Delegado Waldir: “Sozinho não sou candidato em lugar nenhum”

06 junho 2023 às 17h21

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Daqui a pouco mais de um ano, os eleitores irão às urnas para eleger o próximo prefeito e as articulações políticas para as eleições do ano que vem já começaram. Em Aparecida, um dos nomes que já desponta como favorito em pesquisas as quais o Jornal Opção teve acesso é o do Delegado Waldir (UB), atualmente na presidência do Departamento Estadual de Trânsito (Dentran-GO).
Em entrevista ao Jornal Opção, Waldir afirma que só será candidato se tiver apoio do grupo político do qual faz parte. Leia-se: governador Ronaldo Caiado (UB), vice-governador Daniel Vilela (MDB) e do ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (de volta ao MDB). Aos jornalistas do Jornal Opção, ele comentou como o atual cenário está configurado e especulo sobre candidatos a prefeito na capital e na cidade vizinha a Goiânia.
Vai ser candidato em Aparecida de Goiânia?
Eu sou candidato a Aparecida de Goiânia como sou candidato em Caldazinha, em Goianira, em Trindade, em Senador Canedo, em Goiânia. Eu tive mais votos em Goiânia. Tinha que inverter a pergunta e perguntar se vou ser candidato em Goiânia. Eu tive 120 mil votos em Goiânia. Mas, não. Não sou (candidato). Eu sou candidato a ser o melhor presidente do Detran. Esse é meu foco, meu trabalho, 100% focado. Quando eu fui excelente delegado ou um bom parlamentar, eu tive excelentes votações. Meu sucesso nas urnas é pelo meu trabalho e ninguém vai trabalhar mais no secretariado do governador Ronaldo Caiado do que o delegado Waldir. Eu acredito que com o trabalho, surgem oportunidades, mas eu não serei mais candidato majoritário a qualquer Prefeitura sozinho.
Mas acredita que terá apoio?
Hoje eu faço parte de um grupo político. Eu sou vice-presidente do União Brasil no Estado. O governador é o presidente. Eu faço parte de um grupo político comandado pelo governador Ronaldo Caiado. Se em 2024 o governador me chamar, se o Daniel (Vilela, vice-governador do MDB), que faz parte do nosso grupo político também me chamar, o Gustavo Mendanha, que está chegando agora me apoiar. Nós temos nesse grupo o presidente da Assembleia. Se eles me chamarem e quiserem que eu seja candidato, serei junto com o grupo político. Vontade popular é muito importante. Pesquisas são importantes, mas você tem que ter estrutura pra disputar uma campanha. Não vou não pra qualquer aventura. O povo de Goiânia e Aparecida merecem o respeito do delegado Waldir. Eu já fui menos experiente e fui candidato, em alguns momentos, “cavaleiro solitário”. Isso eu não faço mais em uma candidatura majoritária. Se amanhã decidir ser deputado federal novamente eu posso fazer uma campanha “cavaleiro solitário” que o povo de Goiás me dá um novo mandato pelo que a gente percebeu de todas as votações que eu participei. Mas em relação a uma candidatura majoritária, meus cabelos grisalhos não permitem mais erros.
Mas se dependesse só de uma decisão só do senhor, seu coração optaria por Aparecida ou preferiria ficar em Goiânia?
Eh eu sou apaixonado por Goiânia, por Aparecida, como pelos 246 municípios de Goiás. Mandei emenda pra todos eles. Eu tenho paixão por todos eles, mas eu sou apaixonado por gestão, pelo Executivo. Nele você consegue mudar a vida das pessoas. Como parlamentar, você muda menos. A gente fica muito feliz de ter um projeto dessa natureza, mas eu não posso de forma nenhuma ser aventureiro. Quem comanda o União Brasil hoje é o governador Ronaldo Caiado, que tem um projeto presidencial. A prioridade é ajudar meu governador ser presidente da República. Se o governador entender que nesse meio do caminho eu tenho que ser candidato em algum lugar com o grupo político, eu vou. Sozinho eu não sou candidato em lugar nenhum.
Como vê a aproximação de Gustavo Mendanha ao grupo político do governador Ronaldo Caiado?
A decisão dele foi muito inteligente. Ele ficaria afastado da política pública por quatro anos. Veja o Daniel, ele deixou de ser deputado federal, perdeu a eleição e ele teria dificuldade de ir novamente numa disputa sem qualquer estrutura municipal, estadual ou federal. Com sabedoria, Iris Rezende dialogou, conversou com ele, trouxe o Daniel
para a base do Caiado e ele se tornou vice-governador nas próximas eleições. Hoje ele é o candidato a governador com o apoio da base. O Gustavo é muito jovem e pode ser governador de Goiás. Mas vai ser em outro momento.
Falando nisso, como que vê a possível aliança entre Vanderlan e Marconi?
São pré-candidatos em 2026 contra o Daniel Vilela. O Wilder também está buscando prefeitos, está se estruturando, pra ser candidato 2026 contra o Daniel também. Vai ser uma eleição muito polarizada. O Daniel mexe com o tabuleiro ao trazer o Gustavo. É a mesma coisa que comprar o passe do Neymar na política goiana hoje nesse momento. Talvez, daqui quatro anos o passe dele não estaria tão valorizado. Mas, nesse momento, trazer o Gustavo mostra força de articulação. E fortalece novamente o MDB. Na mesma linha, ele caminha pra trazer novamente o Adib (Elias, prefeito de Catalão, hoje sem partido). Ele faz alguns movimentos importantes pra aglutinar novamente o MDB e isso fortalece ele. E tem que estar acompanhando os passos dos prováveis adversários dele. Eu acredito que deve ser novamente uma campanha muito polarizada com muitos candidatos.

