Duas servidoras do Hospital Municipal de São Simão (região sul de Goiás) foram presas na última terça-feira, 22, suspeitas de fraudar a folha de pagamento para receber por plantões que nunca foram dados. Durante as investigações, constatou-se que as mulheres lançavam horas extras em nome de outros funcionários, que repassavam os valores adicionais recebidos às duas servidoras. De acordo com a Polícia Civil de Goiás, pelo menos 10 pessoas estão envolvidas.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta terça-feira, 22. Durante as buscas, os policiais encontraram diversos documentos ligados aos delitos em questão. Como pelo menos 10 pessoas estão envolvidas, a Operação Máfia da Cruz Vermelha, como foi denominada, terá uma segunda fase para maiores investigações.

O delegado responsável pelo caso, Márcio Henrique Marques de Souza, explicou que os esquemas aconteciam há aproximadamente um ano. “As servidoras eram responsáveis pelos plantões do corpo de enfermagem do hospital. Elas lançavam plantões a mais não realizados e solicitavam o dinheiro de volta para elas. Era assim que funcionava o esquema. As outras pessoas envolvidas também são do mesmo hospital”.

De acordo com a investigação, cada depósito realizado tinha valor de R$ 500,00. No entanto, ainda não se sabe o valor total dos desvios.

Denúncia e prisão

A denúncia sobre o esquema fraudulento no Hospital Municipal de São Simão foi feita pela secretária de saúde da gestão anterior do município, Suely Luiz de Freitas. “A Secretaria de Saúde fez a denúncia informal pro Ministério Público, que encaminhou o caso para Polícia Civil investigar”, explicou o delegado.

O jornal Opção entrou em contato com a prefeitura para saber o período exato em que a secretária ocupou o cargo, mas não obteve retorno. A reportagem aguarda posicionamento.

As duas mulheres detidas foram encaminhados à Unidade Prisional de Paranaiguara, onde permanecerão à disposição do Poder Judiciário. Elas vão responder por associação criminosa, peculato, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e fraude processual.

Somadas as penas, podem pegar mais de 20 anos de reclusão. Como a identidade das investigadas não foi divulgada, a reportagem não conseguiu localizar a defesa delas.