a prioridade é acomodar no segundo escalão membros de partidos que apoiaram a candidatura do presidente, além de representantes do PT de estados que não foram contemplados no ministério. É o caso de Minas Gerais.

Membros da coligação na campanha de Lula, PV, Solidariedade e Avante tentam emplacar indicações, já que não receberam ministérios. O critério do PT foi dar cargos do primeiro escalão para legendas que têm bancadas mais expressivas no Congresso.

O Solidariedade negocia a indicação dos presidentes do INSS, Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), cuja nomeação fica a cargo da União.

Para a Anater, o partido quer emplacar Jefferson Coriteac, vice-presidente nacional da legenda e assessor parlamentar na Câmara. Para a Ceagesp, o indicado pelo Solidariedade é Alexandre Pereira da Silva, filho de Paulinho da Força, presidente da sigla.

Mas ainda não há expectativa de anúncios. No caso do INSS, uma das estruturas mais visadas por partidos políticos por ter diversos cargos regionais, integrantes do Ministério da Previdência disseram que ainda não há definição de quem irá presidir o instituto.

O PV queria a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), mas o órgão foi extinto por Lula -as atribuições foram divididas entre os ministérios da Saúde e das Cidades.

Há demandas pelo segundo escalão também de partidos que ganharam ministérios, como o PSB e União Brasil. Embora já tenha três ministérios no governo, o presidente da União Brasil, Luciano Bivar, não considera nenhum dos nomes como indicação da cúpula da legenda e busca influenciar em outros escalões.

A cúpula do PSB pediu a Lula para ficar com a estatal Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) ou com o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), ambos com bastante influência no Nordeste.