Voltando pra 2024. Hoje quem considera que são os principais nomes para a Prefeitura de Goiânia?
Eu diria que todo mundo vai ter dificuldade. O prefeito Rogério Cruz (do Republicanos) passou o mandato dele brigando com a Câmara dos Vereadores. Ele teve uma grande derrota que foi a não eleição da esposa dele como deputada estadual. Isso tirou o poder político, ele não conseguiu, sendo prefeito de uma capital, dentro do Republicanos, ser presidente do partido ou indicar o presidente. Ele perdeu pro Hildo do Candango. Muitas obras dele ainda estão paralisadas.
Outro nome que aparece bem nas pesquisas é o do Vanderlan.
O Vanderlan, ao vender a alma pro PT, perdeu a direita, onde ele era muito forte. Então
ele vai ter uma uma grande resistência. Mesmo tendo endo sido duas vezes prefeito de Senador Canedo, senador, candidato a prefieto contra o Iris e contra o Maguito, ele vem de duas derrotas nas eleições municipais. Vai ter dificuldade. Nessa eleição, todo mundo é japonês.
O presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, também aparece como um dos possíveis nomes do União Brasil para a Prefeitura de Goiânia. Assim como a deputada federal Silvye Alves. Como avalia os dois nomes?
O Bruno não é candidato nunca a prefeito de Goiânia. Por que que eu falo isso? Porque não vai largar a Assembleia Legislativa, onde é a segunda pessoa mais poderosa de Goiás, pra ser prefeito de Goiânia. Ninguém tem um passarinho na mão e outro voando. Qual que você quer? O que está garantido. A Silvye não é candidata. É deputada de primeiro mandato.
O deputado Gustavo Gayer também aparece com um dos principais nomes da direita. Aposta na candidatura dele?
O Gayer não será candidato porque o Wilder tem a pretensão de ser governador em 2026. Ele precisa do Gayer como candidato a senador nesse projeto. Eles vão construir um nome. A direita vai ter um candidato.
Se for pra desenhar um cenário das próximas eleições pra prefeito de Goiânia, como seria?
Daniel Vilela deve ter um candidato. Deve ser o mesmo do governador Ronaldo Caiado. A esquerda vai ter um candidato. Surgirão alguns nomes e alguns partido, mas é uma eleição onde todo mundo é japonês. Não tem nenhum nome de destaque. Nós estamos procurando de um gestor. Goiânia tem sérias dificuldades de algumas áreas. E nós precisamos transformar Goiânia numa cidade boa pra se viver, porque a gente não conseguiu ainda.
E qual o cenário o senhor vê hoje em Aparecida?
Em Aparecida, aparece um tal de Delegado Waldir, que não é candidato. Moro em Aparecida em Goiânia, sou apaixonado por Aparecida e por Goiânia, mas não sou candidato, minha prioridade é ser presidente do Detran. Mas a dificuldade que eu teria lá é que não tenho um grupo político em Aparecida e sozinho não sou candidato. O prefeito atual (Vilmar Mariano, do Patriota) tem grande dificuldade de gestão e não aparece bem nas pesquisas. Tem o professor Alcides que tem o sonho de ser prefeito de Aparecida. Ele está bem nas pesquisas, mas não é um nome novo, ele tem várias secretarias da gestão do Vilmar. E o grupo do Gustavo Mendanha se esfacelou. Tem o Max (Menezes, do PSD, filho do ex-prefeito Ademir Menezes). Tem uns sete, oito grupos em Aparecida. Todo mundo vai ser japonês.
O PL tem o projeto de lançar candidatos nas maiores cidades. Quem seria o candidato do Bolsonaro em Aparecida?
O Vilmar não tem esse perfil. Esteve com o Marconi outra semana, então esquece. O professor Alcides seria o candidato natural do Bolsonaro. É do partido dele.
Acredita que o Bolsonaro teria capacidade de de ajudar?
Não. O Bolsonaro é uma pessoa só, não vai ter condições de ajudar em todas as cidades. Em algumas sim. O Bolsonaro é um cara muito desconfiado. Ele não ajuda nem deputado federal, nem o filho dele ele ajuda. Eu conheço o Bolsonaro. Ele é um candidato de opinião. Que nem eu. E candidato de opinião tem dificuldade pra transferir voto. Eu não consigo transferir nem um voto. O Zacharias Calil, o Gustavo Mendanha, a Silvye, o Delegado Waldir. Todos nós somos candidatos de opinião. Todos temos muitos votos, mas não temos facilidade pra transferir voto.