O PSDB em Anápolis parece enfrentar divergências internas. Quinze dias depois do ex-governador Marconi Perillo assumir o comando da sigla nacionalmente, no quintal de casa, em Anápolis o partido atravessa sua maior crise dos últimos tempos. Isso porque lideranças tucanas na região estão insatisfeitas pelo modo como a direção estadual anunciou a troca de comando em Anápolis, substituindo João Gomes por Hélio Lopes. Ao Jornal Opção, João Gomes disse que houve sim um “descontentamento generalizado” com a forma como foram feitas as mudanças. Segundo ele, faltou diálogo.

“Houve sim uma discordância, um sentimento de descontentamento muito grande por parte de alguns filiados, mas eu entendo de maneira diferente. O partido passa por grandes mudanças a nível nacional e é normal que em uma cidade grande como Anápolis passe também por esse processo. Agora, a maneira como foi feita, sem diálogo, sem ética e responsabilidade, isso deixou muita gente insatisfeita sim”, disse o ex-presidente

João Gomes disse ainda que não vai participar da nova comissão provisória que se instaurou e que outras pessoas pretendem fazer o mesmo. Entretanto, ele afirmou que está atuando como “bombeiro”, tentando deixar os ânimos mais calmos entre os filiados.

“Já tirei meu nome da nova comissão provisória e um grupo de cerca de quinze filiados pretende fazer o mesmo. Tenho orientado a todos a terem um pouco de paciência, não fazer nada de cabeça quente porque isso não dá certo em política. Estou atuando como um conciliador, um bombeiro tentado manter as pessoas de cabeça fria, pensando sempre no melhor do partido”, afirmou.

Segundo ele, não existe nenhuma rixa com o novo presidente Hélio Lopes, que não há chateações de origem “pessoal” e que torce pelo sucesso da gestão do colega.

“Não há nada pessoal, não tenho nada contra o Hélio Lopes, pelo contrário, fui eu quem recebi a sua filiação no PSDB. O que faltou foi o diálogo com todos. Torcemos para que ele (Hélio) faça um bom trabalho e com a cabeça mais fria vamos tomar às decisões. Não vou tirar meu nome da vida pública”, revelou.

Sírio Miguel Rosa é advogado, economista, ex-vereador e ex- presidente da Câmara municipal de Anápolis. Foto: arquivo pessoal

Outro que demonstrou seu descontentamento com a situação foi o ex-presidente da Câmara de Anápolis, Sírio Miguel. Por nota, ele afirmou que “a história do PSDB é gigante, não pode, nem deve ser maculada por posicionamentos dúbios, pueris e personalistas neste momento importante de definição e implantação de seu projeto político para as próximas eleições”.

Confira na nota na íntegra:

Levamos ao conhecimento de todos os filiados e da população Anapolina que não pactuamos com as decisões tomadas por ocasião da última reunião da executiva estadual do Partido da Social Democracia Brasileira-PSDB. A história do PSDB é gigante, não pode, nem deve ser maculada por posicionamentos dúbios, pueris e personalistas neste momento importante de definição e implantação de seu projeto político para as próximas eleições. Face ao exposto, por coerência, declinamos de todo e qualquer posto de caráter diretivo dentro do PSDB. Seguiremos no quadro partidário como filiado e militante, envidando todos os esforços para que o PSDB volte a se encontrar, volte a se unir e saia vitorioso nas próximas eleições“, finaliza Sírio Miguel Rosa da Silva.

Entenda o caso

A direção do PSDB em Goiás substituiu João Gomes por Hélio Lopes na presidência do partido em Anápolis. Para as lideranças internas, o que levou o grupo a ficar solidário a Gomes é que a mudança ocorreu de forma brusca e quase “imposta”. “Levamos ao conhecimento de todos os filiados e da população Anapolina que não pactuamos com as decisões tomadas por ocasião da última reunião da executiva estadual do Partido da Social Democracia Brasileira-PSDB”, disse Sírio Miguel.

De acordo com a fonte ouvida anteriormente pelo Jornal Opção, é improvável um desfiliação em massa de lideranças, que não querem se indispor com Marconi Perillo, mas não é impossível caso não haja consenso hoje. O ex-governador de Goiás é presidente nacional da legenda.

“Face ao exposto, por coerência, declinamos de todo e qualquer posto de caráter diretivo dentro do PSDB. Seguiremos no quadro partidário como filiado e militante, envidando todos os esforços para que o PSDB volte a se encontrar, volte a se unir e saia vitorioso nas próximas eleições”, concluiu o ex-presidente da Casa em nota.

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